“Após 6 meses da operação militar dos grupos de resistência no dia 7 de outubro, a Operação Dilúvio de Al Aqsa, Israel se encontra diante de uma encruzilhada política da situação interna do Estado sionista, confrontando não apenas a derrota militar imposta pela resistência armada palestina, mas também uma pressão interna para aceitar a dura realidade da derrota. Podemos observar que o lobby sionista não está mais conseguindo convencer os próprios israelenses, muitos deles, anteriormente completamente convictos da vitória sionista e totalmente iludidos sobre a verdadeira situação do Estado de Israel.
Em um recente artigo jornalístico, intitulado “Perdemos. A verdade deve ser dita”, publicado no jornal israelense Haaretz, expôs a resistência em admitir o fracasso, mas uma coisa é evidente: Israel perdeu a luta contra a resistência palestina.
O artigo escrito pelo jornalista israelense Chaim Levinson começa com a seguinte frase:
“Perdemos. A verdade deve ser dita. A incapacidade de admitir isso encapsula tudo o que você precisa saber sobre a psicologia individual e de massa de Israel. Há uma realidade clara, nítida e previsível que devemos começar a entender, processar, entender e tirar conclusões para o futuro. Não é divertido admitir que perdemos, então mentimos para nós mesmos.”
E reforça a mensagem mais adiante:
“Não podemos dizê-lo, mas perdemos. As pessoas têm uma inclinação para acreditar no melhor e serem otimistas, esperando que amanhã seja bom, que estejamos em um processo que no final será mais bem-sucedido. Essa é a falha mais fundamental do pensamento humano: a noção de que a direção que estamos tomando é boa, que só precisamos chegar lá já”.
O autor do artigo destaca que é preciso enfrentar a realidade, por mais desconfortável que seja.
“Alguns de nós mentem maliciosamente. Outros, inocentemente”.
A crítica se estende à liderança política e militar, ou seja, a Netanyahu, acusado de perpetuar uma campanha enganosa e promessas vazias. O autor ressalta a tendência de alguns setores da sociedade em se agarrar desesperadamente a uma falsa sensação de segurança e triunfo, em detrimento da verdade.“É a mesma mentalidade que leva à noção de que ‘o regime iraniano logo implodirá’ e outras noções que têm mais a ver com os roteiros de Hollywood do que a própria vida”,alerta o autor.
O autor considera que o problema maior da situação seriam as medidas tomadas pelo atual ministro Netanyahu, claro que o autor, ou ele é também um iludido ou daqueles que mentem maliciosamente, mas não admite que não é o atual governo o maior o problema, o sionismo, responsável pela construção de um Estado artificial, obviamente teria prazo de validade.
O autor do artigo também, talvez de maneira inconsciente, revela a incerteza sobre a continuidade de Israel, e aborda questões sobre as reais consequências das ações de Israel a longo prazo e revela a farsa da invisibilidade de Israel e a fraqueza desta sociedade. “A fraqueza da nossa liderança foi revelada ao exterior. Durante anos, conseguimos enganá-los e fazê-los pensar que éramos um país forte, um povo sábio e um exército poderoso. Na verdade, somos um shtetl com uma força aérea, e isso é com a condição de que seja despertado no tempo”, ressalta o autor.
Em um tom de alerta, o texto conclui enfatizando a necessidade urgente de confrontar a realidade e abandonar as ilusões de uma vitória fácil.
“Quanto mais os porta-vozes gritam que ‘estamos ganhando’, mais claro é que estamos perdendo. Mentir é o seu ofício. Temos de nos habituar a isso. A vida é menos segura do que antes de 7 de Outubro”, adverte Chaim Levinson