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8 de janeiro

Esquerda pequeno-burguesa tem a ilusão de que controla o Estado

Há um setor da esquerda que acha bonito gritar "Sem Anistia", mas não tem o poder necessário para punir quem acha que deve. No máximo, serve de claque para o Judiciário

Tiro saindo pela culatra

“Sem anistia para os golpistas”, esse é o nome do artigo assinado por Edson Santos no Brasil 247. O texto foi publicado neste 13 de janeiro, e replica uma ideologia repressiva que se instalou na esquerda, que acredita poder punir todos os seus adversários na forma da Lei. Apenas se esquece que não controla as instituições do Estado, mesmo que tenha eleito um presidente.

O olho da matéria poderia ser atribuído a qualquer juiz, ou ministro do Supremo Tribunal Federal – STF, instituição fundamental para o golpe de 2016: “Não há perdão para quem atenta contra a democracia, contra seu país e contra o seu próprio povo. O perdão soaria como impunidade”.

Em política é fundamental fazer um diagnóstico correto para as coisas, para que isso possa nortear as ações da classe trabalhadora no seu confronto contra a burguesia. No entanto, quem não cai na histeria alarmista de determinados setores da esquerda é logo atacado, como se vê no primeiro parágrafo:

“Para se posicionar de forma oportunista entre a esquerda e o bolsonarismo, com vistas às próximas eleições, há uma corrente política que busca minimizar a gravidade dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Em suas manifestações, esse grupo distorce o real significado do ataque à Praça dos Três Poderes, há um ano, e tenta estabelecer falsa simetria com enfrentamentos ocorridos durante outras manifestações, protagonizadas por militantes de esquerda”. – grifos nossos.

Embora não cite o PCO, a crítica é óbvia. O que o autor da matéria faz é confundir o dar o nome correto aos eventos com ‘minimizar’. Trata-se de um erro primário. Na invasão do Capitólio, por exemplo, começou uma gritaria em parte da esquerda, aquela que apoiou Biden, de que seria uma tentativa de golpe. Ainda que ninguém tenha se dado ao trabalho de explicar como um grupo desarmado, com um sujeito com um chapéu de chifres, iria tomar o poder no país mais poderoso do mundo.

A histeria utilizada para descrever os eventos nos Estados Unidos foi repetida no Brasi, quando um grupo de bolsonaristas, desarmados, invadiram prédios públicos na Praça dos Três Poderes, no Distrito Federal.

Qual é importância de se caracterizar corretamente as coisas: invadir prédios públicos é uma prática corriqueira da esquerda. Se isso passar a ser considerado tentativa de golpe, ou “abolição violenta do estado de direito”, essa acusação pesará sobre indígenas, sobre os trabalhadores sem-terra e demais setores da classe trabalhadora. Isso o PCO deixou completamente esclarecido.

A verdade se impõe

Toda a grande imprensa sentiu o cheiro da inépcia política da esquerda pequeno-burguesa e começou a tratar o 8 de janeiro como tentativa de golpe. Globo, Estadão, Folha de São Paulo, STF etc., todos fecharam questão: GOLPE. A primeira coisa que todos deveriam pensar é no porquê dessa tomada de posição. A resposta é simples, isso pode muito bem ser usado contra a esquerda.

Não demorou muito e já temos um primeiro exemplo contundente. Matéria publicada no Brasil de Fato neste dia 12 traz o seguinte título: “Polícia de SP tenta igualar jovens presos em ato do Passe Livre aos golpistas de 8 de janeiro”. No olho lemos o seguinte: “Polícia alega que detidos estavam encapuzados, portando armas brancas e gasolina. Sete foram indiciados por tentativa de abolir o Estado de Direito, mesma acusação que pesa contra bolsonaristas que tentaram golpe em Brasília”. Mais claro que isso, impossível.

Essa esquerda que se apressa em chamar os outros de centristas, ou estarem próximas do bolsonarismo, é ela que está a serviço da direita, pois apoia atos repressivos. Não adianta arrotar “Sem anistia para os golpistas! Bolsonaro na cadeia!”, não é a esquerda que controla o Estado. A Justiça está nas mãos da direita. E, caso Bolsonaro venha a ser preso, será por conveniência, será por uma decisão da burguesia. Ou alguém vai levar a sério o Judiciário no país do Mensalão e da Lava-jato?

O crime de “instigação”

Segundo Edson Santos, os atos “tiveram o claro objetivo de instigar um golpe militar para restabelecer Jair Bolsonaro como presidente do Brasil”. Como assim, instigar? Os dicionários dizem que instigar significa encorajar, estimular, persuadir etc. Desde quando isso é crime? Até já podemos imaginar a cena ridícula: os militares estavam ali, tranquilos em seus quartéis, pintando um meio fio, lubrificando suas armas, garantindo a democracia; quando, de repente, inspirados pela invasão dos prédios públicos, decidem tomar o poder.

Como se não bastasse a fantasia, Santos diz que os atos foram “realizados com organização militar e táticas de guerrilha para abolir pela violência a democracia”. Quais exatamente? Uma guerrilha sem armas é difícil de levar a sério. Muito menos devemos considerar uma colocação que diz que “o objetivo principal era criar um clima de pânico que poderia justificar a tão desejada intervenção militar e a destituição do governo recém-empossado”.

Armadilha

Isso que determinados setores da esquerda vêm fazendo é dar um tiro no próprio pé, a realidade comprova. Estão chamando de golpe uma manifestação com depredação de prédios públicos. Então, que ninguém ouse fechar uma rodovia ou invadir uma câmara de vereadores etc., pois será prontamente processado por tentar abolir violentamente o estado de direito.

Outro tiro no pé que esquerda está dando é sua bênção à lei que vai “regulamentar” as redes. Não por menos e as organizações Globo estão pedindo que se puna quem mentir nas redes sociais, pois sabe que poderá a continuar mentindo impunemente. A esquerda, no entanto, será censurada não por mentir, mas por dizer a verdade. Como no caso de Breno Altman e companheiros do PCO, que ousaram criticar os sionistas, que estão promovendo, ao vivo em cores, um dos piores crimes contra a humanidade de que se tem notícia.

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