Neste sábado (15), aconteceu a plenária do Rio de Janeiro para organizar a mobilização em defesa da Palestina, principalmente do ato do dia 30 de junho. Os militantes do PCO, dos comitês de luta e a comunidade islâmica do Rio de Janeiro foram os responsáveis por organizar o evento e também os principais integrantes na atividade. Dirigente do Partido no estado, Luan Monteiro abriu a plenária com uma declaração:
“Nosso principal objetivo é organizar o ato do 30 de junho em São Paulo. É necessário fazer isso para superar a defensiva que existe na esquerda brasileira. Temos visto no mundo inteiro os povos se levantando para defender a Faixa de Gaza e lutar contra o genocídio do povo palestino. Estamos diante de uma crise política muito grande e no nosso entendimento a campanha no Brasil não reflete a seriedade da questão, ela precisa atingir outro patamar, nós precisamos atingir isso”.
Monteiro destacou a importância da luta pela Palestina inclusive para a política nacional: “no mundo inteiro os trabalhadores devem se preocupar com a questão da Palestina, não há nada mais importante. No Brasil, enfrentamos o PSDB, o bolsonarismo, a direita em geral, eles são o sionismo no Brasil. Ou seja, derrotar eles na questão palestina é derrotá-los aqui no Brasil também”.
E ainda pontuou: “a questão da Palestina desestabiliza o imperialismo no mundo inteiro e assim dá esperança aos povos oprimidos do mundo inteiro. Os povos árabes estão todos se levantando diante desse acontecimento”.
O dirigente estadual do PCO relembrou outro momento semelhante na luta política nacional: “nós consideramos que esse ato irá acabar com a paralisia e empurrar os atos no Brasil inteiro. Temos exemplos disso. Na época da pandemia havia uma paralisia muito grande de quase toda a esquerda, poucos saiam às ruas. Durante a pandemia, nós decidimos chamar um ato nacional no 1º de maio para impulsionar a mobilização no Brasil inteiro e funcionou. Depois daquilo começaram atos todos os meses, foi a campanha do Fora Bolsonaro em 2021”.
Sândalo Rúbio, do Comitê de Mobilização Popular Centro Zona Sul, fundado em 2020, se pronunciou: “o imperialismo no mundo inteiro pressiona para acabar com essa luta. Há uma pressão gigantesca em cima do PT para não levar adiante essa luta. Há infiltrados sionistas no partido, que fazem essa pressão interna. Mas o povo ta revoltado há muito tempo, está vendo as crianças morrendo há meses. Por outro lado, há o PSTU que não quer mobilizar de fato, que divide os atos, chama atos em cima da hora, na prática, está sabotando os atos da Palestina. Eles ainda têm a política terrível de ser contra a resistência palestina, porque eles são religiosos. Eu pergunto, por acaso alguém é contra militar junto com a pastoral? Obviamente não”.
Gabriel Mendes, militante do PCO, se pronunciou: “é uma enorme oportunidade para a mobilização. Nós vamos mobilizar pessoas em todos os âmbitos, desde os companheiros que farão as panfletagens, até os companheiros que não estão muito atentos, mas que vão descobrir que há um movimento em defesa da Palestina. O caso de 2021 é importante. O PCO já fazia atividades durante a pandemia, mas o ato do 1º maio foi um divisor de águas. Houve casos de dirigentes da esquerda que falaram que não fariam nada até o fim da pandemia e logo depois do ato mudaram completamente de postura”.
Depois destacou a importância da resistência: “os palestinos estão liderando os oprimidos do mundo inteiro. O Iêmen aparece como uma força mundial por seguir a liderança dos palestinos. O mesmo vale para os atos da Europa e dos EUA. E houve um desenvolvimento, agora todos os grupos mais ativos em defesa da Palestina são defensores da resistência. Agora se mostrou que a defesa da resistência é uma necessidade, pois os setores do Brasil que se negaram são os que não estão mobilizando. Durante as últimas atividades de esquerda que eu fui ficou claro que as bases defendem a resistência, só não tem coragem de fazer isso publicamente”.
O xeique Mansur, um membro da comunidade xiita, se pronunciou também: “há muitas décadas do governo dos EUA afirmam que não pode existir um novo Irã no mundo, eles estão pressionando o mundo inteiro contra a luta do Oriente Médio. Eu, vindo de fora do Brasil, fiquei impressionando com a onda sionista que existe no país, principalmente com as igrejas evangélicas. A esquerda tem que ampliar essa mobilização para acabar com o sionismo aqui. A esquerda tem que entender que a luta contra o sionismo é uma das mais importantes”.
A plenária terminou com a convocação para organizar a própria campanha. Foi destacado que é possível fazer atividades de rua, bem como a convocação em si. Os adesivos foram distribuídos, bem como os cartazes. Além disso, foi criado um grupo de trabalho que se reunirá todos os dias para organizar a mobilização por duas semanas. Os presentes foram chamados a realizar uma ampla atividade para garantir a participação em peso da militância do Rio de Janeiro, que deve compor a maior caravana do país para o ato nacional.
A mobilização em todo o Brasil
Victor Assis, dirigente do PCO em Pernambuco, declarou ao DCO: “vêm companheiros de Amapá, Pará, Pernambuco, Ceará, Piauí, Paraíba, Bahia. Ainda estamos procurando a confirmação de outros estados, como Alagoas, Sergipe e Tocantins. Vamos ter a participação do Comitê de Solidariedade Palestina-Pernambuco. Vamos ter também companheiros do Comitê de Luta da região do Cariri, no Ceará. Vamos ter a presença de um representante do Centro Cultural Islâmico Imã Sodek, do centro xiita. Estamos com a expectativa de fazer um grande ato, fazer o maior ato da história no Brasil em defesa do povo palestino”.
No Rio Grande do Sul, mesmo com a situação ainda não recuperada das enchentes, os militantes estão se organizando para levar uma caravana do estado. Dirigente do PCO, Neimar, que reside em Pelotas, declarou ao Diário Causa Operária: “o Rio Grande dos Sul está se mobilizando, já temos um ônibus quase lotado rumo a São Paulo no ato nacional em defesa do povo palestino. Vamos mexer com a estrutura da sociedade, principalmente com a esquerda que está apática diante do genocídio em Gaza“.
No Brasil inteiro a mobilização é intensa em todo o país. Todos os dias este Diário noticiará as principais atividades do PCO e dos Comitês de Luta no País. São duas semanas de atividades permanentes até a chega do maior ato em defesa da Palestina desde o início da guerra em Gaza.
