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Uriel Schramm

Dirigente nacional da Aliança da Juventude Revolucionária e estudante da UnB. Apresenta de segunda a sexta o programa Reunião de Pauta na COTV. É membro da Coordenação Nacional dos Comitês de Luta e responsável pela organização dos comitês de juventude em todo o País.

Coluna

Enquanto esquerda cirandeira só promete, PCO defende Palestina

É fácil dizer no X o que é um hijab ou o quão lutador você é pela causa Palestina, agora fazer campanha de rua

Fazem agora, em 2024, quatro anos desde que entrei para o PCO. Portanto, se completam quatro anos desde que passei a ter uma atuação séria e um trabalho real para a luta da classe operária e da revolução socialista. Nunca aprendi tanto em minha vida, mas hoje queria compartilhar um aprendizado importante: via de regra, as pessoas, ainda mais na política, não são o que dizem, ou não praticam o que defendem. Infelizmente, isso não vale apenas para a direita, mas encaixa muito bem com a esquerda brasileira.

Mesmo quatro anos sendo pouco tempo, quando comparado à história e à tradição do partido, para mim, é impossível contar quantas vezes já me deparei com figuras da esquerda que falam como se fossem grandes revolucionários, mas que, na prática, são tão inofensivas para a burguesia quanto um grão de areia no deserto. Sem falar na direita: não consigo pensar em uma coisa que seja verdadeira de praticamente qualquer discurso, programa ou artigo da direita brasileira.

Podemos utilizar o método indutivo, método que, antes de entrar no PCO, nunca vi ser aplicado para questões sociais e políticas. No fundo, é simples: esse método segue os princípios da ciência experimental. A partir de premissas consideradas verdadeiras, conduzem-se observações por meio de uma série de experimentos para testá-las e formular uma teoria.

Fizemos isso, por exemplo, para constatar que a campanha da esquerda mais popular entre a população, quando Bolsonaro foi eleito as custas da prisão de Lula, era, justamente, o “Fora Bolsonaro”, e não outras. A saída de adesivos Fora Bolsonaro era tão grande, que a fonte e a arte feitas pela equipe de agitação e propaganda do PCO se tornaram a arte oficial da campanha e uma das mais utilizadas para campanhas políticas até hoje. 

Se aplicarmos o mesmo método para a quantidade de vezes que algum esquerdista diz defender o povo ou diz defender os palestinos, por exemplo, mas não organiza nada além de seu próprio quarto, não teríamos uma apenas uma teoria, mas um verdadeiro imperativo que tomou conta da esquerda brasileira.

Quem não acompanhou as bravatas da esquerda para lutar contra o Bolsonaro, mas viu que, na prática, esperaram anos e dezenas de atos do PCO e anos de Bolsonaro para fazer uma única manifestação? Depois, fizeram mais questão de participar para chamar os tucanos e para criticar o Lula nos atos, do que para qualquer outra coisa.

Quem não escutou a esquerda falando que nas eleições de 2022, precisávamos de “unidade contra Bolsonaro”, mas se deparou com o tudo quanto é partido de esquerda lançando candidato próprio ao invés de apoiar Lula, o único capaz de ganhar de Bolsonaro?

Quem nunca viu, agora na campanha em defesa da Palestina, um esquerdista falar sobre todo seu amplo conhecimento histórico da Palestina e de seu sofrimento, mas ele não trazer uma pessoa para uma manifestação e ele não distribuir um panfleto na rua?

Boa parte do que a esquerda promete, ou diz fazer, podemos jogar direto na lata do lixo. Digo isso, com pesar, pois é lógico que seria melhor para o País uma esquerda forte, massiva e com uma digna tradição marxista. Digo isso, também, para que os militantes do nosso partido não se percam nas provocações desta mesma esquerda diletante que late muito, mas não faz nada.

Na rua, como os militantes do partido não levam muito desaforo para casa, é mais difícil criticar, mas no Twitter e em alguns jornais fuleiros, a esquerda ataca nossa participação na campanha em defesa da Palestina. Dizem que somos “antissemitas”, “islamofóbicos”, que estamos “roubando o movimento”, que “o PCO não entende nada da luta árabe”. Foi dito para uma militante nossa, por exemplo, que ela não sabia exatamente como utilizar a palavra hijab, e que, portanto, estaria desautorizada a defender plenamente o povo palestino como faz.

Fato é que o PCO tirou quase um milhão de materiais e está diariamente nas ruas panfletando para o povo. Povo esse que não faz a menor ideia das diferenças entre burca, niqad e hijab, muito menos conhece profundamente a cultura palestina. Mas antes qualquer um do nosso povo que queira de fato ir para a rua, lutar, organizar manifestações, do que qualquer esquerdista que prefere criticar o setor mais ativo da campanha do que pôr as mãos na massa.

É tanto diletantismo, que mesmo expulsando o PCO das reuniões “oficiais” de organização dos atos em defesa da Palestina, o partido ainda é o que mais leva gente para os atos. Pode-se dizer que é palhaçaria de circo, e, por isso, não devemos levar as críticas, por mais exageradas que sejam, a sério. Depois que o PSTU, o PCB, o PSOL, a UP e qualquer outro grupo fizerem um décimo do que o PCO faz pela palestina, aí podemos considerar.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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