De acordo com grupos de direitos dos prisioneiros palestinos, as forças de ocupação israelenses prenderam 25 palestinos na Cisjordânia ocupada somente na última segunda-feira, dia 19 de fevereiro. De acordo com uma declaração conjunta da Comissão para os Assuntos de Detidos e Ex-Detidos e da Sociedade de Prisioneiros Palestinos, a maioria das detenções ocorreu nas cidades de al-Khalil, Ramala, al-Quds, Nablus e Jenin.
O comunicado ainda informou que as detenções foram “marcadas por atos de sabotagem e destruição de propriedades, além de espancamentos severos contra os detidos e suas famílias, e pelo confisco de dinheiro”.
As ações arbitrárias e repressivas das forças de ocupação não se resumiram apenas à última segunda-feira. Elas têm sido, na verdade, a norma. De acordo com os mesmos grupos de direitos, ao menos 7.100 palestinos foram detidos pelas tropas invasoras desde 7 de outubro de 2023, quando foi deflagrada a Operação Dilúvio de al-Aqsa.
Marco na história recente da Palestina, a Operação Dilúvio de al-Aqsa inaugurou uma etapa no conflito entre “Israel” e os povos do Oriente Médio. Em resposta às bem sucedidas operações do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe) e do Hesbolá, “Israel” já assassinou mais de 29 mil palestinos na Faixa de Gaza – a maioria deles, crianças e mulheres. O aumento da repressão é também resultado do acirramento do conflito, uma vez que o território palestino está à beira de um levante em apoio às forças de resistência.
Nesse período de quatro meses, já houve, na Cisjordânia, uma greve geral, indicando uma tendência à rebelião contra as forças de ocupação. As várias brigadas, como a Brigada Jenin, também expressam o engajamento da população da Cisjordânia na luta contra a entidade sionista.
A grande maioria das prisões são as chamadas “prisões administrativas”, que permitem ao Estado de “Israel” trancafiar palestinos em cadeias durante anos sem ter direito a qualquer tipo de julgamento. Frequentemente, esses palestinos são torturados. O tratamento desumano relegado aos palestinos nas prisões veio à tona após a primeira troca de prisioneiros realizada por meio de um acordo entre o Hamas e o governo israelense.
As prisões, no entanto, não são a única consequência da ação de “Israel” na Cisjordânia ocupada. Desde 7 de outubro de 2023, mais de 398 palestinos foram mortos.
Um desses assassinatos foi anunciado no último domingo (18), quando as forças de ocupação mataram um jovem palestino a leste de Nablus, na Cisjordânia ocupada. De acordo com o comunicado, Anas Jameel Dawikat, de 26 anos, foi morto a tiros por soldados israelenses no posto de controle militar de Beit Furik.
Enquanto isso, as Brigadas dos Mártires de al-Aqsa, o braço militar do Movimento de Libertação Nacional Palestino (Fatá) em al-Khalil, anunciaram que os combatentes da Resistência atacaram o assentamento “Karmei Tzur” com tiros pesados, acrescentando que “os combatentes se retiraram com segurança” após a operação.