O último dia 15 de maio marcou o aniversário de 76 anos da Nakba. “Catástrofe”, em português, o acontecimento diz respeito a quando o sionismo, com o apoio do imperialismo, desatou uma operação de limpeza étnica na Palestina, expulsando cerca de 700.000 palestinos de suas terras e massacrando dezenas de milhares no processo.
É o acontecimento que marca a fundação do Estado genocida de “Israel” e, portanto, uma data muito importante para o povo palestino que, até hoje, luta para se livrar da ocupação sionista.
Desde 1948, “Israel” continuou realizando um sem-número de atos grotescos contra o povo palestino. Entretanto, a partir de 7 de outubro de 2023, a ocupação sionista iniciou um genocídio quase que inédito contra os palestinos, especialmente, da Faixa de Gaza.
Por conta dos bombardeios incessantes e das operações terrestres conduzidas pelo exército israelense, desde a data citada, “Israel” já assassinou mais de 35.000 palestinos, incluindo mais de 8.000 mulheres e 15.000 crianças. Um dos dados mais chocantes, entretanto, diz respeito, assim como na Nakba, à expulsão dos palestinos de suas terras.
Desde que o conflito se intensificou, “Israel”, por meio dos bombardeios, começou a empurrar a população palestina para o sul de Gaza, especificamente, para a cidade de Rafá. Em determinado momento, Rafá, uma cidade de apenas 64 quilômetros quadrados, chegou a comportar mais de 1,5 milhão de palestinos.
No total, entretanto, cerca de 1,7 milhão de palestinos, ou 75% da população, teria sido obrigada a se deslocar. Número que representa bem mais que o dobro de palestinos que foram expulsos em 1948.
Agora, “Israel” está realizando operações terrestres e bombardeios contra Rafá e, mais uma vez, obrigando os palestinos a se deslocarem. Segundo dados da UNRWA, uma agência da ONU, em cerca de 10 dias, mais de 600.000 palestinos foram obrigados a deixar Rafá. Sem ter, mais uma vez, para onde ir.
Nesse sentido, é possível caracterizar o que está acontecendo agora como uma segunda Nakba. Algumas pessoas consideram, inclusive, que seria até mesmo pior, como o importante historiador israelense Ilan Pappé, autor do livro A Limpeza Étnica da Palestina.
“A limpeza étnica é um crime terrível contra a humanidade, mas o genocídio é ainda pior”, afirmou Ilan Pappé à emissora catarense Al Jazeera no aniversário da Nakba deste ano. “Portanto, penso que estamos assistindo a uma transição da utilização da limpeza étnica como principal método para tomar a maior parte possível da Palestina, com o menor número possível de palestinianos – estamos avançando para um método muito mais letal, o do genocídio”, continuou.
Imagens podem descrever o sofrimento imenso do povo palestino com muito mais fidelidade que palavras. Nesse sentido, publicamos, abaixo, imagens divulgadas pela Al Jazeera que deixam claro que a Palestina vive, de fato, uma nova Nakba.
Antes de mostrarmos as fotos, entretanto, cabe ressaltar o seguinte: apesar de todo o sofrimento, a matança e a humilhação, o povo palestino nunca esteve mais próximo da vitória que nos dias de hoje. A operação Dilúvio de Al-Aqsa, deflagrada em 7 de outubro de 2023 pelo Hamas e demais organizações da resistência, colocou o regime israelense em xeque, desatando uma Revolução Palestina que pode, em breve, pôr fim à genocida ocupação sionista.