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América Latina

Ditadura do Equador invade embaixada do México e prende opositor

O governo capacho dos EUA no Equador quebrou acordos internacionais que nem mesmo as ditaduras militares latinoamericanas quebraram para perseguir a oposição

Na sexta-feira (5), a ditadura de Daniel Noboa no Equador invadiu e embaixada do México em Quito para prender um dos seus opositores político ligado à Rafael Corrêa, o presidente nacionalista que teve seus direitos políticos cassados. Jorge Glas, foi o vice-presidente do país, e foi condenado a prisão por corrupção em uma perseguição ao estilo Lava-jato. Ele estava vivendo na Embaixada Mexicana desde dezembro de 2023, onde conseguiu asilo político. Nas redes sociais foram divulgadas imagens de Glas sendo transferido por via aérea para a cidade de Guayaquil, no sudoeste do país, sob uma grande escolta militar.

Ainda não se sabe qual será o destino do ex-vice presidente. A invasão na embaixada não aconteceu sem aviso, o caso Glas havia levantado tensões políticas entre os dois países. A crise escalou há cerca de uma semana. O presidente mexicano Lopez Obrador denunciou as arbitrariedades nas últimas eleições equatorianas. Em retaliação, o presidente do Equador declarou e embaixadora equatoriana “persona non grata” na quinta-feira (4).

A invasão de uma embaixada fere todos os acordos internacionais. A embaixada é oficialmente território do México e, portanto, o ataque fere a soberania do país. O presidente mexicano declarou em suas redes sociais: “Isto é uma violação flagrante do direito internacional e da soberania do México, razão pela qual instruí o nosso chanceler a emitir uma declaração sobre este ato autoritário, proceder legalmente e declarar imediatamente a suspensão das relações diplomáticas com o governo do México e Equador”.

 

Quem é Jorge Glas

Glas foi condenado duas vezes, em 2017 e 2020, a seis e a oito anos de prisão, respectivamente. Entre as provas usadas contra ele estavam documentos levantados pela Operação Lava Jato relacionados a contratos das empreiteiras OAS e Odebrecht no Equador. Ele foi acusado de desviar dinheiro público usado na reconstrução de cidades atingidas por um terremoto. Glas recebeu um habeas corpus e foi liberado da carceragem em novembro de 2022, após ficar preso por quatro anos e meio. Ele passou a cumprir prisão domiciliar.

Em agosto de 2023, o Supremo Tribunal Federal anulou todas provas do acordo de leniência da Odebrecht no âmbito da Lava Jato, o que inclui as evidências contra Glas. O conjuntura política mudou após o fascista Daniel Noboa assumir o governo em novembro de 2023. Em menos de um mês, Glas se refugiou na Embaixada do México. É mais uma demonstração de que o que existe no país é uma verdadeira ditadura.

No dia 10 de janeiro, o presidente equatoriano declarou guerra às “gangues” do país. Em suas palavras: “nós estamos em guerra, não vamos ceder em face desses grupos terroristas”. Em fevereiro, Noboa declarou que as tropas norte-americanas voltariam para o Equador. Poucas semanas antes, a general norte-americana Laura Richardson havia visitado o Equador para fazer diversas reuniões com o governo.

O próprio portal do Comando do Sul dos EUA (operações militares na América do Sul) publicou em seu portal: Richardson se juntou à delegação para se encontrar com altas autoridades da aplicação da lei e do setor de justiça, assim como representantes da sociedade civil na vanguarda da luta contra a corrupção. Richardson se reuniu com o Ministro da Defesa Giancarlo Loffredo, o Chefe do Estado-Maior Conjunto Contra-Almirante Jaime Vela e líderes militares sêniores em 24 de janeiro para discutir esforços para fortalecer a cooperação na defesa”.

Fica claro que o combate ao crime organizado era apenas uma justificativa de Noboa para impor a ditadura no país com o apoio direto do exército dos Estados Unidos. O fato de Glas ser um perseguido da Lava Jato também demonstra que toda a operação contra ele está sendo organizada diretamente de Washington, de onde foi organizada toda a operação Lava Jato.

 

A América Latina se solidariza com o México

Pouco após a notícia circular, os governos latino-americanos começaram a sair oficialmente em defesa do México. O Itamaraty publicou uma nota que foi repercutida por Lula: “o governo brasileiro condena, nos mais firmes termos, a ação empreendida por forças policiais equatorianas na Embaixada mexicana em Quito na noite de ontem, 5 de abril.  A ação constitui clara violação à Convenção Americana sobre Asilo Diplomático e à Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas que, em seu artigo 22, dispõe que os locais de uma Missão diplomática são invioláveis, podendo ser acessados por agentes do Estado receptor somente com o consentimento do Chefe da Missão”

Já Nicolas Maduro, presidente da Venezuela, publicou: “É um ato de barbárie, algo nunca visto na América Latina, o governo de direita pró-ianque do Equador violou brutalmente o Direito Internacional, atacando a Embaixada do México no Equador e sequestrando um requerente de asilo político, assim reconhecido pelo governo mexicano. A Venezuela levanta a sua voz com força para rejeitar este ato fascista contra o Direito Internacional e expressa a sua total e absoluta solidariedade com o presidente Lopez Obrador e o povo do México.”

Gustavo Petro, presidente da Colômbia, também se posicionou: “a Convenção de Viena e a soberania do México no Equador foram quebradas. Insisto mais uma vez que a América Latina e o Caribe, quaisquer que sejam as construções sociais e políticas de cada país, devem manter vivos os preceitos do direito internacional em meio à barbárie que avança no mundo e ao pacto democrático no continente. A Colômbia respeita o direito universal ao asilo político. Toda a minha solidariedade ao pessoal diplomático do México em Quito.”

Ao fim do fechamento dessa edição, a última escalada da crise foi que o governo Lopez Obrador havia rompido as relações diplomáticas com o Equador. O presidente mexicano afirmou: “instruí o nosso chanceler a emitir uma declaração sobre este ato autoritário, proceder legalmente e declarar imediatamente a suspensão das relações diplomáticas com o governo do Equador”.

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