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HISTÓRIA DA PALESTINA

A história do campo de refugiados de Tulcarém

Raed Al Karmi, um dos líderes das Brigadas dos Mártires de al-Aqsa, foi assassinado em Tulcarém em 2002, quando da Segunda Intifada, em razão de sua luta revolucionária

Não é apenas bombardeando a Faixa de Gaza e realizando ataques criminosos contra seus hospitais que “Israel” tenta afogar em sangue a Revolução Palestina em curso. As forças israelenses de ocupação, auxiliadas pelos colonos, verdadeiras milícias fascistas do sionismo, e também pelos agentes do aparato de repressão da Autoridade Palestina segue atacando e assassinando palestinos todos os dias na Cisjordânia, na tentativa de derrotar as organizações da resistência e o povo em armas.

Especial alvo dos ataques são os campos de refugiados palestinos, os quais são, historicamente, locais de onde se originaram movimentos e líderes da resistência palestina, e onde esta se organizou e travou batalhas heroicas contra da ditadura nazista de “Israel”

Um desses campos é o de Tulcarém, localizado na cidade de mesmo nome, região oeste da Cisjordânia. Referida região está na Área A do enclave, estabelecida nos Acordos de Oslo para ficar sob o controle da Autoridade Palestina. Isto é, sob o controle indireto de “Israel”. Não é coincidência, então, que “as incursões e detenções de residentes pelas forças de segurança de Israel (ISF) ocorrem com frequência”, conforme constatado pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA, na sigla em inglês) já em 2022. Atualmente, após o Dilúvio de al-Aqsa, os ataques sionistas só se intensificaram.

O campo foi erguido em 1950, mesmo ano em que a Jordânia assumiu controle territorial sobre a Cisjordânia. Com uma área de apenas 0,18 quilômetros quadrados e uma população de 27.228 pessoas (conforme senso de 2022), é um dos campos de refugiados de maior densidade populacional da Cisjordânia. Características que, segundo a UNRWA, trazem inúmeros problemas ao povo palestino que lá vive, tais como alta taxa de desemprego (17%), rede de saneamento sobrecarregada, além de todos os problemas advindos do bloqueio econômico e repressão exercidos pela ditadura sionista.

Assim como se dá em toda a Palestina, a opressão sionista contra o Campo de Tulcarém vem de décadas. Por exemplo, durante a Primeira Intifada, em 26 de abril de 1989, as forças israelenses de ocupação assassinaram um garoto palestino de apenas oito anos, Izam Omar Hasan. No mesmo dia, outro garoto, Samar Muhammad Manid, de nove anos, foi alvejado em seu olho com uma munição de plástico, que resultou em sua morte cinco dias depois. Pouco mais de um mês depois, no dia 31 de maio, os nazissionistas assassinaram um bebê de oito meses, May Muhammad Hamadan, que estava no colo de sua mãe.

Quando da Segunda Intifada, Raed Al Karmi, um dos líderes das Brigadas dos Mártires de al-Aqsa, milícia popular formada pela juventude do Fatá, criada contra a capitulação da ala direita do partido, eliminou pelo menos dois colonos fascistas no ano de 2001. “Israel” o acusou de matar outros oito sionistas. De qualquer forma, tratava-se de um revolucionário palestino, a luta armada contra o Estado sionista já estava sendo travada no Campo de Tulcarém já na época da Segunda Intifada. 

Em razão de sua luta revolucionária, Al Karmi foi alvo de uma tentativa de assassinato pelas forças de ocupação. Em setembro de 2001, dispararam mísseis contra o local onde se encontrava. Duas pessoas que estavam com ele foram assassinadas. O militante palestino, por sorte, sobreviveu. Contudo, foi assassinado em 14 de janeiro de 2002 pelas forças de ocupação, quando bombardearam a sede da rádio da Voz da Palestina e estúdios de televisão palestina, conforme noticiou a emissora norte-americana CNN à época.

Segundo Bader Araj, professor da Universidade de Birzeit, na Cisjordânia, em seu trabalho A dura repressão estatal como causa do atentado suicida: o caso do conflito palestino-israelense, publicado na revista acadêmica Estudos em Conflito e Terrorismo, em 2008, após o assassinato de Al Karmi, o Fatá voltou a realizar ataques de tipo suicida como método de luta contra “Israel”.

Como homenagem ao combatente palestino caído, em 2015, uma rua de Tulcarém recebeu seu nome. Fatos que demonstram que há décadas o campo é um dos vários locais onde o povo palestino trava a luta por sua libertação nacional.

E, desde 7 de outubro de 2023, essa luta apenas se intensificou. Praticamente todos os dias há ações da resistência em Tulcarém, seja por parte das Brigadas dos Mártires de al-Aqsa, seja por parte das Brigadas Al-Quds (braço armado da Jiade Islâmica), ou mesmo apenas o povo palestino em armas.

No dia 8 de abril, Al-Aqsa informou que “com a ajuda e a força de Alá, nossos combatentes travaram hoje de manhã intensos confrontos com as forças de ocupação sionistas e seus veículos militares, que invadiram a cidade de Tulcarém por várias frentes, utilizando metralhadoras e dispositivos explosivos”. No mesmo sentido, Al-Quds noticiou que “nossos combatentes se envolveram em confrontos com as forças de ocupação em várias frentes nesta madrugada, e nossos combatentes prepararam uma série de emboscadas que resultaram em feridos confirmados”.

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