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Brasil

IBGE: escravidão doméstica tira mulheres jovens da vida social

Dados da PNAD de 2023 mostram os impactos das desigualdades sociais na vida de mulheres jovens

Trimestralmente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realiza a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) contínua que investiga um conjunto de informações conjunturais sobre trabalho e, anualmente, sobre temas importantes que permitem ampliar a leitura das condições sociais e seus impactos na vida das pessoas.

No último dia 22, os dados anuais do módulo Educação da PNAD foi apresentado e descortinou a situação de desigualdade entre homens e mulheres jovens no Brasil. Segundo a pesquisa, entre jovens com 15 a 29 anos, 19,8% não estavam ocupados nem estudando, proporção que era de 14,2% entre os homens e salta para 25,6% entre as mulheres.

Para 53,4% dos homens, o principal motivo para deixar a escola foi a necessidade de trabalhar, seguido pelo desinteresse em estudar (25,5%). Para as mulheres, o principal motivo também foi a necessidade de trabalhar (25,5%), seguido pela gravidez (23,1%).

Sabe-se que a educação, especialmente em países atrasados como o Brasil, é um fator positivo para qualidade de vida. Quanto mais anos de estudo, mais chances de inserção no mercado de trabalho, mais conhecimento sobre saúde e prevenção de doenças, menos uso de fumo e seus derivados, entre outras vantagens que se entrelaçam para montar o panorama das desigualdades sociais no país.

Cabe destacar que, no grupo de mulheres pesquisadas na PNAD, para 9,5% delas, as tarefas domésticas ou o cuidado de pessoas foram o principal motivo do abandono escolar, ou, até mesmo, por nunca frequentar uma escola. Entre os homens, este percentual foi inexpressivo (0,8%). Estes dados confirmam o peso dos afazeres domésticos na vida das mulheres, sendo mais uma barreira cultural e socialmente posta para este grupo.

A leitura desta realidade revela o papel social da mulher na sociedade de classes, fundamentada no modo de produção capitalista. Por mais que tenhamos avançado, há situações estruturais sustentadas pela organização social. As contradições que se depreendem desta leitura são diversas e vão da mais simples, que recrimina as mulheres que não querem engravidar ou que culpam os homens pela situação, até a mais complexa, que é uma subdivisão nas desigualdades que funciona como pesos que afundam, ainda mais, determinado grupo.

A superação desta condição não está centrada na divisão de tarefas domésticas, na maior inserção das mulheres no mercado de trabalho ou na ascensão de meia dúzia delas a cargos, ou comandos importantes. Isso são paliativos e sequer arranham o problema. Pelo contrário! Estudos já demonstram a tripla carga de trabalho da mulher – casa, trabalho e cuidado com outras pessoas – resultante de sua entrada no mercado de trabalho. No sistema capitalista, as tarefas são somadas, não superadas, pois não há mudanças relacionais orgânicas que permitam a ruptura do que está posto.

Portanto, a superação do problema está na superação da divisão de classes, que só é possível com a superação do capitalismo. Essa compreensão é básica para entendermos como funcionam os determinantes das desigualdades sociais e porque e como afetam os grupos de forma diferente. Apenas assim, conseguiremos enxergar o problema da raiz às folhas e organizar a luta mais eficiente e com a participação de todos, homens e mulheres, em prol da emancipação da classe trabalhadora.

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