Uma carta enviada por 101 ex-funcionários da BBC ao diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, trouxe à tona denúncias importantes sobre a cobertura da empresa do genocídio na Faixa de Gaza. A denúncia, divulgada pelo jornal The Independent, acusa a BBC de ser pró-Israel em sua cobertura, apontando a falta de “jornalismo justo, preciso e baseado em evidências” nos relatos sobre Gaza.
Entre os signatários do apelo público está a ex-ministra das Relações Exteriores britânica, a baronesa Sayeeda Warsi, que expressou sua insatisfação com o direcionamento editorial da emissora. Na carta, os ex-funcionários apelam para que a emissora volte a se comprometer com seus “mais altos padrões editoriais” – não se sabe ao certo que “altos padrões editoriais seriam estes” – e garanta uma cobertura justa, precisa e imparcial do conflito.
Denúncias de parcialidade na cobertura
Os ex-funcionários detalham que o jornalismo da BBC tem omitido informações essenciais sobre o bloqueio a Gaza, incluindo a proibição imposta por “Israel” ao acesso de jornalistas estrangeiros à região. Segundo eles, a ausência dessa informação resulta em uma distorção dos fatos, que ameniza a realidade terrível enfrentada pelos palestinos. Para esses ex-funcionários, a BBC também falha ao fornecer um histórico do conflito, deixando o público sem uma compreensão completa das causas e das consequências da ocupação sionista.
Um ex-funcionário, que preferiu manter o anonimato, afirmou ao The Independent que a confiança dos profissionais dentro da emissora nunca esteve tão baixa. “Alguns colegas deixaram a BBC nos últimos meses porque simplesmente não acreditam que nossa cobertura de ‘Israel’ e Palestina é honesta”, comentou. Outro ex-integrante da equipe da emissora relatou que a BBC está “perdendo a confiança do público ao redor do mundo” com uma cobertura que, segundo ele, suaviza as ações de “Israel”.
A BBC respondeu às denúncias afirmando ter compromisso com a imparcialidade e alegando que adota “padrões de excelência jornalística”. A emissora também desqualificou as alegações de parcialidade, atribuindo-as a interpretações subjetivas de seus críticos. Entretanto, fato é que, como jornal imperialista, sua política é justamente a de dar cobertura para os crimes cometidos por “Israel” na Faixa de Gaza. Para tal, por exemplo, calunia o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe), afirmando tratar-se de uma organização terrorista de malucos sanguinários.