Em 13 de abril de 2024, o Irã alterou a conjuntura política no Oriente Próximo. Com o sucesso da Operação Promessa Cumprida, em que mísseis atingiram bases militares e centro de inteligência no território de “Israel”, o Estado sionista e os Estados Unidos deixaram de ser poderes dissuasórios na região. Além de ter sido bem sucedida por estes motivos, a ação militar iraniana também serviu para expor claramente a natureza traidora da monarquia jordaniana.
O Reino da Jordânia, que possui uma grande população palestina, vem traindo a luta desse povo martirizado desde antes da Catástrofe (Nakba) e da fundação de “Israel”, ambos em 1948. É questão de tempo até que o povo da Jordânia e os palestinos que lá vivem se levantem contra a monarquia.
Ao longo dos anos, vários campos de refugiados palestinos foram fundados na Jordânia. Um deles foi o de Caramé. Conforme a Interactive Encyclopedia of the Palestine Question, o campo foi fundado em 1950, mesmo ano em que a Jordânia incorporou a Cisjordânia ao seu território. Àquela época, a única escola de refugiados havia sido erguida por professores refugiados no Campo de Caramé.
No ano de 1967, “Israel”, com o apoio do imperialismo, saiu vitorioso sobre a coalizão de países árabes na Guerra dos Seis Dias. Com isto, obteve várias conquistas territoriais, dentre as quais as Colinas do Golã, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia. O Campo de Refugiados de Caramé era localizado na cidade de Caramé, que fazia fronteira com a Cisjordânia. Devido às conquistas territoriais de “Israel”, milhares de palestinos tiveram de se refugiar na cidade e no campo de Caramé, inclusive guerrilheiros palestinos.
A partir do campo de Caramé e da cidade de Caramé, a resistência palestina se reorganizou, e seguiu travando a luta contra “Israel”, tanto realizando incursões no território que lhes havia sido roubado, quanto bombardeios com morteiros. Para tentar destruir a resistência palestina, cuja principal organização era a OLP e o principal partido o Fatá, “Israel” invadiu a Jordânia pela cidade de Caramé, o que resultou na expulsão de mais de 54 mil palestinos. Apesar de ter conseguido destruir o campo de Caramé, os guerrilheiros palestinos, liderado por Yasser Arafat, não recuaram. Sua tenacidade forçou a ação do exército jordaniano e “Israel” saiu derrotado. Arafat ergueu-se como a principal liderança do povo palestino e o Fatá se tornou um partido de massas. Embora o campo de Caramé tenha deixado de existir, a Batalha de Caramé permanece na história da resistência palestina.
Recentemente, como informado no começo desta matéria, a ditadura de Abdulá II traiu os palestinos e o povo jordaniano ao se opor à ação do Irã. Isto quando grandes manifestações anti-imperialistas e antissionistas vêm ocorrendo no país há várias semanas. Não será surpreendente se a monarquia tiver de ser derrubada para que o Estado jordaniano assuma o lado dos palestinos.