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Líbano

Hesbolá se torna cada vez mais o dono do norte de ‘Israel’

Hesbolá demonstra estar pronto para 'guerra total', após ataques intensos contra 'Israel' em resposta aos ataques no sul do Líbano e no sul da Palestina ocupada

O Hesbolá, através do seu vice secretário-geral, xeique Naim Qassem, afirmou nesta terça-feira (4) que está preparado para uma guerra em grande escala se “Israel” optar por escalar o conflito no Líbano. “Se Israel quiser travar uma guerra total, estamos prontos para isso”, disse Qassem, acrescentando que qualquer expansão israelense resultará em “destruição, devastação e deslocamento em ‘Israel'”.

As declarações de Qassem surgem em meio a uma escalada de tensões, após ataques aéreos israelenses no Líbano e subsequentes retaliações do Hesbolá na Palestina ocupada. Ele também desmentiu rumores de que as forças de elite do Hesbolá estão se retirando da fronteira libanesa-israelense, destacando que essas alegações são falsas.

Qassem enfatizou que o Hesbolá utilizou apenas uma pequena fração de suas capacidades nos combates recentes e criticou as propostas de cessar-fogo do presidente dos EUA, Joe Biden, afirmando que ela tem “falta de objetividade” e é motivada por considerações políticas internas dos EUA, tal qual as eleições. Ele também apontou que não houve nenhuma decisão séria dos Estados Unidos para por um fim a guerra israelense no Líbano.

Incêndios colocam governo sionista em xeque

A imprensa “israelense” destacou os danos extensivos causados pelos recentes ataques do Hesbolá. Os incêndios, provocados por foguetes e drones lançados pela resistência libanesa, devastaram os territórios ocupados no norte da Palestina e nas Colinas de Golã (território ocupado pelos sionisas na Síria). Aproximadamente 10 quilometros quadrados de terra foram queimados no Golã ocupado, com cerca de 1 quilometro e 200 metros destruídos na Alta Galileia, incluindo 750 metros na reserva Naftali.

Os incêndios resultaram na hospitalização de 17 pessoas, incluindo sete soldados, no Hospital Ziv. Sharon Levi, diretora do assentamento das Colinas de Golã na Autoridade de Parques e Natureza de “Israel”, relatou danos grandes à Reserva Natural da Floresta Iehudia e ao córrego Zavitan, com vários trilhas de pedestres destruídos.

Eran Haims, diretor do assentamento da Alta Galiléia, enfatizou a gravidade dos danos, afirmando que a recuperação das áreas queimadas levará anos. Colonos israelenses expressaram sentimentos de abandono e negligência, especialmente na região norte, que foi severamente afetada pelos incêndios. “Sentimos que o norte está em apuros”, disse um colono em Katzrin ao portal de notícias Ynet.

A crise no norte de “Israel” e no Líbano continua crescendo com as comunidades locais enfrentando os impactos imediatos dos confrontos e incêndios devastadores e Netaniahu, primeiro-ministro de “Israel”, sendo pressionado para agir de maneira hostil contra o Líbano, mesmo tendo consciência de não ter condições de vencer.

Um correspondente da Corporação Pública de Radiodifusão de Israel (KAN), reportando de Quiriate Chimona, descreveu a cidade em chamas e afirmou que os pontos críticos transformaram-se em cinzas. A situação é crítica, com muitos colonos se sentindo traidos pelo governo central israelense, exacerbando as tensões e o separatismo da região, intensificando a crise do governo Netaniahu.

Diante desses eventos, o gabinete de guerra israelense se reuniu na noite de terça-feira (4) para discutir a situação no norte. A reunião foi acalorada, especialmente com a desmoralização do governo de Benjamin Netaniahu. O ministro da polícia de extrema direita, Itamar Ben-Gvir, intensificou a crise ao pedir ação militar em resposta aos incêndios, refletindo a divisão política interna.

Os incêndios não apenas destacaram a vulnerabilidade das áreas ocupadas do norte, mas destacaram o poder do Hesbolá frente a ameaça sionista. A visita de Ben-Gvir e de seus opositores políticos, Benny Gantz e Gadi Eizenkot, ao norte em viagens separadas, sublinha as divergências nas respostas a crescente incapacidade de gerir o genocídio e a ocupação imperialista.

A ofensiva do Hesbolá

Como prova de preparo militar e em retaliação ao genocídio perpetrado por “Israel”, o Hesbolá lançou uma série de ataques coordenados contra forças e instalações militares israelenses. Utilizando drones, mísseis guiados antitanque (ATGM) e foguetes de artilharia, os combatentes do Hesbolá demonstraram uma capacidade militar impressionante.

A ofensiva do Hesbolá começou às 9h15, com o disparo de vários projéteis de artilharia contra o quartel israelense Ramim. A ação marcou o início de um dia de intensos confrontos. Em um dos ataques mais notáveis, a organização lançou um enxame de drones suicidas contra o Quartel Ma’ale Golani nas Colinas de Golã.

No decorrer da tarde, os combatentes do Hesbolá continuaram sua ofensiva com uma série de operações. Às 16h40, a Resistência atacou um grupo de soldados israelenses em frente à cidade fronteiriça de Meis al-Jabal, seguido por um ataque simultâneo de artilharia na Base Naval Israelense em Ras al-Naqoura. Minutos depois, novos ataques atingiram soldados israelenses nas florestas de Bar’am e na instalação militar de al-Ramtha nas colinas libanesas ocupadas de Quifar Chouba. Às 17h05, unidades de artilharia bombardearam o local militar de Zibdine, nas fazendas de Shebaa.

No início da noite, em resposta a uma tentativa de assassinato de um combatente do Hesbolá em al-Naqoura, a Resistência realizou um ataque ao recém-criado posto de comando da brigada oriental em Liman. Mais tarde, às 20h, um novo ataque visou soldados israelenses na base militar de Zibdine.

A Unidade de Comunicação Social Militar do partido também divulgou diversos vídeos de operações recentes, incluindo um ataque significativo ao local de Birket Risha. As imagens mostraram um combatente do Hesbolá lançando um ATGM do tipo Almas contra a sala de comando e controle do local. O míssil, equipado com uma câmera que transmitia imagens em tempo real, impactou diretamente os alvos, apesar das tentativas dos soldados israelenses de escapar.

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