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Revolução Iemenita

Como o Iêmen venceu a guerra contra 12 países apoiados pelos EUA?

Iêmen luta por 8 anos contra Egito, Marrocos, Jordânia, Sudão, Emirados Árabes, Omã, Cuaite, Qatar, Barém, Jibuti, Eritreia e Somália e venceu

O Iêmen, um dos países mais pobres do Oriente Médio, ganhou atenção especial ao entrar em guerra com os EUA e a Inglaterra no Mar Vermelho.

Após o início da operação “Dilúvio de Al-Aqsa” (guerra Israel-Palestina de 2023), o país governado por uma coalização nacionalista-revolucionária; Ansar Alá (Os partidários de Deus), normalmente apresentados perjorativamente pela grande imprensa de “Houthis”, em apoio aos palestinos, atacaram os navios mercantis israelenses.

Em retaliação, nesta quinta-feira (11), uma coalizão liderada pelos EUA lançou ataques aéreos ao Iêmen. Os iemenitas confirmaram 73 ataques em vários lugares-chave do país, inclusive na capital, Sana, deixando cinco mortos e seis pessoas feridas. Segundo Joe Biden, presidente dos EUA, “Esses ataques são uma mensagem clara de que os EUA e [seus] parceiros não tolerarão ataques contra [suas] tropas ou permitirão que atores hostis coloquem em perigo a liberdade de navegação”. 

As lideranças iemenitas não se intimidaram com a aventura militar norte-americana. Finalmente, é o país com o ínfimo PIB de apenas 21 bilhões de dólares que derrotou 12 países a serviço do imperialismo, em especial a Arábia Saudita, que finalmente acordou em paz em 2022 e em 2023, após os ataques às refinarias de petróleo. Foi uma vitória decisiva contra o imperialismo.

Ansar Alá e sua vitória na guerra-civil contra a Arábia Saudita

O grupo formado em 2004 por Hussein Badreddin Al-Huti, realizou uma intensas guerrilhas entre 2004-2010, e conseguiu tomar o poder 10 anos depois do início da guerra, em 2014. Durante esse período, segundo o relatório da Washington Institute for Near East Policy:

“O conflito, segundo relatos, causou entre 20.000 e 30.000 vítimas, incluindo combatentes e não combatentes. Distinguir entre essas duas categorias é frequentemente difícil porque tanto os Hutis quanto as milícias tribais apoiadas pelo governo lutam de dentro das populações civis. Estima-se que o número de pessoas deslocadas internamente gire em torno de 150.000, e mais de 3.000 pessoas estão, segundo relatos, sob detenção governamental no norte”.

Primavera Árabe

A situação se agravou com o fenômeno histórico conhecido como “A primavera árabe”. A mobilização se transformou em uma revolução e derrubou Ali Abdula Salé, representante do imperialismo, que governava o Iêmen desde 1990 com sua unificação. Mesmo com intensa atividade e mobilização popular, o regime político não foi derrubado e, na figura do vice-presidente Abdrabu Mansur Hadi, o imperialismo se manteve até 2014, data das novas eleições. Como a influência do imperialismo no país mais pobre do Oriente Médio era enorme, as vias eleitorais estavam fora de questão, o que motivou a luta armada.

A revolução do Ansar Alá, resultou na tomada do poder em 2014, quando a capital Sana foi conquistada. O imperialismo não tardou em organizar uma brutal retaliação. A Arábia Saudita, com apoio explícito dos norte-americanos, organizou uma coalizão formada pelos seguintes países: Egito, Marrocos, Jordânia, Sudão, Emirados Árabes, Omã, Cuaite, Qatar, Barém, Jibuti, Eritreia e Somália. Todos esses países tinham algo em comum; todos estavam profundamente dominados pela Inglaterra, EUA ou França. A guerra iniciada teve a duração de 9 anos e, como produto, o imperialismo adquiriu uma nova derrota.

As perdas humanitárias foram intensas, o Iêmen viveu a maior crise humanitária do século XXI até o atual genocídio perpetrado pelos israelenses contra os palestinos. Durante o conflito, segundo estimativas da própria ONU, 377 mil pessoas morreram até o ano de 2021, 150 mil foram mortas por ações militares e o restante, ou seja, a maioria, morreram pela gigantesca crise humanitária, gerada pelo bloqueio econômico imposto ao país. Cerca de 80% da população ficou em situação de insegurança alimentar de nível gravíssimo. Além da fome, os iemenitas passaram pelas maiores epidemias de cólera da história da humanidade, cerca de 2,5 milhões de casos entre 2016 e 2021. Durante o auge da crise, 540 mil crianças estavam passando fome e à beira da morte.

Mas a tomada do poder mudou completamente a correlação de forças, se o governo pró-imperialista do Iêmen, apoiado pelos sauditas, não conseguiu derrotar o Ansar Alá. Agora o partido com o poder de Estado não seria derrotado pelos sauditas. Um importante aliado foi o Irã, que ao longo dos últimos 10 anos desenvolveu importantes tecnologias militares, com destaques para os drones de baixa custo. Foram esses drones que permitiram a vitória final do Ansar Alá. A partir do momento que se armaram com essa tecnologia puderam bombardear as refinarias de petróleo da Arábia Saudita.

Em 2022, um bombardeio virou completamente o jogo, um mês após ter uma refinaria bombardeada a Arábia Saudita refugou e costurou um cessar-fogo por meio da ONU. Em um país que tem a economia totalmente dependente do petróleo, perder as refinarias geraria uma crise terminal. Ao mesmo tempo, os sauditas começaram a se aproximar do Irã conforme o imperialismo foi perdendo força do Oriente Médio, o que permitiu o histórico acordo no ano de 2023. Esse fator permitiu mais uma vitória do Ansar Alá. O cessar-fogo da ONU deu lugar ao início do acordo de paz entre os sauditas e os iemenitas. Em setembro de 2023, pela primeira vez na história, os representantes do Ansar Alá visitaram a Arábia Saudita.

O caso do Iêmen aponta o caminho de todas as organizações da resistência armada árabe. São organizações com amplo apoio popular que, com ajuda militar do Irã, conseguem ter um salto de qualidade em suas ações militares. No Oriente Médio se formou um internacionalismo anti-imperialista, o Eixo da Resistência. A nova tecnologia militar em conjunto ao levante das massas é o que está derrotando o imperialismo enfraquecido no Oriente Médio.

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