Após uma reunião das Frentes Brasil Popular (FBP) e Povo Sem Medo (FPSM) nessa terça-feira (27), foi convocado um ato para o dia 23 de março. Ao mesmo tempo, a imprensa burguesa criou a fofoca de que a manifestação teria como principal reivindicação a prisão de Bolsonaro, algo que, como explicou Antônio Carlos Silva, da Direção Nacional do Partido da Causa Operária (PCO), a este Diário, não é verdade.
Quais são, porém, as reivindicações dessa mobilização? Segundo o dirigente do Partido trotskista, “defesa da democracia, ‘sem anistia’, 60 anos do golpe [de 64] e contra o genocídio na Palestina”.
Apesar de todas as limitações, é muito positivo que a esquerda tenha se colocado a proposta de convocar uma manifestação para o próximo período. Entretanto, para mobilizar o povo, é preciso fazê-lo em torno de reivindicações concretas.
Ao invés de “defender a democracia”, é preciso convocar os trabalhadores às ruas por mais emprego, por um aumento salarial, pela exploração do petróleo nacional, por um investimento maior em áreas como a saúde e a educação, por mais moradias.
Afinal, o problema que está colocado é o seguinte: desde que tomou posse, Lula não conseguiu fazer nada do que é mais importante para reverter os efeitos do golpe de Estado, que jogou a população em uma grande miséria
O governo do PT está cercado pela burguesia que, por meio do Congresso, do STF, dos ministros direitistas infiltrados no Executivo, do Banco Central e outros, sabota o desenvolvimento nacional. Isso se torna ainda mais perigoso para a esquerda com a entrada do sionismo na jogada, como foi visto no ato de Bolsonaro, que contou com a presença de inúmeras bandeiras de “Israel”.
Isso, inclusive, atesta a importância da mobilização da esquerda ser em defesa do povo palestino, contra o Estado nazista de “Israel” e em defesa da resistência palestina. Mais do que nunca, combater o sionismo é combater a extrema direita, a direita, a imprensa burguesa e os demais representantes da burguesia no Brasil.
Apenas a mobilização pode garantir a força necessária para que o governo leve adiante as verdadeiras reivindicações dos trabalhadores. Nesse sentido, é necessário que as maiores organizações dos trabalhadores no Brasil convoquem essa mobilização, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT).
É preciso retomar a questão da mobilização em torno de reivindicações concretas, como era feito durante a luta contra o golpe. Falar em “defesa da democracia” não mobilizará os trabalhadores.