A quem interessa taxar as vendas de importados de baixo custo por aplicativos? O que está acontecendo, desde que a ideia da taxação chegou, no início do ano, passando pela aplicação do ICMS, em abril, e agora chegando à imposição de 20% cumulativos sobre quaisquer compras, até aquelas abaixo de US$50, é uma transferência ao trabalhador da solução de problemas que envolvem o Estado e seus compromissos com os grandes capitalistas.
Diversas empresas gigantes do varejo existem em função de dívidas. Dependem do seu mercado girar para não colapsarem de um dia para o outro. Quaisquer formas de economia alternativa aos seus oligopólios, seja sobre alimentação, vestuário, roupas etc., torna-se ameaça à sua existência. Portanto, o poder de compra do trabalhador, recentemente ampliado pelos aplicativos chineses, ameaçava as gigantes do varejo da mesma forma que fora, outrora, com as feiras de produtos paraguaios.
O argumento de que a economia depende disso para geração de empregos e arrecadação de impostos, ostensivamente usado, não se sustenta. Ou haveria te der acontecido uma catástrofe quando outros setores tiveram de enfrentar mudanças em sua estrutura econômica, seja o transporte coletivo com os aplicativos de transporte, seja a produção de informação com as redes sociais. A regulação das redes sociais vem nessa mesma esteira: monopólios que não querem se ver ameaçados e tentam fazer uso da lei, sob o argumento de que estão protegendo o funcionamento saudável da economia.
Fossem eles, realmente, preocupados com a economia real, não cobrariam os juros intermináveis da dívida pública do Governo Federal, do qual são eles credores, apoiados ou apoiadores dos credores.
O objetivo, no fim das contas, é dominar o povo e fazê-lo continuar pagando uma camisa do Flamengo de R$399,99 na Centauro, em vez de R$89,99 na Shopee.