Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Neymar

‘Desneymarizar’? Aí não, dona Lacombe

Principal adversário da seleção, a imprensa brasileira, já tem uma capitã

Ganhando ou perdendo, jogando ou não, a seleção brasileira e seus jogadores são alvo da imprensa burguesa. Neymar nem precisa jogar para ser caluniado pelos jornalistas, e existem pessoas dedicadas a esta tarefa, como é a turma da Folha de S. Paulo, no caso presente, a caluniadora de Rogério Ceni, Milly Lacombe.

Dessa vez, diante da eliminação da seleção brasileira das Olimpíadas de 2024, falou que o futebol brasileiro precisa ser “desneymarizado”. A perturbada já começa o texto assim: “o fracasso do Pré-Olímpico para o Brasil me incomodou demais, mas não pelos motivos óbvios: ficar fora dos jogos olímpicos. Eu realmente não ligo para a seleção masculina e não me importo que Paris deixe de ser destino”. Se não liga, por qual motivo vai escrever sobre? Ou porque utilizou isso como gancho?

“O que me incomodou de fato foi ver tantos jovens extraordinariamente bons de bola, como Endrick, JK, Alexsander, Andrey etc, nas mãos da CBF e longe de seus clubes por tanto tempo”. Neste trecho Milly revela uma política idêntica ao dos clubes europeus, que são contra a convocação dos jogadores para as seleções. Várias crises já tomaram conta da seleção brasileira em razão do impedimento dado pelos clubes de cederem os jogadores para o Brasil, seja na seleção brasileira, seja na seleção olímpica. 

A redatora da Folha, que nada ou pouco entende de futebol, afirma que “existe uma chance real e imediata de que muitos desses craques sigam o caminho de Neymar, um jogador absolutamente fora de série que se transformou em um homem de opiniões desprezíveis e comportamento infantilizado e em um profissional desinteressado que não demonstra apego pelas dimensões do comum que o futebol inaugura.”

Essa frase mostra que ela não entende de futebol. O sonho de qualquer jogador de futebol é ser igual a Neymar, e muitos sabem que isso é impossível porque o homem é diferenciado. Em segundo lugar, apesar dos adjetivos, ela não explica porque Neymar é “infantilizado”, ou “profissional desinteressado”. São calúnias abertas contra o jogador que, agora, se recupera de outra lesão sofrida dentro de campo, jogando.

A “opinião desprezível” dita por Lacombe é uma insinuação rasteira da redatora contra Neymar. O jogador já foi colocado como bolsonarista pela esquerda, como uma espécie de pecado mortal. Mas os redatores mal-intencionados da Folha de S. Paulo esquecem, por exemplo, as ações do jogador contra o racismo no futebol europeu. Fora o fato de que o “bolsonarismo” de Neymar não ultrapassa nada do que qualquer grande jogador já tenha feito enquanto pessoa pública. Por fim, Neymar deveria ser julgado por seu futebol, não por suas opiniões. Imaginem, vocês, as opiniões todas de Romário, Renato Gaúcho… Ronaldo Fenômeno, e tantos outros. Ninguém foi militante da esquerda, comunista ou revolucionário. Aqui se avalia somente a arte e sua genialidade.

Diz, Milly: “ainda que nada garanta que a vida em seus clubes possa evitar que eles entrem em irreversível processo de neymarização, o fato é que sob a guarda da CBF as chances da rota entortar aumentam”. Oras, se todos os jogadores brasileiros estivessem na rota de serem o Neymar, nem seria preciso ficar nervoso com a copa de 2026, o Hexa já seria nosso. 

“Os clubes, especialmente Palmeiras e Fluminense, têm preocupações legítimas com a saúde mental desses jovens, com o fato de eles serem elevados aceleradamente à categoria de ídolos, estando atentos a todas as dores e delícias que a idolatria traz. A CBF não tem nenhum interesse em assistir esses talentos para além do campo, protegendo-os dos perigos do estrelato precoce”. Mas o que é isso, Dona Milly? Estrelato precoce? O que dizer de um jovem negro de 17 anos campeão do mundo na Suécia, em 1958? Do que, de fato, deveríamos protegê-lo? O impedir de ser Rei? E outra questão. Palmeiras e Fluminense tem as mesmas preocupações que qualquer outro clube com os seus jogadores. São fonte de bons lances, aumentam as chances de título, mas aumentam, também, o volume financeiro nos cofres dos clubes. Todos os clubes são assim.
Milly vira sua metralhadora moralista contra Endrick: “Vale citar aqui Endrick, que, no Palmeiras, recebeu ajuda do departamento de psicologia quando a fase não era boa e, na seleção, deu uma entrevista bizarra alegando que não precisa de ajuda psicológica porque seu psicólogo é Deus”. Agora a fé do jogador e sua religião também são problemas. Milly queria que, além de revolucionários, os jogadores fossem ateus. Só porque ela quer, pois todo mundo sabe que os cristãos são quase maioria em qualquer time de futebol. 

Obviamente, para subsidiar sua posição, Milly cita o agora o padre Casagrande: “Como diz Casagrande, Neymar e tantos outros hoje são mais celebridades do que atletas”. Mas vejam bem, um grande artista é, sim, uma celebridade, e só poderia ser, faz parte de um grande artista ser celebridade. Ou deveríamos esperar que Neymar e Endrick deveriam estar na Praça da Sé, em São Paulo, fazendo embaixadinha para conseguir 10 reais por hora? 

“Pessoas que se entendem como empresas e que, por essa régua, são extremamente bem sucedidas: bilionárias. Mas, por todas as demais métricas, as que realmente importam, poderiam ser consideradas fracassadas”. Errou de novo, Dona Milly. Neymar é bem sucedido no que se propôs a fazer, jogar futebol. Endrick também, e outros jogadores também. Que outras réguas devem medir um jogador de futebol? Aliás, que réguas devem medir os jornalistas da Folha de S. Paulo? A régua da esquerda é que não pode ser, pois são todos lacaios da imprensa golpista.

Mas Milly continua, mostrando que, de fato, tem uma editoria “anti-Neymar” na redação da Folha de S. Paulo, e diz: “A neymarização à qual me refiro começa com o entendimento de que o jogo é um negócio e nada além disso. Passa pela certeza de que basta ser talentoso que a vida saberá recompensá-lo, o que não é absolutamente verdade. As pessoas mais talentosas que eu conheço são pobres e levam uma vida duríssima”.

Mais mentiras. Todos esses rapazes começaram a jogar bola por puro prazer e divertimento. E muitos, quando mostraram muita habilidade, e tiveram sorte, foram para a vida profissional desse esporte. Profissional, tal como qualquer outra profissão que tem seus profissionais. Se a Folha de S. Paulo não paga tão bem seus jornalistas quanto recebe um Neymar, em verdade é que seu material produzido não vale mesmo tanto assim.

Outra calúnia, agora contra todos jogadores de futebol do Brasil: a ideia de que ser talentoso é a certeza de ser recompensado pela vida. No futebol isso é mais falso que em qualquer outra profissão. Os jogadores sabem que, mesmo que talentosos, é muito difícil se tornar profissional. É mais fácil ser médico que ser profissional do futebol no Brasil. Nenhum jogador pensa que só o talento vai salvar sua carreira. Isso é uma mentira da funcionária da Folha de S. Paulo. 

Demagoga toda vida, encerra essa passagem com: “As pessoas mais talentosas que eu conheço são pobres e levam uma vida duríssima”, para jogar todo o restante da população contra Neymar, Endrick e os demais rapazes. O que é uma política suja, rebaixada e criminosa da parte da lacaia da Folha de S. Paulo. 

A bedel Milly continua sua ladainha contra Neymar: “passa também por um jeito moleque e negligente de levar a vida; homens que se recusam a crescer, que se negam a olhar para além dos próprios umbigos e de interesses muito pessoais”.

É engraçado ver que uma pessoa que se diverte com sua profissão seja chamada de “moleque”, “infantil”. No geral, isso se chama realização. Mas quando se trata de jogador de futebol, não é assim. Não existe crime algum aí. É só satisfação em fazer o que gosta, o que deveria ser exaltado e não repreendido. 

Por outro lado, Milly chama os jogadores de egoístas, pois se preocupam com “interesses pessoais”. Ora, a esquerda brasileira, que é profissional da política, mal conseguiu se manifestar em defesa dos mais de 30 mil palestinos assassinados pelos sionistas. O que teria que ser cobrado de Neymar e Endrick, exatamente? 

E Milly, jamais vista em nenhum ato da esquerda e nunca entregou um panfleto, continua com sua régua de esquerda meia tigela: “Esses são os homens que hoje comandam o futebol brasileiro, com raríssimas exceções. Homens que demonstram total falta de engajamento com questões sociais e que vivem da simulação de uma realidade fútil e juvenil, embasbacados com o espelho quando não estão mordendo a virilha de seus próprios torcedores pelos corredores de luxuosos shopping centers”.

Aqui ela mistura os jogadores com os cartolas. E, no caso, um cartola do Flamengo, que brigou com um torcedor, e que nada tem a ver com Neymar. Essa confusão é proposital, para colocar o leitor ou torcedor contra Neymar e os jogadores usando, para isso, o Sr. Marcos Braz, que agrediu um torcedor do Fla. 

“Neymar é o mais bem acabado produto de um futebol que se tornou teatral no pior sentido do termo. De um futebol que fala de Deus e age diabolicamente. De homens que não amadureceram e se fecham num pacto covarde quando o assunto é violência de gênero. Homens que deixaram os campos e invadiram as cabines de transmissões para vomitar suas frouxidões para milhões. Homens que invertem todas as lógicas, que celebram estupradores, que colaboram para o apequenamento do jogo”.

Milly não se aguenta em sua poltrona. Acha que Neymar e os jogadores deveriam montar um partido feminista revolucionário no Brasil. Coisa que não aconteceu com nenhum grupo de artistas ou profissionais, e nem vai acontecer. Está exigindo um comportamento que nenhum outro jogador teve, nem mesmo o Casagrande, que hoje é outro lacaio da imprensa capitalista.

Não adianta tentar solucionar os problemas sociais do Brasil esperando que os jogadores organizem um protesto na avenida Paulista. E ninguém espera que isso aconteça, só a Milly e os colunistas maldosos da Folha de S. Paulo. Lutar contra a opressão é papel da esquerda, que está muito devagar nesta questão, como estamos vendo no caso da Palestina, 

Ela termina, em tom de campanha a ser feita… por ela, somente: “precisamos desneymarizar nosso futebol e um bom começo seria refundando a CBF como um todo. Repensar o jogo a partir de nossas brasilidades, essas que o professor Luiz Antonio Simas ensina que vivem nas frestas. Parar de imitar o que fazem na Europa e de importar a espetacularização que os Estados Unidos associam ao esporte. Resistir à força privatizadora que invade todas as áreas de nossas vidas. Salvar nosso futebol para que, desse modo, possamos oferecer, como alternativa, uma rota de fuga a essa brutal ordem social que nos assola”.

Neste final do texto, um gerador de lero-lero esquerdista que, por dever de ofício, é preciso esclarecer.

A CBF não tem nada a ver com Neymar. Se a CBF anda mal, e anda mesmo, é preciso mudar não só a organização, como o controle do futebol todo, para colocar no controle o seu maior interessado, o torcedor e as torcidas organizadas. Isso não tem nada a ver com o Neymar.

“Repensar o jogo com base em brasilidades que vivem nas frestas”. Basta ler de novo esse trecho que logo que se vê que não quer dizer nada. Foi uma tentativa fracassada de dizer que o futebol brasileiro precisa voltar a ser brasileiro. E cita um tal Luiz Antonio Simas. Sabe, Deus, quem é este homem e o que tem a ver com futebol.

“Imitar o que fazem na Europa”. Como se fosse a vontade dos jogadores em imitar os europeus. O dinheiro europeu é que se impõe e determina os rumos do futebol. Na realidade existe uma dura luta para manter o futebol brasileiro contra o europeu, dentro e fora de campo. Os esquemas táticos, a forma de jogar, enfim, os europeus buscam se impor pela força econômica contra o futebol arte brasileiro, o único pentacampeão. 

Futebol é espetáculo, e é um espetáculo mundial, o mais visto no mundo inteiro. Muito mais que a tourada norte-americana, a tal NFL. Esse espetáculo é resultado do que os brasileiros fizeram no esporte, especialmente Pelé, e, obviamente, não deve ser abandonado.

“Resistir à força privatizadora que invade todas as áreas de nossas vidas”. O que ela quis dizer com isso? E o que o Neymar tem a ver com a força privatizadora? E o que o Endrick tem a ver com isso? Mais uma frase esquerdista de centro acadêmico sem qualquer pretensão.

“Salvar nosso futebol para que, desse modo, possamos oferecer, como alternativa, uma rota de fuga a essa brutal ordem social que nos assola”. Aqui não dá para entender nada. O mal do esquerdista é inventar frases de efeito sem efeito algum.
Salvar o futebol brasileiro implica, diretamente, em defender Neymar, um dos poucos que ainda pratica o futebol genuinamente brasileiro, genial. Como diria Luca Caioli, o último poeta do futebol. Salvar o futebol brasileiro tem a ver com colocar o torcedor no controle dos clubes e das federações. Defender as torcidas organizadas. Salvar o futebol brasileiro significa lutar contra os seus inimigos: o imperialismo e sua imprensa paga para atacar o futebol brasileiro e seus jogadores.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.