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Oriente Médio

‘Israel’ arrasta EUA para a guerra, aumentando a crise

Uma análise dos desenvolvimento da crise imperialista na Palestina e restante do Oriente Médio

Duas linhas de possibilidades distintas se desenvolvem na intervenção militar do imperialismo no Oriente médio. Pela envergadura das consequências, essas correntes de possibilidades merecem ser analisadas com cuidado.

Um aspecto importante é o temor do imperialismo norte-americano com a possibilidade de escalada do conflito no Oriente Médio. Possibilidade, inclusive muito próxima, de uma resistência total da população na região, impondo uma rebelião aberta ao imperialismo.

Os EUA teriam, assim, que enfrentar forças militares consideráveis. Um desenvolvimento ainda mais cistatrófico para o imperialismo seria uma mobilização das massas, uma nova Intifada, desta vez armada com armas de fogo em vez de paus e pedra.

Se por um lado a escalada do conflito abre a possibilidade de repercussões bélicas muito desfavoráveis ao imperialismo, as consequências tomam proporções maiores no plano político. A escalada inviabilizaria praticamente a já quase inviável candidatura Biden, e ainda colocaria os EUA num conflito com mínimas possibilidades de vitória. Tornando-se uma catástrofe sem precedentes ao imperialismo norte-americano.

Essa tendencia a expansão do conflito é bem expressa nas relações com Egito e a Arábia Saudita. O Egito mobilizou cerca de 40 tanques em sua fronteira com Gaza, nestas duas últimas semanas. Além de ter reforçado a vigilância e estrutura do muro fronteiriço desde o início da guerra em Gaza, alertando “Israel” que o Tratado de paz israelo-egípcio de 79 poderia ser suspenso com o ingresso das tropas sionistas entrassem em Rafá.

A Arábia Saudita também se posicionou nestes últimos dias, alertando que haveria “repercussões extremamente perigosas do ataque à cidade de Rafá”, por a cidade ser “o último refúgio para centenas de milhares de pessoas”.

Imperialismo impotente?

Um dos aspectos principais do imperialismo é a supremacia da força militar. O simples fato de questionamento dessa força já é um sinal de fraqueza.

Os EUA já perderam para diversas revoluções e resistências populares, as mais conhecidas talvez sejam o do Vietnã e do Afeganistão. Entretanto, agora o imperialismo foi forçado por um exército regular na Ucrânia, estando muito próximo da derrota, uma demonstração de fraqueza sem igual.

A política de Netanyahu, bem como a reação dos Ansar Alá e do Hezbolá, força os EUA a tentar retomar a mão da situação. Sua desmoralização ao recuar perante uma força militar inferior, ou abandonar seu único aliado e enclave militar na região seriam fatais para sua dominação.

Esse desenvolvimento acabaria colocando em xeque todo o sistema de dominação imperialista, atualmente liderado pelos EUA.

O sionismo

As saídas menos danosas estão cada dia mais distantes do horizonte, com o genocídio promovido por “Israel” tendo um custo altíssimo, gerando divisão até mesmo entre o sionismo.

“Eles já estão encostados na cerca da fronteira, no ponto mais ao sul da faixa. Uma incursão israelita em Rafah será um ataque ao maior campo de deslocados do mundo. Arrastará os militares israelitas a cometerem crimes de guerra de uma gravidade que nem eles ainda cometeram. É impossível invadir Rafah agora sem cometer crimes de guerra. Se as Forças de Defesa de Israel invadirem Rafah, a cidade se tornará um cemitério”, afirma o jornal Haaretz.

Entretanto, a política de Netanyahu, por uma questão de sobrevivência da ocupação, avança. Nas palavras do seu Ministro da Segurança Gallant:

“Penetramos no coração dos locais mais sensíveis do Hamas [em Gaza]… Todas estas coisas são o resultado do aprofundamento e da penetração no coração das capacidades do Hamas. Quanto mais aprofundarmos esta operação, mais perto estaremos de um acordo realista”.

Ainda há tempo?

Uma análise do Al Mayadeen, assinada por Alastair Crooke, levanta um questionamento interessante. Ainda é possível aos EUA, evitar entrar na guerra, dada as contradições colocadas?

“Poucos em Washington parecem não apreciar ‘o quão profundamente envolvidos’ já estão. Ou, a extensão e a velocidade com que as suas opções estão a desaparecer e estão inelutavelmente ligadas à sorte de Netanyahu e do seu governo de coligação de extrema-direita.” Afirma Alastair Crooke no Al Mayadeen.

Desde o dia 7 de fevereiro, quando os EUA assassinaram três membros das forças Kata’ib do Hesbolá, há uma guerra iminente com as Forças de Mobilização Popular do Iraque. O ataque aéreo foi realizado a acidade de Bagdá, tendo vitimado o comandante senior do Hesbolá, Abu Baqir Al-Saadi, esse foi o assassinato mais importante no Iraque desde os de Al-Muhandis e Qassem Soleimani, em 2020.

O ingresso forçado numa guerra ampla no Oriente Médio acabaria sendo um problema ainda maior para os EUA. Torna-se-ia uma sucessão eventos desfavoráveis ao imperialismo, com possibilidades mínimas de retomada do controle por partes destes. Todos os cenários que se desenvolvem são negativos à dominação imperialista.

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