Na última semana, grupos de esquerda vandalizaram os cartazes em defesa da Palestina impressos pelos Comitês de Luta. Dois grupos anarquistas não identificados picharam o símbolo do anarquismo em cima dos materiais, que estavam grudados em uma parede em Araraquara.
Além dos anarquistas, membros da Unidade Popular (UP) colaram o jornal A Verdade sobre os cartazes que denunciavam o sionismo. Também foi pichado “viva Manoel Lisboa” – uma espécie de ídolo e fundador do PCR, partido que é parte da UP – e “mulheres com o socialismo”.
Este é o mesmo grupo que chamou e aplaudiu a ação da Polícia Militar contra os militantes do Partido da Causa Operária (PCO) na manifestação do Dia da Mulher Trabalhadora em São Paulo, conforme denunciado por este Diário.
Segundo relatos, o Esquerda Marxista (atualmente Organização Comunista Internacional, a OCI) também procurou silenciar a campanha em defesa da Palestina ao colar outros cartazes em cima dos materiais dos Comitês de Luta.
As organizações que atacaram os cartazes em defesa da Palestina vem defendendo quase que de maneira sistemática a política do imperialismo diante de conflitos importantes. No caso da UP, por exemplo, estão contra a Rússia em sua guerra contra a OTAN na Ucrânia, estiveram contra a guerra de libertação nacional afegã do Talibã e contra os movimentos de resistências armadas que estão impondo a maior derrota a “Israel” desde sua fundação.
Finalmente, desde o dia 7 de outubro, com a deflagração da Operação Dilúvio de Al-Aqsa, a esquerda praticamente não fez campanha em defesa Palestina com exceção do Partido da Causa Operária (PCO), dos Comitês de Luta e de outras organizações menores. Pelo contrário, atacam a campanha realizada pelos apoiadores da luta do povo palestino.
Rui Costa Pimenta, presidente do PCO, teceu alguns comentários sobre o caso de vandalismo durante a última edição da Análise Política da Semana, transmitida pela Causa Operária TV (COTV). Pimenta relaciona a atuação dos grupos citados com o problema da liberdade de expressão, direito defendido pelos marxistas há séculos que, hoje, é atacado pelo imperialismo com respaldo da esquerda:
“Isso mostra o porquê a esquerda não defende a liberdade de expressão. Determinadas coisas que ela não gosta, aqui, no caso, a campanha da Palestina, ela procura silenciar o adversário ao invés de colocar sua opinião.
Isso é muito significativo porque nós vimos a esquerda defendendo a censura, toda a esquerda. Ela defende a censura porque ela pratica a censura. Quem conhece essa esquerda, nos sindicatos, nas organizações estudantis, sabe que eles são capazes de fazer qualquer loucura para impedir alguém de falar alguma coisa que eles não gostam. Nesse sentido, eles se sentiram totalmente à vontade com a campanha do ‘Xandão’ para estrangular a Internet.”
Até o momento, o Estado de “Israel” assassinou mais de 35.000 palestinos em Gaza, sendo 70% destes mulheres e crianças. Trata-se de um crime de guerra, guardadas proporções, inédito na história das guerras. Este caso mostra que a esquerda pequeno-burguesa não apoia, de fato, a Palestina, não se sensibilizam com o genocídio. Afinal, além de não fazerem nada a favor dos palestinos, sabotam a campanha e destroem o trabalho dos militantes que estão determinados a defender a Palestina contra os genocidas israelenses.