Entre os dias 5 e 7 de abril, o Sindicato dos Bancários de Brasília irá realizar o Encontro estadual dos trabalhadores bancários de bancos privados.
Os bancários de conjunto, e em especial, os funcionários de bancos privados, têm sentido na pele os ataques dos patrões contra as suas já precárias condições de vida.
Os salários da categoria têm sofrido ao longo de muitos anos um violento arrocho, caindo ao nível mais baixo de toda a sua história. Demissões, arbitrariedades, pressões, acontecem como se fossem normais, sem o mínimo respeito ao trabalho dos bancários.
Os funcionários de bancos privados além de sofrerem todo tipo de arbitrariedade, pressões, arrogância por parte dos gerentes e chefetes puxa-sacos dos banqueiros, convivem com o fantasma das demissões rondando suas cabeças. Essa ameaça constante, leva muitos dos trabalhadores a situações de nervosismo, stress, neuroses e desespero.
Do ano de 2014 até abril de 2023, os banqueiros extinguiram cerca de 70 mil postos de trabalho e o fechamento de 5.716 agências bancárias. Além deste gigantesco número de demissões existe a questão da rotatividade, em que os banqueiros demitem um bancário mais antigo, que tem um salário um pouco melhor, e contrata outro trabalhador com um vencimento muito menor. Isso sem falar na questão das terceirizações, uma jogada dos banqueiros para aumentarem, ainda mais, os seus já fabulosos lucros.
É nesse contexto que os bancários de bancos privados de Brasília irão dar o pontapé inicial da campanha salarial da categoria, que tem a sua data base em setembro, realizando o seu encontro regional no próximo final de semana. O encontro deve ter como ponto fundamental, organizar a vanguarda e a base dos trabalhadores bancários no sentido de armá-los politicamente para os enfrentamentos com os patrões que, sem dúvida nenhuma, estão por vir.
Os banqueiros brasileiros (e logicamente os internacionais), setor mais parasitário da economia, vêm se destacando ao longo dos últimos anos como os mais rentáveis, superando, inclusive, os bancos de toda a América Latina. Somente no ano passado os três maiores bancos privados do Brasil, Itaú/Unibanco, Bradesco e Santander, lucraram nada menos do que R$ 61,3 bilhões. Enquanto o lucro desses banqueiros se dá em grande medida graças ao golpe da política do Banco Central “independente” estabelecido no governo Bolsonaro e aprovado no reacionário Congresso Nacional, voltado para atender os interesses dos banqueiros, os trabalhadores bancários encontram-se numa situação de verdadeiro desespero financeiro através do arrocho salarial e demissões.
O que se coloca para os bancários nesse momento, é preparar e organizar uma forte reação contra a ofensiva dos patrões, respondendo ao plano de ataques aos trabalhadores com um programa de lutas pelas reivindicações e expresse conscientemente os interesses da categoria, que tenha como principais eixo: reposição integral das perdas salariais; piso salarial de R$ 7 mil; estabilidade no emprego.
