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Tribunal Superior Eleitoral

Com eleições municipais, Moraes promete aumentar censura

A corte, presidida pelo ministro Alexandre de Moraes, aprovou resolução determinando que as redes removam conteúdo “falso” sem decisão judicial

Em ano de eleições municipais, Alexandre de Moraes, na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), proferiu mais uma decisão antidemocrática, determinando que as redes sociais removam conteúdo “falso” sem decisão judicial.

A determinação está contida em uma resolução aprovada pelo TSE na terça-feira (27), conforme informações do UOL, portal de notícias da imprensa burguesa.

Ao leitor não familiarizado com o funcionamento do sistema eleitoral brasileiro, resolução é basicamente uma lei feita pelo Tribunal Superior Eleitoral ditando regras sobre as eleições, partidos e mais. E a maior parte da legislação eleitoral é composta por resoluções, de forma que as regras do sistema político brasileiro são feitas por juízes, pessoas não eleitas pela população.

Segundo noticiado na matéria do UOL, a resolução determina que “as plataformas devem ser responsáveis por medidas que impeçam ou reduzam a circulação de conteúdos sabidamente falsos ou ‘gravemente descontextualizados’ que possam atingir diretamente a integridade do processo eleitoral”. Assim, elas devem remover esses conteúdos, mesmo sem prévia decisão judicial.

Obrigar as redes sociais a removerem conteúdos sem decisão judicial prévia, por si só, já é algo antidemocrático. Aliás, nem mesmo juízes deveriam ter o poder de remover conteúdos das redes sociais, por caracterizar censura. Contudo, a resolução é ainda mais ditatorial ao explicar o que seria “conteúdo sabidamente falso ou gravemente descontextualizado”.

Segundo o UOL, que teve acesso à resolução, “tais conteúdos incluiriam ataques à democracia, discursos de ódio, racismo, homofobia e difusão de ideologia nazista”.

Ou seja, conteúdos que questionam as eleições, o processo eleitoral e as instituições e autoridades encarregadas desse processo serão censurados, todos enquadrados como “ataques à democracia”.

Além disto, tudo indica que publicações em defesa da Palestina e contra “Israel” e o sionismo, informando o povo a respeito do genocídio em curso, também serão censuradas, acusadas de antissemitismo e, portanto, “racismo” e “difusão de ideologia nazista”.

Se as empresas responsáveis por gerir as redes sociais não censurarem seus usuários, serão responsabilizadas solidariamente com os autores das postagens. O que isto significa? Significa que se alguém processar o autor, pedindo indenização, e o autor da postagem não pagar, a rede terá que pagar.

Ou seja, a resolução do TSE vai forçar as redes a censurarem seus usuários ainda mais do que já censuram. Tudo isto para “proteger a democracia” durante as eleições.

Vale ressaltar que o que Alexandre de Moraes e o Tribunal Superior Eleitoral estão fazendo é aplicar o PL das “Fake News” (Projeto de Lei nº 2.630/2020) sem que o mesmo tenha sido aprovado pelo Congresso Nacional, onde estão pessoas que foram eleitas pela população. 

Isto é até mesmo reconhecido pelo UOL, que constata em sua matéria que “o texto segue a proposta do PL das Fake News, que está parado na Câmara dos Deputados. O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, tem sido um grande defensor da regulamentação das redes no país”.

Além do exposto acima, Alexandre de Moraes utiliza a resolução para impedir o uso livre da inteligência artificial durante as eleições. Nesse sentido, foi proibido o uso da ferramenta “deepfake”, a qual simula digitalmente a voz e os rostos das pessoas.

A justificativa do ministro para a proibição é “combater as milícias digitais”, de forma que “aqueles candidatos que desrespeitarem a normatização e utilizarem a inteligência artificial negativamente para prejudicar seus opositores e deturpar o sentido das informações buscando ganhar as eleições, a sanção será a cassação do registro e, se já tiverem sido eleitos, a cassação do mandato”.

Apesar de ser uma ferramenta que pode, de fato, gerar uma onda muito grande de falsificações. Não deve ser o papel de um juiz, entretanto, regulamentar isso, cabendo ao povo analisar as informações divulgadas nas redes.

Ao mesmo tempo, a proibição de Moraes serve, também, para dificultar a campanha eleitoral de partidos menores, com menos verba. Afinal, hoje em dia, por meio da inteligência artificial, é possível fazer algo que, antes, demandaria uma equipe muito grande de profissionais e um longo período de tempo.

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