Nesta sexta-feira (17), o Conselho Europeu proibiu mais quatro órgãos de imprensa sob a acusação de que difundiam “propaganda russa” no território da União Europeia.
A decisão não é novidade. Logo após o início da operação militar especial russa na Ucrânia, o Conselho Europeu já havia criado uma “lista negra” de órgãos supostamente ligados ao governo russo.
Agora, foram proibidos de difundir informações na União Europeia o pequeno portal checo Voice of Europe; a RIA Novosti, uma importante agência de notícias russa; e os jornais veteranos Izvestia e Rossiyskaya Gazeta. Este último é o documento oficial do governo russo, que imprime novas leis, decretos presidenciais e outros documentos executivos para anunciá-los formalmente ao público em geral, antes que possam entrar em vigor.
Cinicamente, o Conselho afirmou que a repressão às notícias russas é necessária para combater uma “campanha internacional sistemática de manipulação dos meios de comunicação e de informação, interferência e grave distorção dos fatos” sobre a operação militar. O mesmo Conselho, no entanto, não tomou uma única medida a respeito da propaganda praticada pelo Estado de “Israel” – esse, sim, um profissional da mentira, da desinformação e da manipulação.
A censura contra esses quatro veículos vem na esteira de outros ataques à liberdade de imprensa. Há poucos dias, a emissora Al Jazeera foi banida do Estado de “Israel”. No mesmo período, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos votou pelo banimento da plataforma de vídeos TikTok.
O que TikTok, Al Jazeera e a imprensa russa têm em comum? Simples: eles não fazem parte do circuito mundial da propaganda de guerra do imperialismo. Não são veículos que, a exemplo da Rede Globo, reproduzem a mentira de que o Hamas teria decapitado 40 bebês. Pelo contrário: denunciam a podridão do regime israelense, do regime norte-americano e do regime ucraniano.
O caso do TikTok, ainda que seja uma plataforma e, portanto, não segue uma linha editorial definida, é especialmente preocupante para o imperialismo porque não está sob o mesmo crivo de censura que estão plataformas como o Facebook e o YouTube. Afinal, o seu algoritmo não é elaborado pelos serviços de inteligência norte-americanos.
A orientação do imperialismo é clara. Rússia, China, Irã ou qualquer outro país que integre o “Eixo do mal” não podem ser ouvidos pelo mundo. Do contrário, contribuirão para que a derrubada do imperialismo ocorra de maneira ainda mais rápida.