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HISTÓRIA DA PALESTINA

Campo de Balata, onde surgiu a Brigada dos Mártires de al-Aqsa

Já nos anos 1980 e 1990 os palestinos de Balata tiveram papel de destaque na Primeira Intifada, a primeira mobilização revolucionária de toda a sociedade palestina desde 1936

O campo de refugiados de Balata está localizado na Cisjordânia, sendo adjacente à aldeia de Balata que, por sua vez, é próxima à cidade de Nablus. 

Foi criado no ano de 1950, dois anos após a Naqba. Quando de sua criação, a maior parte dos palestinos que lá se refugiaram tinham sido expulsos da cidade de Jafa e do entorno (Telavive, atualmente). 

Assim como se deu com a maioria dos outros campos de refugiados palestinos, a Organização das Nações Unidas (ONU) tentou utilizá-los para evitar que eles tentassem retornar às suas terras. Essa organização imperialista, que havia sido fundamental para dar legitimidade ao projeto colonial do imperialismo que foi “Israel”, Estado artificial erguido sobre a violência fascista e a limpeza étnica, precisava garantir que esse projeto fosse duradouro.

Nesse sentido, a organização imperialista deu casas temporárias aos refugiados de Jafa logo quando eles chegaram, em 1948. Inicialmente, eles rejeitavam se assentar permanentemente em Balata. Contudo, passados dois anos, sem perspectiva imediata de retorno, o campo de refugiados foi erguido. No ano de 1956, casas de concreto foram erguidas.

Apesar disto, desse aparente caráter definitivo, o desejo, a esperança e a luta dos palestinos de Balata (e demais campos de refugiados) por retornar às suas terras jamais foi deixado de lado.

Não foi coincidência, então, que nos anos 1980 e 1990 os palestinos de Balata tiveram papel de destaque na Primeira Intifada, a primeira mobilização revolucionária de toda a sociedade palestina desde 1936.

A ação revolucionária de Batala e seus residentes seria ainda maior partir dos anos 2000, época da Segunda Intifada, um novo levante revolucionário do povo palestino, que durou até o ano de 2005. Foi em Balata, já no primeiro ano da nova Intifada, que a milícia popular Brigadas dos Mártires de al-Aqsa foi criado. Surgiu a partir de dissidentes do partido político Fatá, descontentes com a política capituladora de sua direção, perante “Israel”. O fundador das Brigadas, Maruan Barghouti, é prisioneiro da ditadura nazissionista há mais de duas décadas.

O grupo revolucionário continua travando a luta pelo fim de “Israel” e do sionismo, sendo uma das principais organizações da resistência na atual guerra, desencadeada no dia 7 de outubro. Na Cisjordânia, em especial, essa luta se intensifica diariamente, inclusive no Campo de Balata. Recentemente, no dia 25 de abril, as Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa – Juventude da Vingança e Libertação (Campo de Balata), anunciou que “nossas brigadas estão enfrentando o cerco das forças de ocupação sionistas ao Túmulo de Iusef e arredores do campo de Balata com balas e dispositivos explosivos, e estão envolvidas em confrontos com eles.

Ressalta-se que o fato de haver uma divisão especial de jovens no campo de Balata não é coincidência, pois quase 60% de sua população tem menos de 25 anos de idade, segundo informações da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA). 

A unidade dos palestinos de Balata, para além da luta armada contra o Estado nazista de “Israel”, também é constatada pela sua forte sociedade civil, contando com um grande número de organizações comunitárias ativas.

Tendo em vista Balata ser um local ativo da resistência palestina, antes mesmo da atual guerra, o campo já era alvo de frequentes ações arbitrárias e ilegais por parte dos militares israelenses, tais como operações semanais de busca e prisões, frequentemente conduzidas no período noturno. Além disto, segundo informações da UNRWA, fornecidas pelos próprios residentes de Balata “os militares israelenses usam o campo para treinamento e entram regularmente no campo quando acompanham os colonos israelenses que visitam o Túmulo de José, localizado nas proximidades”.

Isto era antes da atual guerra genocida de “Israel” contra a Palestina. Atualmente, a violência é ainda mais abjeta e aberta. Contudo, a resistência dos palestinos do Campo de Balata, especialmente a dos combatentes das Brigadas dos Mártires de al-Aqsa, é mais forte do que nunca. Nesse sentido, a declaração publicada no último dia 23:

“As Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa – Juventude da Vingança e Libertação no Campo de Balata estão enfrentando a incursão das forças de ocupação sionistas e engajando-se em confrontos com eles usando balas e dispositivos explosivos, causando baixas diretas e fazendo-os provar uma morte horrível. 

Juramos que nossas Brigadas permanecerão leais ao pacto até a libertação.

Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa

Juventude da Vingança e Libertação – Campo de Balata”

 

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