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Futebol brasileiro

Daniel Alves e a luta contra o ‘patriarcado’

Identitários pregam a reforma moral dos homens como uma maneira de combater a opressão contra a mulher. Mas isso só pode ser alcançado com a emancipação da classe trabalhadora

Patriarcado

O caso Daniel Alves, bem como o de outros futebolistas brasileiros, tem sido muito explorado pelo identitarismo, como é o caso da matéria “Capitalismo e patriarcado perdoarão o estuprador Daniel Alves enquanto a vítima seguirá sendo condenada”, publicada no sítio Esquerda Diário nesta sexta-feira (23).

O título da matéria chama a atenção para uma questão: quando uma pessoa cumpre uma pena? Na verdade, nunca, pois a política do cancelamento institui uma pena perpétua. A esquerda identitária conduz uma cruzada moral incansável. O treinador Cuca, por exemplo, que tem 60 anos, foi demitido do Corinthians após sofer pressão por supostamente ter participado de um estupro quando tinha 24 anos de idade. Não conhecemos os detalhes do processo, e o caso até já prescreveu, portanto, o treinador teria direito, como qualquer pessoa, de seguir a vida. Menos para os devotos da igrejinha identitária, que exigem sua exclusão do mundo esportivo.

Será que o capitalismo e o patriarcado vão perdoar Daniel Alves? Na verdade, o Estado burguês já cometeu inúmeras arbitrariedades contra o atleta. Ele teria o direito, se as leis valessem alguma coisa, de responder o processo em liberdade, uma vez que não representa perigo. A prisão preventiva é um abuso e a operação Lava Jato já demonstrou que essa instituição é utilizada principalmente contra a esquerda.

Por que é importante defender o cumprimento das leis, ainda que no Estado burguês? Porque o mundo está recheado de Julians Assanges, de Lulas, Dirceus, inúmeros palestinos, trabalhadores, índios e sem-terras, que são presos todos os dias ao arrepio da lei.

Penas mais duras

O artigo diz que O estupro, assim como o feminicídio, está entre os últimos elos de uma longa cadeia de violências às quais estão submetidas as mulheres na sociedade capitalista. A vulnerabilidade da mulher é histórica, não é privilégio do capitalismo, apenas que o capitalismo torna tudo mais visível. O livro “A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado”, de Friedrich Engels, esmiuça os fatores que levaram ao fim o matriarcado. A depreciação do papel da mulher, desde a Antiguidade até os dias atuais, não pode ser superada por ações morais ou ‘educativas’ e muito menos pela criação de novas modalidades de crime, como o ‘feminicídio’.

Apesar de um homicídio ser a destruição da vida de outro ser humano, o ‘feminicídio’ foi criado para supostamente coibir o assassinato de mulheres com o agravamento das penas, bem como foi utilizado como justificativa para a burguesia desarmar a classe trabalhadora. A pena para um homicídio simples varia de seis a 30 anos, e para feminicídio a pena mínima sobe para 12 anos. A despeito da Lei do Desarmamento (2003) e das prisões estarem cada vez mais abarrotadas de pessoas pobres, o número de assassinato de mulheres nunca parou de aumentar.

Um dos grandes males da esquerda pequeno-burguesa é acreditar que a Justiça burguesa poderá resolver as contradições sociais e mesmo questões políticas. Por isso vemos tanto empenho de vários setores da esquerda apostando na prisão de Jair Bolsonaro para colocar um freio na extrema-direita.

Esquerda ou igreja?

O artigo diz que “é a organização das mulheres nos locais de trabalho e estudo, inclusive batalhando para que os homens também se convençam dessa luta, em aliança com o conjunto dos setores oprimidos, que pode forjar essa ação coletiva capaz de responder estruturalmente à violência machista(grifo nosso). Esperar que os ‘homens se convençam’, apostar na ‘reforma do indivíduo’ é uma posição religiosa. É preciso criar as condições materiais para que determinadas ideias se concrectizem.

É preciso lutar contra o imperialismo para libertar as mulheres, não contra uma entidade abstrata como o ‘patriarcado’. Onde estão os defensores das mulheres quando os sionistas, financiados pelos Estados Unidos, estão matando principalmente mulheres e crianças na Palestina? Em vez de sair às ruas para protestar contra o genocídio e apoiar a resistência, a esquerda identitária prefere acusar quem pega em armas para se defender da opressão de ser terrorista, homofóbico etc.

Separar para dominar

O imperialismo utiliza o identitarismo para separar a luta da classe trabalhadores em unidades cada vez menores e enfraquecê-la. Por isso lemos no texto que é preciso impor pela força da luta das mulheres junto à classe trabalhadora e todos os setores oprimidos o direito ao aborto legal, seguro e gratuito, a revogação das reformas e de outros ataques como o Arcabouço Fiscal do governo Lula-Alckmin. – grifo nosso.

Chama a atenção que aproveitem o caso Daniel Alves para ressuscitarem o binômio ‘Lula-Alckmin’, muito utilizado pela esquerda golpista. Além disso, a defesa do aborto é uma bandeira da esquerda, por que teríamos que fazer algo ‘junto à classe trabalhadora’?

O texto pede ampliação do atendimento de saúde às mulheresquando deveria lutar pela saúde pública para o atendimento da população. Ou será que uma mulher ficará bem enquanto sua família, que também é composta de homens, não estiver bem atendida?

A esquerda pequeno-burguesa para ficar na moda fala em ‘combate às estruturas sociais que sustentam a violência de gênero’. E as tais ‘estruturas’ só podem ser derrubadas a partir da auto-organização e da luta coletiva, com as mulheres e todos os setores oprimidos, aliados à classe trabalhadora, na linha de frente.

Essas lutas não podem se dar por fora, ou apenas na forma de uma ‘aliança’. É na emancipação da classe trabalhadora que está a libertação dos setores oprimidos da sociedade. Os trabalhadores são a única força social capaz de derrotar o imperialismo, por isso vêm sendo atacados desde sempre pela burguesia.

Quanto a lutar na linha de frente: ótimo. Está mais do que na hora da esquerda ir às ruas lutar, na prática, contra o imperialismo e a extrema-direita que apoiam o sionismo. Até o momento, apenas o PCO assumiu, de fato, a tarefa de defender as mulheres palestinas por meio da defesa de todo o povo palestino contra o imperialismo.

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