As últimas semanas foram marcadas por dar sequência à tendência política de elevação da temperatura nas lutas de classes e geopolítica.
Há um crescimento muito evidente para todos nós do acirramento da luta política e militar em várias partes do mundo, que pode ser notada no conflito entre os russos e ucranianos no continente europeu, principalmente na cidade Kharkiv na Ucrânia onde os primeiros efetuam uma ofensiva sobre os segundos, e a também no Oriente Médio, com a invasão das forças armadas sionistas de Israel no território palestino da cidade de Rafá para dar sequência ao genocídio em que as poderosas forças de Israel massacram civis desarmados.
Também houve outros acontecimentos que não parecem tão nítidos em um primeiro momento, que não demonstram apontar para uma ligação direta com a tendência política de agravamento das lutas de classes e geopolítica entre as nações, por uma própria inconsistência factual para se ter uma afirmação de uma tese desses ocorridos, mas que em se tratando da aplicabilidade de ferramentas metodológicas de investigação a partir da ciência política, pode-se vislumbrar determinados cenários para o ocorrido.
Vivemos em um mundo completamente polarizado, em que, portanto, acontecimentos extremos são corriqueiros, justamente por causa de que as classes sociais e nações diametralmente opostas nessa polarização são compelidas a se valerem desse tipo de ação política, econômica, militar e social. A burguesia em sua pregação religiosa e anticientífica, por meio dos monopólios de comunicação e das academias de ciências, difunde sua ideologia da normalidade democrática, da paz social e da harmonia entre os seres humanos. Apenas pessoas completamente tapadas e alienadas do meio em que estão inseridas podem acreditar nessa imaginária circunstância social quando facilmente nos deparamos com crianças, mulheres, jovens e idosos, nos sinais das avenidas das grandes metrópoles pedindo esmola para ter o que comer.
No mês de abril deste ano, a entidade sionista de Israel bombardeou a Embaixada do Irã em Damasco, capital da Síria. A ofensiva resultou em doze pessoas feridas e na morte de oito pessoas, que fazem parte do alto escalão da Guarda Revolucionária iraniana e das Forças Quds.
Em resposta, o Irã efetuou uma demonstração de força lançando mais de 300 misseis e drones no território israelense. A ação teve um caráter de demonstração de capacidade militar de avançar o espaço aéreo israelense e inclusive de alcançar bases militares da entidade colonialista. Ou seja, desnudar a fragilidade da defesa israelense.
É de conhecimento geral que o Irã conduz o processo de organização da resistência anti-imperialista em todo o continente do Oriente Médio, não restringindo suas ações somente a defesa de seu próprio território, mas estimulando, formando, capacitando e atuando, com demais nações e povos oprimidos, para reduzir cada vez mais a influência do imperialismo na região.
Agora no mês de maio, o helicóptero que transportava o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, e o ministro das relações exteriores, Hossein Amir-Abdollahian, sofreu um acidente que resultou na morte de ambos. Tem sido veiculado pela imprensa de que o acidente teria sido ocasionado por causa do mal tempo e as condições da configuração territorial na região onde o helicóptero caiu.
Antes desse ocorrido com as autoridades iranianas, em outra parte do mundo, no continente europeu, o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, sofreu uma tentativa de assassinato na cidade Handlová após uma reunião de governo.
Fico tem tido um papel importante dentro da OTAN, cumprindo a tarefa juntamente com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, de se contrapor de forma aberta a aventura belicista da OTAN na Ucrânia contra a Rússia, cortando fornecimento de armamentos e financiamento aos ucranianos.
As posições de Fico e Orban são expressões na realidade de reivindicações populares que não veem sentido concreto no fomento a guerra na Ucrânia, pois o conflito militar não resulta em melhorias concretas nas condições de sobrevivência da população. Pelo contrário, os recursos que deveriam ser destinados para garantir melhores condições de vida do povo, são desviados para uma guerra sem sentido para o povo e que apenas tem o intuito de engordar o bolso dos grandes capitalistas.
Vemos que algumas figuras com papel de destaque no processo de contraposição política e militar ao imperialismo foram elementos centrais de episódios que deveria minimamente nos colocar com a pulga atrás da orelha.
É necessário continuar acompanhando de perto a situação e os próximos desdobramentos. De toda maneira, é evidente a intensificação da polarização de forma generalizada em todo o mundo. As forças políticas anti-imperialistas e de esquerda, precisam dar um caráter consciente a essa polarização e aglutinar cada vez mais em torno de si, as grandes massas trabalhadoras.
