O Congresso norte-americano aprovou nesse sábado (20) o envio de um novo pacote de ajuda internacional. Após longas discussões e muita oposição dos republicanos, que não querem jogar dinheiro fora em guerras perdidas, a casa legislativa determinou um total de 95,3 bilhões de dólares (cerca de 495 bilhões de reais) em uma variedade de ajudas para Ucrânia, “Israel” e Taiwan. No entanto, o investimento desses valores exorbitantes são para uma atividade puramente defensiva, mostrando a enorme fraqueza do principal Estado imperialista do mundo.
A maior parte do pacote vai para a Ucrânia, com US$ 60,8 bilhões em armamentos e empréstimos diretos. Sobre isso, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, falou que essa ajuda apenas trará mais morte e destruição do lado ucraniano, na medida em que estará desnecessariamente prolongando a guerra. Para “Israel”, o pacote prevê cerca de US$ 17 bilhões em armas. Uma parte menor, de US$ 8 bilhões, está destinada a financiar os opositores da China em Taiwan e na região Indo-Pacífica, em geral.
Os gastos trilionários dos EUA em guerras ou financiando contra-revoluções, golpes e desestabilização de países não são uma novidade na história do imperialismo. O que há de diferente na situação atual são seus objetivos e perspectivas, que revelam uma fragilidade histórica. No início dos anos 2000 os EUA invadiram o Iraque e o Afeganistão, uma operação bastante custosa, mas que era um investimento no roubo dos recursos dos países e no controle político, à força, do Oriente Médio. O gasto atual, ao contrário, não é nem para expandir seu domínio, nem para reforçar seu poder, mas apenas para tentar estancar a sua rápida decadência e derrota nas guerras em curso.
As várias conquistas da resistência armada palestina, liderada pelo Movimento de Resistência Islâmica, o Hamas, criaram uma queda de braço entre o governo “israelense” e a gestão Biden, que não encontram uma solução para a crise onde possam sair vitoriosos. Crise essa profundamente agravada depois do ataque iraniano a bases militares “israelenses” no dia 13 de março.
Na Ucrânia, mais ainda, ninguém acredita que a Rússia possa ser derrotada de nenhuma forma, portanto, assim como disse o porta-voz do governo russo, a ajuda servirá apenas para causar mais prejuízo à própria Ucrânia.
A dificuldade em aprovar esses gastos no Congresso norte-americano revela as contradições dentro do regime político imperialista dos Estados Unidos, e a sua aprovação, mesmo sem nenhuma expectativa positiva, mostra a incapacidade desse regime de encontrar soluções reais para suas crises.
Para os povos que lutam contra a opressão mundial, no entanto, isso é uma boa notícia. O imperialismo se encontra em um beco sem saída, o que o leva a uma política errática e melhora as chances de todos os que levam adiante a luta contra ele.
