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Guerra 'Israel' - Palestina

Hamas e Jiade Islâmica se reunem com governo russo em Moscou

O encontro intra-Palestina está acontecendo em Moscou desde o dia 29/2 e inclui diversas organizações palestinas, tais como o Fatá, além de representantes da Síria e do Líbano

O governo da Rússia organizou um encontro inter-palestino em Moscou, onde se reuniram as principais forças políticas da Palestina. Não só o Hamas esteve presente, mas também a Jiade Islâmica, o Fatá e outras organizações. Igualmente se fizeram presentes representantes do Líbano e da Síria. Quem abriu o evento foi o próprio ministro das relações exteriores Serguei Lavrov. Seu discurso teve muitos pontos importantes a serem destacados.

De início, ele diz: “colegas, amigos, bem-vindos a Moscou. Estou contente por ter esta nova oportunidade de interagir com representantes da liderança de todos os principais partidos políticos palestinos. Compartilhamos relações próximas e duradouras”.

Ele então abordou a culpa do imperialismo na guerra: “uma onda sem precedentes de violência envolveu a Faixa de Gaza. Em grande parte, isso é resultado do impasse prolongado no processo de resolução do Oriente Médio, causado pelas tentativas dos EUA de monopolizar os esforços mediadores, encerrar o trabalho do quarteto de mediadores internacionais (EUA, Rússia, UE e Nações Unidas) e promover uma política que atenda aos seus interesses. Os Estados Unidos estão ignorando os interesses dos países da região, que foram distorcidos e ignorados por anos”.

Ele lembrou quando os EUA vetaram um cessar-fogo proposto pela Rússia: “em 15 de outubro de 2023, a Rússia apresentou um projeto de resolução ao Conselho de Segurança da ONU exigindo um cessar-fogo. Os Estados Unidos bloquearam tanto esse projeto quanto os esforços subsequentes para esse fim, usando repetidamente seu poder de veto. Todas as tentativas de aprovar uma resolução exigindo um cessar-fogo duradouro falharam. Em 20 de fevereiro de 2024, a mesma sorte se abateu sobre a iniciativa de nossos amigos da Argélia”.

Lavrov também denunciou que os EUA não desejam a criação do Estado da Palestina: “estamos cientes de inúmeros contatos confidenciais entre países individuais da região. Os Estados Unidos estão tentando de todas as formas assumir o papel de principal mediador. Mas, pelo que podemos ver nos relatórios disponíveis sobre essas conversas, não estamos falando de um estado palestino, mas de ‘normalização separadamente na Cisjordânia e na Faixa de Gaza”.

Ele comenta a situação terrível que existe na Cisjordânia: “a operação militar na Cisjordânia tornou-se tão séria e atroz quanto em Gaza. Como vocês devem se lembrar, ao longo dos anos, a Rússia, assim como alguns de nossos amigos no mundo árabe, como Egito, Argélia e outros países da região, fizeram tentativas de proporcionar a todos os palestinos a oportunidade de se encontrarem, remover mal-entendidos e restaurar a unidade. Acreditamos que esse é um objetivo importante. Oferecemos a vocês a oportunidade, sem restrições de tempo, de tentar encontrar soluções comuns para restaurar a unidade na plataforma da OLP”.

Ao fim do discurso, Lavrov concluiu: “o vice-ministro das relações exteriores, Mikhail Bogdanov, e o Professor Vitaly Naumkin continuarão trabalhando nisso e estarão lá para fornecer assessoria, se necessário. Espero que a tradicional hospitalidade russa contribua para o trabalho produtivo de vocês.

No dia seguinte ao início do evento, as organizações da resistência palestina publicaram uma nota conjunta:

Declaração emitida pela reunião das organizações palestinas em Moscou

As organizações palestinas reunidas na cidade de Moscou expressam a sua gratidão e apreço aos líderes russos por acolherem as suas reuniões e pela sua posição de apoio à causa palestina. Afirmam, à luz da criminosa agressão sionista contra o nosso povo, as consequências positivas e o espírito construtivo que prevaleceram na reunião, e concordaram que as suas reuniões continuarão. Um próximo diálogo para alcançar uma unidade nacional abrangente que inclua todas as forças e facções palestinas no quadro da Organização para a Libertação da Palestina, o único representante legítimo do povo palestino.

As organizações afirmaram o seu acordo sobre as tarefas urgentes que o povo palestino enfrenta e a sua unidade de ação para alcançá-las, são as mais importantes:

1- Enfrentar a criminosa agressão israelense e a guerra genocida travada contra o nosso povo na Faixa de Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém, com o apoio, assistência e participação dos Estados Unidos da América.

2- Resistir, parar e frustrar as tentativas de deslocar o nosso povo da sua terra natal, a Palestina, especialmente na Faixa de Gaza ou na Cisjordânia e Jerusalém.  Enfatizar a ilegalidade dos assentamentos de colonos e a sua expansão segundo as resoluções do Conselho de Segurança e a Assembleia Geral das Nações Unidas.

3- Trabalhar para levantar o cerco bárbaro imposto ao nosso povo na Faixa de Gaza e na Cisjordânia e prestar ajuda humanitária, vital e médica sem restrições ou condições.

4- Forçar o exército ocupante a retirar-se da Faixa de Gaza e impedir tentativas de estabelecer a sua ocupação ou controle sobre qualquer parte da Faixa de Gaza sob o pretexto de zonas tampão, e o resto dos territórios ocupados, e aderir à unidade de todos os territórios palestinos conforme a Lei Básica.

5- Rejeitar qualquer tentativa de separar a Faixa de Gaza da Cisjordânia, incluindo Jerusalém, como parte dos esforços para privar o povo palestino do seu direito à autodeterminação e estabelecer o seu Estado livre e independente com plena soberania sobre todos os territórios palestinos ocupados, tendo Jerusalém como capital, de acordo com as resoluções internacionais.

6- Apoiar a firmeza heroica do nosso povo guerreiro e a sua resistência na Palestina e o seu entusiasmo em apoiar o nosso povo na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, especialmente em Jerusalém, e a sua corajosa resistência, para superar as feridas e a destruição causadas pela criminosa agressão, e reconstruir o que a ocupação destruiu, e apoiar as famílias dos mártires e dos feridos e todos aqueles que perderam as suas casas, propriedades e recursos.

7- Enfrentar as conspirações da ocupação e as contínuas violações contra a abençoada mesquita de al-Aqsa, e os seus ataques à liberdade de culto durante o mês sagrado do ramadã, impedindo os fiéis de chegarem até ela e insistindo em resistir a qualquer dano à mesquita de al-Aqsa, a cidade de Jerusalém e seus lugares sagrados islâmicos e cristãos.

8- Apoio total aos corajosos homens e mulheres nas prisões que são submetidos a diversas formas de tortura e opressão, e a determinação de priorizar a realização de todos os esforços possíveis para libertá-los do cativeiro da ocupação.

9- Enfatizar a proteção da Agência Internacional de Ajuda e o seu papel vital no cuidado dos refugiados palestinianos até que o seu regresso seja conseguido, e implementar a Resolução n.º 194 das Nações Unidas.

10- As facções palestinianas saúdam a África do Sul pelo seu apoio ao povo palestino e pelo seu papel fundamental na apresentação de um caso a Corte Internacional de Justiça para responsabilizar a ocupação israelense pelo crime de genocídio.

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