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HISTÓRIA DA PALESTINA

Dia de al-Quds, dia de luta pela Palestina, contra o sionismo

Este dia de luta foi criado em 1979, com vitória da Revolução Iraniana, na conjuntura da guerra de agressão de "Israel" contra o Líbano para destruir a resistência palestina

A próxima sexta-feira (5) será a última deste Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos. Esse dia, que há décadas é oficialmente chamado de Dia Mundial de al-Quds (o nome em árabe para Jerusalém), é um dia de mobilização em defesa do povo palestino em sua luta contra o sionismo, o Estado de “Israel” e o imperialismo.

Foi criado no ano de 1979, no Irã, logo após a vitória da Revolução Iraniana. Desde então, é comemorado anualmente, sempre na última sexta-feira do Ramadã, quando milhares de iranianos saem às ruas manifestando apoio aos palestinos. Os líderes do país também se fazem presentes, e discursos são feitos condenando a ditadura sionista e imperialista contra a Palestina e o Oriente Médio.

Mas esse dia de luta não ocorre apenas no Irã. Milhares de muçulmanos marcham contra o sionismo em vários países árabes, nos próprios países imperialistas (especialmente onde há grande população muçulmana) e em vários países oprimidos pelo imperialismo. É, em suma, um dia de mobilização de massas em todo o mundo em defesa dos palestinos e contra o sionismo.

Como é de se esperar, o imperialismo e o sionismo, através de seus órgãos de imprensa, frequentemente fazem propaganda contra o Dia de al-Quds, dizendo que se trata e uma comemoração de natureza antissemita. Afinal, é modus operandi de “Israel” acusar de antissemitismo aqueles que lutam em defesa dos palestinos, contra a ditadura nazista da ocupação sionista. Por exemplo, a sessão canadense da B’nai Brith (organização sionista de mais de 180 anos) está lançando uma campanha para que as municipalidades do país proíbam as mobilizações do Dia de al-Quds no Canadá (“End the Al-Quds Day Hatefests, Take Back Our Streets“, B’nai Brith Canada, 2/4/2024).

Contudo, novamente, é uma acusação caluniosa que objetiva impedir que os oprimidos de todo o mundo defendam os palestinos. A própria origem do Dia Mundial de Al-Quds demarca-o como um dia de luta contra o sionismo.

Sua criação foi proposta por Ebrahim Yazdi, então ministro das Relações Exteriores da recém-fundada República Islâmica do Irã. Propunha um dia de manifestações contra “Israel” e o sionismo e, consequentemente, de solidariedade internacional aos palestinos. A conjuntura era a da Primeira Guerra do Líbano, época em que “Israel” estava atacando o País dos Cedros, seja diretamente, através das forças israelenses de ocupação, seja indiretamente, através das milícias fascistas dos cristãos maronitas, para destruir a resistência palestina, em especial a OLP e o Fatá.

A proposta foi feita a Ruhollah Khomeini, líder da Revolução que, em 7 de agosto de 1979, declarou a última sexta-feira do Ramadã como sendo o Dia Mundial de al-Quds, dando a seguinte declaração:

“Convido os muçulmanos de todo o mundo a consagrarem a última sexta-feira do mês sagrado do Ramadã como o Dia de al-Quds e a proclamarem a solidariedade internacional dos muçulmanos em apoio aos direitos legítimos do povo muçulmano da Palestina. Há muitos anos que tenho notificado os muçulmanos do perigo que representa o usurpador ‘Israel’, que hoje intensificou os seus ataques selvagens contra os irmãos e irmãs palestinos e que, especialmente no sul do Líbano, bombardeia continuamente as casas palestinas na esperança de esmagar a luta palestina. Peço a todos os muçulmanos do mundo e aos governos muçulmanos que se unam para cortar a mão deste usurpador e dos seus apoiantes. Apelo a todos os muçulmanos do mundo para que escolham como Dia de al-Quds a última sexta-feira do mês sagrado do Ramadã – que é em si um período determinante e também pode ser o determinante do destino do povo palestino – e através de uma cerimônia que demonstre o solidariedade dos muçulmanos em todo o mundo, anunciam o seu apoio aos direitos legítimos do povo muçulmano. Peço a Deus Todo-Poderoso a vitória dos muçulmanos sobre os infiéis.”

Há anos o dia vem sendo comemorado pelas organizações da resistência palestina, tais como o Hamas e a Jiade Islâmica, e organizações do Eixo da Resistência, como o Hesbolá. Neste último caso, já é tradição do partido realizar desfiles militares na última semana do Ramadã. Contudo, neste ano de 2024, haja vista o genocídio que está sendo perpetrado contra os palestinos na tentativa de afogar em sangue a Revolução Palestina que foi colocada em marcha pela operação Dilúvio de Al-Aqsa, Saied Hasan Nasralá, secretário-geral do Hesbolá, afirmou que é fundamental destacar o sucesso e a importância estratégica da operação:

“Um dos desafios importantes diretamente ligados ao renascimento do Dia de Al-Quds e deste evento é destacar os resultados estratégicos significativos alcançados pelas Inundações de Al-Aqsa na Palestina, em Gaza e nas frentes de resistência.

O Dilúvio de Al-Aqsa e o Dilúvio dos Livres têm sacrifícios significativos, mas também há grandes resultados, grandes bênçãos, e hoje, todos nós carregamos esta responsabilidade.

Se no passado disséssemos que a libertação do Sul do Líbano e depois a libertação da Faixa de Gaza puseram fim ao projeto de “Grande Israel” do Nilo ao Eufrates, porque quem não pode ficar no Sul e em Gaza não pode alargar as suas fronteiras .

Posso dizer que a Inundação de Al-Aqsa colocou a entidade sionista à beira da extinção, e já não falamos de ‘Grande Israel’… A Inundação de Al-Aqsa abalou os alicerces deste projecto e os seus pilares, que deixará efeitos graves e significativos que a entidade não poderá reparar.”

No mesmo sentido, Ismail Hanié, líder do Birô Político do Hamas, destacou a importância estratégica da operação Dilúvio de al-Aqsa ao expor o caráter genocida e nazista de “Israel” perante todo o mundo, e de impulsionar mobilizações de massas em defesa do povo palestino, contra o genocídio perpetrado diariamente pelos sionistas:

“Nos últimos anos, o inimigo tentou resolver o conflito pela terra da Palestina através das portas de Al-Quds e Al-Aqsa, mas a resistência da frente de Gaza, com a inundação de Al-Aqsa, desferiu um golpe estratégico que devolveu o conflito à sua natureza, retirou todas as máscaras dos rostos escondidos pela falsa paz e mostrou claramente a realidade agressiva e genocida da entidade sionista e dos seus crimes que a humanidade abomina.

A selvageria do inimigo sionista que vemos hoje é o resultado da compreensão da sua incapacidade de permanecer como uma entidade usurpadora e ocupante face ao firme povo palestino que recusa a ideia de rendição e concessão da Palestina, apesar de todas as tentativas de normalização que foram varridos pela inundação de Al-Aqsa.”

Hanié finalizou enviando saudações a todos aqueles que lutam pela libertação nacional dos palestinos frente à ditadura nazista de “Israel”:

“Saudações às frentes acesas do Eixo da Resistência ao longo de toda a linha de frente com o inimigo, e às nações da nossa nação árabe e islâmica que estão mobilizadas, contínuas e unidas com a Palestina e Gaza, bem como ao povo livre do mundo em todos os lugares. É uma jiade de vitória ou martírio. A paz esteja com você, assim como a misericórdia de Alá e Suas bênçãos.”

Assim, o Partido da Causa Operária (PCO) realizará novas atividades em defesa do povo palestino, por ocasião dessa última semana do Ramadã. Em São Paulo (capital), uma manifestação será realizada no sábado (6). No Rio de Janeiro, protesto foi convocado para o Dia de al-Quds, sexta-feira (5). Por fim, atividade está sendo organizada em Recife, no Centro Islâmico, e maiores informações serão divulgadas em breve.

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