O Estado de “Israel” bombardeou bairros civis no Líbano e em Gaza, incluindo o superlotado hospital Kamal Adwan e uma escola transformada em abrigo no campo de Nuseirat.
“Cachoeira de sangue”
Como declarou o Gabinete de Imprensa dos Comitês de Resistência na Palestina, há uma “cachoeira de sangue” emergindo de Gaza e do Líbano. Trata-se de uma mancha na história da humanidade, uma vergonha imposta pelo imperialismo.
“A cachoeira de sangue fluindo em Gaza e no Líbano permanecerá uma mancha de vergonha na testa da humanidade e de todas as organizações internacionais, especialmente da ONU, notadamente o Conselho de Segurança e o Tribunal Penal Internacional de Justiça.”
O brio que resta à humanidade reside na luta daqueles que se opõem em armas ao imperialismo, combatentes determinados que nasceram nesta luta de libertação e nela dedicam suas vidas.
Norte de Gaza
Nestes últimos dias, têm ocorrido alguns dos momentos mais vergonhosos já registrados, sobretudo no cerco ao norte de Gaza. Um exemplo é o ataque à cidade de Jabalia, com ao menos 770 mortos e milhares de feridos.
Na Rua Hoga, um quarteirão inteiro, com prédios residenciais, foi destruído por ataques aéreos na madrugada de 23 para 24 de outubro. Ao menos 10 famílias inteiras, mais de 150 pessoas, foram vitimadas, com saldo ainda desconhecido de mortos e feridos.
Este massacre é comparável ao ocorrido em Beit Lahia, ao norte de Jabalia, na semana anterior. Nesse episódio, aproximadamente 90 palestinos foram assassinados pelo sionismo.
O repórter palestino da Al Jazeera no norte de Gaza, Anas Al-Sharif, relatou em seu perfil no X: “Nenhuma defesa civil, nenhum repórter pode responder, nenhuma cobertura. Não há nada além de morte e destruição.” Al-Sharif acrescentou: “Os hospitais pararam de funcionar. A defesa civil parou. Dezenas de milhares de famílias continuam presas. Sem comida. Sem remédios. Sem água.”
Foi também na região norte de Gaza que ocorreu um ataque a um hospital superlotado, o Hospital Kamal Adwan. O edifício foi bombardeado após um assalto ao local com rajadas de metralhadora e prisão de parte de sua equipe médica, interrompendo as cirurgias em andamento.
Barbaridades em toda a frente
Os relatos de atrocidades não se restringem ao norte de Gaza; estendem-se por todas as áreas com presença das tropas de ocupação sionistas. No centro de Gaza, destaca-se o bombardeio a uma escola transformada em abrigo.
A escola, situada no campo de Nuseirat, abrigava refugiados quando foi atacada por “Israel”. O saldo dessa atrocidade foi de ao menos 17 mortos, incluindo um bebê de 11 meses, além de 42 feridos.
Entretanto, os tentáculos do sionismo não ceifam vidas apenas em Gaza. O sul do Líbano também é açoitado por esses ataques. Em apenas 24 horas, “Israel” assassinou 19 pessoas no território libanês, elevando o número de mortos desde o início do conflito para 2.593.
Limpeza étnica
Desde a Operação Dilúvio de Al-Aqsa, iniciada em 7 de outubro de 2023, os ataques das forças de ocupação do Estado de “Israel” deixaram ao menos 42.847 mortos e 100.544 feridos. Considerando que este não foi o início, mas sim a intensificação do genocídio, observamos uma política de limpeza étnica do Estado de “Israel” para viabilizar demograficamente sua ocupação.
Apenas neste mês de outubro, a campanha israelense de bombardeios na região norte de Gaza ocasionou 770 mortes, além de centenas de feridos e destruição de centenas de residências. O repórter Al-Sharif clamou: “Salvem o norte de Gaza! O norte de Gaza está sendo exterminado.”
Abaixo, reproduzimos a tradução da nota dos Comitês de Resistência Popular (CRP), publicada no canal Resistance News:
⚔️ Comitês de Resistência Popular:
“O bombardeio criminoso brutal realizado pelo exército inimigo sionista na Rua Al-Hawja em Jabalia, que levou ao martírio e ferimento de dezenas, a maioria mulheres e crianças, demonstra a persistência do inimigo sionista em cometer massacres horríveis e genocídios contra civis desarmados, em meio ao silêncio internacional e ao apoio contínuo dos EUA aos planos de genocídio e deslocamento do nosso povo.
O crime complexo cometido pelo inimigo sionista em Jabalia e em toda a Faixa de Gaza, bombardeando casas e abrigos, como em Nusseirat, Maghazi, Jabalia, Beit Lahia e Khan Younis, constitui uma guerra de genocídio e limpeza étnica com o objetivo de arrancar nosso povo de suas terras e deslocá-lo à força sob o bombardeio de artilharia e aeronaves sionistas.
A administração americana e os países ocidentais injustos participam ativamente desse genocídio e guerra contra nosso povo, e o silêncio árabe e islâmico se tornou um fator encorajador, motivando o inimigo sionista-americano a prosseguir com este holocausto.
A cachoeira de sangue em Gaza e no Líbano permanecerá uma mancha de vergonha na testa da humanidade e de todas as organizações internacionais e da ONU, especialmente do Conselho de Segurança e do Tribunal Penal Internacional de Justiça.
Apelamos às pessoas honradas e livres do mundo para apoiar o povo palestino e o povo do norte de Gaza, que está sendo submetido a um holocausto sionista indescritível e ilimitado.”
Gabinete de Imprensa dos Comitês de Resistência na Palestina
Quinta-feira, 24 de outubro de 2024