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HISTÓRIA DA PALESTINA

Campo de Khan Yunis, onde nasceram Maomé Deif e Iahia Sinuar

Em Khan Yunis, Abdel Aziz al-Rantisi, que seria um dos fundadores do Hamas, testemunhou o massacre perpetrado pelas tropas sionistas em 1956

Quando as milícias fascistas do sionismo expulsaram quase um milhão de palestinos de suas terras entre os anos de 1947 e 1949 para fundar o Estado de “Israel”, a Organização das Nações Unidas (ONU), uma entidade a serviço do imperialismo que foi fundamental na criação do Estado sionista, foi responsável por criar dezenas de campos de refugiados em países vizinhos para abrigar a população que havia sido expulsa.

Não foi uma bondade da ONU, mas um meio de conter a crise humanitária e evitar uma radicalização ainda maior por parte dos palestinos, que lutavam por seu direito de retorno a partir dos países para onde haviam se deslocado. 

Campos foram criados na Jordânia, no Egito, na Síria e no Líbano. Também foram criados na Cisjordânia (que foi anexada pela Jordânia em 1950) e, igualmente, na Faixa de Gaza (que fazia parte do Egito). 

Um desses campos foi o de Khan Yunis. Erguido já em 1948, ano da Catástrofe (Nakba), o campo está localizado na região sul da Faixa de Gaza, próximo à cidade de Khan Yunis. Está a oeste, próximo do Mar Mediterrâneo. Quando foi criado, recebeu cerca de 35 mil refugiados, que não tiveram alternativa senão deixar suas casas ante a violência das tropas fascistas do sionismo.

Contudo, tendo em vista que o objetivo dos sionistas sempre foi erguer a “Grande Israel”, isto é, um Estado supremacista judeu sobre toda a Palestina, não tardou para que esses refugiados, que já haviam sido expulsos de suas casas, fossem novamente alvos dos fascistas israelenses.

Fala-se do Massacre de Khan Yunis, do ano de 1956. Ocorreu durante a Crise de Suez (ou Guerra do Sinai), quando “Israel”, apoiada pelo imperialismo britânico e francês, atacou o Egito com o objetivo de derrubar o líder nacionalista egípcio Gamal Abdel Nasser e tomar o controle do Canal de Suez, uma das mais importantes rotas comerciais marítimas. 

Conforme já exposto em matéria publicada neste Diário, o Massacre de Khan Yunis foi perpetrado pelas forças israelenses de ocupação tanto na cidade quanto no campo de refugiados. Segundo o líder palestino Abdel Aziz al-Rantisi, 525 palestinos foram assassinados. Rantisi, que tinha oito anos à época, foi testemunha do massacre: soldados sionistas assassinaram seu tio na sua frente em Khan Yunis. Três décadas mais tarde, no ano de 1987, logo quando do início da Primeira Intifada, ele seria um dos fundadores do Hamas. Nem “Israel”, por meio de sua repressão, nem a ONU, por meio da criação de campos de refugiados, foi capaz de conter a luta do povo palestino por sua libertação nacional. 

No que diz respeito à Primeira Intifada, embora ela tenha começado no final de 1987, a partir do Campo de Jabalia, vale ressaltar que todo esse ano foi de intensa repressão contra os palestinos. Já no início, em janeiro, a polícia israelense assassinou um estudante em Khan Yunis.

Mostrando que a repressão sionista sempre foi algo sistemático e deliberado, durante a Segunda Intifada, em 10 de dezembro de 2004, soldados das forças israelenses de ocupação atiraram em uma garota de sete anos no Campo de Khan Yunis, assassinando-a.

Da mesma forma que acontece atualmente, a brutalidade fascista dos sionistas durante aquela mobilização revolucionária do povo palestino não foi suficiente para derrotar a resistência. Assim, quando os palestinos saíram vitoriosos na Segunda Intifada, a imprensa imperialista noticiou a retirada humilhante das tropas sionistas de Khan Yunis, tanto do campo quanto da cidade:

“As últimas tropas israelenses que saíram de Gaza na noite passada não puderam deixar de ver as bandeiras hasteadas nos telhados das casas palestinas ou a sua mensagem singular: vitória.

Cartazes em quase todos os quarteirões de Khan Yunis, a cidade superlotada e campo de refugiados subitamente libertado do confinamento atrás dos postos de metralhadoras do maior bloco de refugiados de Gaza, oferecem apenas uma interpretação da partida dos israelenses.

‘Estamos celebrando a vitória da bomba’, declara um cartaz do Hamas com a imagem de um homem mascarado armado sobreposto para parecer que está esmagando casas de colonos e soldados israelenses com os pés. ‘A primeira vitória palestina, a primeira derrota israelense’, diz outro.”

Assim com se deu com os demais campos de refugiados, o de Khan Yunis se tornou, a longo dos anos, um dos pilares da resistência do povo palestino. E, no que diz respeito a essa luta, vale ressaltar que foi nesse campo de refugiados que nasceram Maomé Deif, o atual líder das Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, o braço armado do Hamas, e Iahia Sinuar, o líder político do Hamas em Gaza. Ambos foram os líderes que comandaram a operação Dilúvio de al-Aqsa.

Uma vez desencadeada a atual Revolução Palestina, em 7 de outubro de 2023, tanto a cidade quanto o campo de Khan Yunis vêm sendo alvo de sistemáticos e constantes ataques por parte das forças israelenses de ocupação.

Como consequência dos bombardeios israelenses e das incursões criminosas de suas tropas, desde 18 de fevereiro de 2024, o Hospital Nasser, próximo ao campo de Khan Yunis, não está mais funcional, sendo praticamente um posto de saúde. 

Antes do mais recente cerco e ocupação do Hospital de Al-Shifa, que resultou no assassinato de mais de 500 palestinos e na completa destruição do complexo médico, as forças israelenses de ocupação fizeram algo semelhante no Hospital Nasser. Na ocasião, pelo menos 60 civis foram assassinados, e, desde o dia 23 de fevereiro, o hospital não tinha comida, água e nem mesmo oxigênio para os pacientes. Segundo relatou o Ministério da Saúde de Gaza à época, cerca de 13 pacientes foram assassinados devido à falta de eletricidade e oxigênio no hospital.

Contudo, a resistência palestina segue na luta contra os invasores sionistas: neste dia 2 de abril, por exemplo, as Brigadas dos Mártires de al-Aqsa atingiram um veículo militar sionista com um projétil de RPG a oeste da cidade de Khan Younis, confirmando que houve mortes e feridos entre sua tripulação. 

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