Neste domingo (31), foi realizado mais um ato em defesa da Palestina, convocado pela Frente que tem organizado os atos em defesa da Palestina em São Paulo. O ato foi convocado para a Praça Oswaldo Cruz, no começo da Avenida Paulista. Embora o PCO e os Comitês de Luta já estivessem se organizando para a realização de outro ato, no MASP, durante a tarde, em protesto à memória dos 60 anos do golpe militar no Brasil, a direção partidária optou por juntar os dois atos e aderir à manifestação em defesa da Palestina, que ocorreu durante a manhã, mas colocando a questão da ditadura militar na convocação e nos materiais do ato também.
O fato de a manifestação ter sido convocada foi algo positivo, mesmo que tenha ocorrido de última hora, com a arte de divulgação saindo na quinta-feira à noite para um ato que estava para ocorrer no domingo. No entanto, como foi colocado por João Caproni Pimenta, da direção nacional do Partido da Causa Operária, “há setores da esquerda pequeno-burguesa que tratam os atos em torno da questão palestina como se fossem uma espécie de ‘missão diplomática’, mandam apenas um representante para falar lá e não mobilizam ninguém”.
O resultado foi que 80% do ato era composto pelos militantes e simpatizantes do PCO. Alguns grupos, como o PSTU, enviaram apenas as três pessoas que falaram no carro de som, não se via nenhum militante ou bandeira no meio dos manifestantes. PSOL, PT e PCdoB, os maiores partidos da esquerda, não se dignificaram a enviar nem uma única pessoa para a manifestação. O resultado é que alguns grupos minúsculos, que sequer têm legenda ou são partidos legalizados, acabaram superando em número de pessoas as organizações supracitadas.
João ressaltou que “há, claramente, um boicote dos atos por parte de um setor do movimento”.
A ação já se manifestou em diversas outras ocasiões. Foram esses mesmos setores que pediram para o PCO não levar suas bandeiras nos primeiros atos, também foram eles que procuraram impedir que os militantes do PCO exaltassem o Hamas e a resistência armada no carro de som do ato. Em um ato mais recente, esses mesmos setores fizeram pressão para que o PCO sequer pudesse discursar no carro de som do ato.
Esse boicote também encontra terreno fértil na total inação do PT e da CUT. No ato do dia 23, o PT já deixou claro que está numa política confusa e suicida de não mais convocar o povo a sair às ruas e contar apenas com o apoio das famigeradas ‘instituições’. Graças a isso, fica fácil para qualquer grupo da esquerda pequeno-burguesa tentar esvaziar os movimentos de rua.
Dar continuidade ao movimento
Embora haja uma clara tentativa de desmobilizar o movimento por parte dos setores capituladores da esquerda pequeno-burguesa, a política do PCO é impulsionar esse movimento para que ele cresça cada vez mais. Tendo em vista que a resistência armada palestina coleciona vitórias políticas e militares todos os dias, e isso tem aumentado no último período, é preciso aproveitar para tomar as ruas com o povo no Brasil e fazer com que a muito provável derrota de “Israel” se traduza em uma derrota da direita aqui também.
É por isso, que o Partido, junto aos Comitês de Luta, está convidando todos para uma manifestação no dia 6 de abril, próximo sábado, para marcar o fim do período de Ramadã, importante período sagrado dos muçulmanos, o qual foi marcado por grandes mobilizações em defesa dos palestinos no mundo árabe e no restante dos países do mundo.
Esse próximo ato, segundo o companheiro João Pimenta “será ainda maior do que o último” e marcará uma nova etapa na campanha em defesa da Palestina por parte do Partido da Causa Operária, que está promovendo diversas iniciativas para o próximo período.
A campanha “O Hamas conta o seu lado” irá contar com a divulgação das entrevistas com as lideranças do Hamas, as quais serão publicadas em vídeo e também em versão escrita (livro impresso e livro digital gratuito). Esse material será distribuído através de QR code em panfletos para a população nas ruas e também em pen drives e DVDs para personalidades e autoridades políticas do país. A ideia é desmascarar, entre a população brasileira, as mentiras do sionismo contra o Hamas.
Convidamos todos os camaradas a participarem das atividades seguintes em defesa da Palestina promovidas pelo PCO, que vão muito além de atos de rua. É preciso mobilizar a população amplamente para a defesa dos palestinos em todo o Brasil. Uma revolução está em andamento na Palestina e toda a população deve apoiá-la e participar dela conforme for possível.
Por fim, um destaque para o faixão do PCO que “voltou à vida” neste último ato, agora em versão dois metros maior, após ter sido sequestrado pela PM de São Paulo no ato do dia 8 de março, por ordem dos setores reacionários da esquerda pequeno-burguesa que tinham acabado de censurar o Partido de falar no carro de som.