Após o prazo dado pela UERJ expirar às 10h desta quinta-feira (12) para que desocupassem os locais o campus do Maracanã, os estudantes mantiveram a ocupação. Sem vitórias do movimento, os alunos decidiram manter a manifestação. A mobilização acontece, pois a universidade cortou os auxílios de grande parte dos estudantes. Segundo a própria universidade, serão 1,2 mil que serão excluídos do programa.
A ocupação começou em 26 de julho, com o objetivo de contestar mudanças nas regras para a concessão de bolsas e auxílios de assistência estudantil para alunos de graduação. A ocupação se expandiu para o Pavilhão João Lyra Filho, o principal prédio do campus Maracanã, o que resultou na suspensão das aulas.
Os estudantes exigem a revogação do Ato Executivo de Decisão Administrativa (Aeda) 038/2024, que, entre outras mudanças, define que o Auxílio Alimentação será concedido apenas para alunos cujos cursos estejam localizados em campi sem restaurante universitário. O valor do auxílio será de R$ 300, pago mensalmente, dependendo da disponibilidade de recursos. Ou seja, cortou o auxilio da maioria dos estudantes, pois o principal campus possui restaurante universitário.
Outra medida da Uerj estabelece que para ter direito aos auxílios e à Bolsa de Apoio à Vulnerabilidade Social, o estudante deve ter uma renda familiar per capita bruta de até meio salário mínimo vigente (atualmente cerca de R$ 706). Para receber os auxílios, é necessário comprovar a renda através do Sistema de Avaliação Socioeconômica. Mais uma medida de corte dos auxílios.
A Uerj afirma que as bolsas de vulnerabilidade foram criadas durante a pandemia, em um regime excepcional, e que seu pagamento depende da disponibilidade de recursos. Atualmente, 9,5 mil alunos, de um total de 28 mil, continuam recebendo esses auxílios. A verdade é que o governo neoliberal do bolsonarista Cláudio Castro não garante um orçamento para a UERJ.
A Uerj solicitou a reintegração de posse dos prédios ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A universidade também pediu uma liminar para que a desocupação ocorra sem a intervenção da Polícia Militar. Agora o movimento enfrenta a repressão da polícia.