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HISTÓRIA DA PALESTINA

Campo de Refugiados de Rafá, há décadas alvo do fascismo sionista

Localizado na cidade de Rafá, o campo também está ameaçado de iminente invasão. Contudo, segundo líder do Hamas: "a resistência está pronta para enfrentá-la"

Recentemente, em 28 de março, o primeiro-ministro de “Israel”, Benjamin Netaniahu, declarou, novamente, que irá invadir Rafá. Desde então, reuniões entre autoridades israelenses e do governo dos Estados Unidos vêm sendo realizadas a respeito da melhor maneira de que essa invasão seja realizada, sem que o imperialismo perca o controle da situação, mais do que já perdeu.

Rafá é uma cidade localizada na região sul da Faixa de Gaza, fazendo fronteira com o Egito. É nela que está localizado o campo de refugiados de mesmo nome.

Foi fundado em 1949 pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA, na sigla em inglês) para abrigar refugiados palestinos expulsos de suas terras pelas tropas sionistas quando da Nakba.

Até o dia 7 de outubro de 2023, data da operação Dilúvio de Al-Aqsa, que colocou em movimento a atual Revolução Palestina, o campo possuía uma população de 133.326 refugiados. Segundo o portal da própria UNRWA, já era praticamente impossível distinguir uma fronteira entre o campo e a cidade palestina de Rafá, pois pouco depois de sua criação, milhares de refugiados mudaram-se para o campo adjacente, de Tel El-Sultan.

Atualmente, desde que “Israel” pôs em marcha o mais recente genocídio contra os palestinos, sequer se pode aferir precisamente a população do Campo de Refugiados de Rafá. Afinal, as forças aéreas das forças israelenses de ocupação bombardearam Gaza de forma deliberada para obrigar os palestinos a se deslocarem em direção ao Egito. De forma que a cidade de Rafá, que possuía uma população de aproximadamente 170 mil, agora abriga cerca de 1,5 milhão de refugiados palestinos.

Assim, caso a invasão seja realizada, resultará em um morticínio de palestino ainda maior do que o que está sendo realizado. Enquanto ela não é desatada, “Israel” bombardeia Rafá praticamente todos os dias. Por exemplo, na noite da última quarta-feira (4), em um bombardeio criminoso, as forças israelenses de ocupação assassinaram vários palestinos, incluindo Akram Salamé, irmão de Hassan Salamé, líder das Brigadas al-Qassam, que está encarcerado nas masmorras israelenses. Akram também já havia sido feito prisioneiro outrora, mas fora liberto em 2011, quando o Hamas conseguiu dobrar “Israel” para libertar mais de 1.000 prisioneiros palestinos em troca do soldado sionista Gilad Shalit.

A violência que o Estado sionista perpetra contra Rafá, campo ou cidade, não é de hoje. É desde que o campo foi criado.

Na conjuntura da Guerra de Suez, quando “Israel” invadiu Gaza pela primeira vez, as tropas sionistas assassinaram cerca de 111 palestinos a sangue-frio, acontecimento que ficou conhecido como o Massacre de Rafá. Os corpos das vítimas foram jogados no bairro de Tell Zurub, região oeste de Rafá.

Quando da Guerra dos Seis Dias, em 1967, “Israel” capturou Gaza, marcando o início de décadas do domínio territorial sionista sobre o enclave, o qual só foi rompido após anos de incomensurável esforço e abnegação da resistência palestina. Em 9 de junho daquele ano, as forças de ocupação, mostrando seu caráter criminoso e sua intenção de expulsar os palestinos, destruíram 144 casas com retroescavadeiras e explosivos. Apenas quatro anos depois, em 1971, mais de 500 casas foram demolidas sob o comando de Ariel Sharon, com a finalidade de criar estradas mais amplas para o patrulhamento das tropas sionistas. 

No ano de 1979, com os acordos de paz decorrentes da capitulação do Egito perante “Israel”, a fronteira foi estabelecida no meio de Rafá, criando uma Rafá em Gaza e outra no Egito. Milhares de famílias foram separadas umas das outras.

Sendo a cidade a única fronteira palestina com outro Estado que não “Israel”, e estando o Egito há anos sob um regime ditatorial lacaio do imperialismo, a travessia de Gaza para o Egito só pode ser feita legalmente através do Corredor da Filadélfia, uma rota estreita, vigiada por inúmeros guardas armados, justamente para impedir que suprimentos de todos os tipos cheguem livremente aos palestinos, inclusive armas às organizações da resistência.

Em face disto, já desde a Primeira Intifada, os palestinos começaram a construir túneis entre a fronteira de Gaza com o Egito. Hoje em dia, a resistência palestina se vale de uma extensa rede de túneis, não apenas abaixo de Rafá, mas de toda a Faixa de Gaza, fundamental para combater as tropas sionistas e para trazer suprimentos para dentro do enclave.

Dada a resistência que surge em meio à população de Rafá, e a posição estratégica do campo e da cidade para a organização da resistência palestina em geral, os ataques de “Israel” contra o local já vinham se intensificando nos anos que precederam a operação Dilúvio de al-Aqsa. Em 3 de agosto de 2014, o Estado sionista bombardeou Rafá como parte da Operação Limite de Proteção, assassinando centenas de palestinos, ferindo mais centenas e deslocando milhares. Um dos alvos foi a Escola preparatória Rafá A para meninos, em que pelo menos 10 palestinos foram assassinados e mais de 35 feridos.

Em 14 de fevereiro do presente ano, os sionistas bombardearam Rafá, assassinando mais de 83 civis palestinos. Apesar disto, e na esteira das recentes movimentações de “Israel” e do imperialismo para invadir o campo e a cidade, Osama Hamdam, um dos líderes do Hamas, deixou claro que o genocídio não dobrará a resistência:

“Rejeitamos qualquer movimento agressivo em relação a Rafá e não vamos aceitar isso de forma alguma. Estamos fazendo esforços para evitar a agressão a Rafá, mas a resistência está pronta para o confronto. Se a ocupação continuar a sua agressão, a resistência está pronta para enfrentá-la.”

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