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Editorial

Entregar tudo para a direita: a troco do quê?

Com a proximidade das eleições municipais, PT aposta todas as fichas em alianças grotescas

Nessa sexta-feira (2), a ex-prefeita Marta Suplicy regressou oficialmente às fileiras do Partido dos Trabalhadores (PT). Contando com a presença do presidente Lula e de mais outros 1.000 convidados, o evento de filiação de Suplicy foi apresentado como uma grande festa por seus apoiadores. A ex-prefeita havia deixado o partido em 2015, quando este sofria um golpe

No mesmo dia, o presidente Lula participou, junto com Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo pelo Republicanos, do lançamento de um túnel submerso que conectará o Porto de Santos ao Guarujá. Na ocasião, Lula se dirigiu a Tarcísio de forma descontraída e disse, referindo-se à derrota de Fernando Haddad em 2022: “o que eu vou lamentar? Eu tenho que parabenizá-lo e me preparar para derrotá-lo nas próximas eleições”.

Os dois eventos, embora guardem algumas diferenças superficiais, possuem o mesmo conteúdo. Trata-se da política de “reciclagem de lixo golpista” que o PT vem promovendo, tendo em vista as eleições.

No caso de Tarcísio de Freitas, o objetivo de Lula é fazer um aceno a uma figura nitidamente identificada com o bolsonarismo. Tarcísio foi o candidato de Jair Bolsonaro em 2022 e só venceu por causa desse apoio. Seu primeiro ano foi marcado pelas privatizações – em especial, a da Companhia de Água e Saneamento de São Paulo, a Sabesp. Marta Suplicy, por sua vez, era filiada ao PT até 2015, quando abandonou o partido para apoiar o golpe de Estado. Suplicy, inclusive, se filiou ao MDB, o partido de Michel Temer, que assumiu a presidência da República logo após a derrubada da presidenta do PT. Essa mesma mulher, agora, é recebida com honrarias para ser candidata a vice-prefeito da cidade mais importante do País.

Os acenos à direita não são por acaso. Eles partem de uma mentalidade comum no PT: a de que, para conseguir a tão almejada “governança”, o partido deve abrir mão de seus princípios, de seus candidatos e de seu programa, entregando tudo para direita. Tanto é assim que, em 2024, o PT lançará o menor número de candidatos a prefeito em capitais dos últimos 32 anos! Chama ainda mais atenção o caso de São Paulo, em que o PT não terá candidato a prefeito, sendo que já elegeu três prefeitos durante a história da cidade, e o de Salvador, sendo que o PT governa o estado da Bahia.

O problema dessa política é que, em primeiro lugar, ela sacrifica o partido em nome de um governo. E as consequências dessa política são duradoras: basta ver o caso do Rio de Janeiro, onde o PT foi praticamente liquidado. O segundo problema é que, no final das contas, ela não resolve nada. Como os acordos no Congresso têm mostrado, a política do “toma lá, dá cá”, nas atuais circunstâncias, em que a correlação de forças é muito desfavorável, é, na verdade, apenas um “toma lá”. Ainda que ceda todas as principais candidaturas para seus inimigos políticos, o PT não tem garantia alguma de que isso irá facilitar a vida de um governo cada vez mais emparedado.

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