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Economia

Encontrado petróleo na Margem Equatorial; hora de explorá-lo

A Petrobrás deve ser 100% estatal. Enquanto não for, o dinheiro do petróleo vai continuar indo para fora do País

Nessa terça-feira (9), a Petrobrás anunciou a descoberta de novas reservas de petróleo na Margem Equatorial, região geográfica que se estende da foz do rio Oiapoque, perto da fronteira com a Guiana, ao litoral norte do Rio Grande do Norte, abrangendo as bacias hidrográficas da foz do rio Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Bacia Potiguar.

Segundo informações da Agência Brasil, as reservas foram descobertas no poço exploratório Anhangá, próximo à divisa entre os estados do Ceará e do Rio Grande do Norte, destacando que a acumulação de petróleo “foi localizada em uma profundidade de 2.196 metros e em um ponto localizado a cerca de 190 km de Fortaleza e 250 km de Natal”.

A nova descoberta serve para reforçar que a Margem Equatorial pode ser, de fato, o novo Pré-Sal no que diz respeito a seu potencial energético. Em matéria publicada na revista Exame, em fevereiro de 2024, Luciana Costa, diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, afirmava que “no pré-sal, de reserva aprovada, temos 14 bilhões de barris de óleo. Na margem, que ainda precisa fazer a pesquisa exploratória, pode ter de 10 a 25 bilhões de barris de petróleo“.

Em relação à mais recente descoberta, a Agência Brasil informa ainda que esta não é a primeira vez este ano que reservas são descobertas na Bacia Potiguar, pois a Petrobrás já havia encontrado petróleo no poço de Pitu Oeste, localizado a apenas 24 km de Anhangá. Conforme nota publicada no portal da Petrobrás, a empresa “é a operadora de ambas as concessões e detém 100% de participação”. 

Ao comentar sobre a notícia, Jean Paul Prates, o presidente da Petrobrás, destaca que a tecnologia de que dispõe a empresa e o alto nível técnico de seus funcionários permitem que a exploração do petróleo nacional seja realizada sem riscos para o meio ambiente:

“A companhia possui um histórico de quase 3 mil poços perfurados em ambiente de águas profundas e ultraprofundas, sem qualquer tipo de intercorrência ou impacto ao meio ambiente, o que, associado à capacidade técnica e experiência acumulada em quase 70 anos, habilitam a companhia a abrir novas fronteiras e lidar com total segurança suas operações na Margem Equatorial.”

Ante a descoberta, a Petrobrás anunciou que continuará realizando a exploração de petróleo no âmbito dessa concessão, com o objetivo de “avaliar a qualidade dos reservatórios, as características do óleo e a viabilidade técnico-comercial da acumulação”, garantindo que a “a perfuração deste segundo poço exploratório foi […] concluída com total segurança, dentro dos mais rigorosos protocolos de operação em águas profundas”, concluindo queestá preparada para realizar com total responsabilidade atividades na Margem Equatorial“.

Em declaração sobre a descoberta, Joelson Mendes, o diretor de Exploração e Produção da Petrobrás, destacou a importância da Margem Equatorial para o futuro da própria empresa e o desenvolvimento do Brasil:

“Com o avanço da pesquisa exploratória da Margem Equatorial brasileira, aumentamos o conhecimento desta região, considerada como uma nova e promissora fronteira em águas ultraprofundas, que será fundamental para o futuro da companhia, garantindo a oferta de petróleo necessária para o desenvolvimento do país.”

Sobre isto, a Petrobrás, em seu comunicado, destaca que as mais recentes experiências da Guiana e do Suriname na exploração de suas próprias reservas de petróleo demonstram a importância de se explorar a Margem Equatorial, em busca dessa reserva energética, para que ela seja utilizada como indutora do desenvolvimento brasileiro e para a melhoria da vida da população. 

A Guiana, em especial, é a economia que mais cresce no mundo, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), com um crescimento de 62% apenas no ano de 2022. E isto graças à exploração de petróleo que vem sendo realizada lá ao menos desde 2015. Atualmente, as reservas de petróleo da Guiana totalizam 11 bilhões de barris, o que coloca o país entre os 20 maiores em termos de potencial exploratório. 

Destaca-se que a Guiana possui uma área total de apenas 214.969 km², em comparação aos 8.515.767 km² do Brasil. Além disto, segundo informações do portal da Petrobrás, a Margem Equatorial se estende por mais de 2.200 km ao longo da costa. Em comparação, a extensão litoral da Guiana é de apenas 459 km. 

Dessa forma, conforme conclui a própria Petrobrás, a Margem Equatorial “pode garantir a demanda energética do país”.

Conforme previsto no Plano Estratégico 2024-2028, a empresa pretende investir US$7,5 bilhões (R$38,07 bilhões) em exploração de petróleo no Brasil até 2028, sendo US$3,1 bilhões (R$15,73 bilhões) na Margem Equatorial, prevendo “perfuração de 50 novos poços exploratórios no período, sendo 16 na região da Margem Equatorial”. 

Conforme consta do portal da Petrobrás, a empresa “já perfurou mais de 700 poços na Margem Equatorial e tem como valor garantir uma atuação segura e responsável. Seguimos os mais rigorosos padrões operacionais, técnicos e de segurança buscando suprir a demanda energética da sociedade brasileira”.

Diante dessa notícia, é fundamental reiterar a importância da reestatização da Petrobrás. Nesse sentido, a Guiana deve servir de exemplo não apenas pela magnitude de seu crescimento econômico em decorrência da exploração do petróleo. Mas também pelo fato de que, apesar de toda a riqueza produzida no país vizinho, seu povo continua na miséria: o IDH do país continua sendo pior que o do Paraguai e do Equador, segundo matéria publicada pelo portal Inteligência Financeira, em dezembro de 2023. E é assim, pois a exploração do petróleo da Guiana está sob o controle dos monopólios imperialistas, tais como a Exxon Mobil, a Royal Dutch Shell, a Total e a Apache.

A notícia da descoberta de novas reservas de petróleo na Margem Equatorial é excelente, pois é mais um demonstrativo das enormes riquezas do Brasil e de seu potencial energético, o qual pode ser utilizado para desenvolver o País e tirar o povo da miséria. Contudo, esse desenvolvimento só pode acontecer se a Petrobrás for estatal. Nada de sociedade de economia mista, empresa pública, ou outra forma jurídica que permita a participação do capital privado. 

A Petrobrás deve ser 100% estatal. Enquanto não for, o dinheiro vindo da produção do petróleo vai continuar indo parar no bolso de capitalistas estrangeiros, bilhões continuarão indo para fora do País. E o povo brasileiro continuará pagando combustíveis caros, a preço de dólar. Com isto, o preço de todos os produtos, inclusive comida, continuarão altos, pois precisam ser transportados.

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