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Botafogo

Bolsonarismo vira desculpa pra defender as máfias do futebol

O colunista esportivo da Folha S. Paulo, Juca Kfouri, realiza malabarismo pra "passar pano" para a corrupção do apito

Na última quarta-feira (8), a Folha S. Paulo publicou um artigo de Juca Kfouri intitulado John Textor e os sete bolsonaristas, na qual realiza uma manobra, acenando para os setores mais confusos da esquerda pequeno-burguesa, para defender a corrupção no futebol que afirma denunciar há décadas. A posição política do empresário que comprou o Botafogo é utilizado como pretexto para sustentar uma tese análoga a do “mal menor”, a política que levou a esquerda brasileira a apoiar o genocida Joe Biden e delinquentes políticos como Eduardo Leite, responsável pelas cheias no Rio Grande do Sul. 

O jornalista esportivo manifesta a ideia de que todo adepto da extrema-direita seria “mal-intencionado” por definição, assim como quem “nega vacina, quem nega orientação sexual, quem nega a diversidade racial, o aquecimento global, o resultado eleitoral, não deixaria de fora o que acontece no futebol”. A referência se faz diante das acusações de John Textor sobre manipulações no futebol brasileiro e, para desqualificar o empresário, Kfouri o apresenta como apoiador de Donald Trump. 

Para dar força a essa tese, o colunista ataca figuras do futebol que supostamente seriam apoiadores de Bolsonaro como ex-técnico do Grêmio, Renato Gaúcho, e o zagueiro do Fluminense, Felipe Melo, vinculando-os a cartolas e parlamentares, esses sim, bolsonaristas. Os bolsonaristas nunca teriam razões para reclamar de nada mesmo sabendo que não faltam erros nas partidas de futebol, assim somente as pessoas de esquerda teriam o direito de questionar alguma coisa, ou melhor, aceitariam toda sacanagem de bico fechado. 

Apesar da “natural desconfiança do torcedor brasileiro, assolado por décadas de corrupção na CBF, três presidentes seguidos banidos pelo escândalo do Fifagate, além da Máfia da Loteria em 1982, caso Ives Mendes em 1997, Máfia do Apito em 2005” apontada pelo jornalista, não há nenhuma consideração sequer sobre as provas que o “usurpador do Fogão” diz deter sobre a interferência da arbitragem no resultado dos jogos.  

Muito pior do que isso, o colunista defende a versão mentirosa de Leila Pereira, uma banqueira, que afirmou que Textor estaria acusando a arbitragem de ter favorecido o Palmeiras na conquista do Brasileirão de 2023, quando o próprio empresário assegurou que a denúncia não se trata disso. 

Esse é o ativismo barato de comentaristas como Walter Casagrande, Milly Lacombe e Juca Kfouri, que são pagos para defender figuras como Leila Pereira, que se apoderou do Palmeiras e que resolveu fazer demagogia identitária com a questão da mulher e do negro. Uma banqueira que se interessa pela causa dos setores esmagados!

A interpretação do problema Textor para o futebol tem o mesmo sentido do problema Elon Musk para o judiciário. Segundo a esquerda pequeno-burguesa, ainda que Alexandre de Moraes tenha cometido crime ao violar informações de perfis na rede social X (antigo Twitter), o bilionário seria muito pior e por isso sua denúncia seria um ataque à maravilhosa justiça brasileira. Da mesma forma, Textor é tratado como algo muito pior do que as máfias que dominam o futebol nacional. Isso também é aplicado para a disputa entre Jair Bolsonaro e Moraes. Basta a Rede Globo dizer que o líder da extrema-direita é um perigo iminente para o Brasil, vale qualquer coisa, até mesmo a censura.

Evidentemente que as denúncias de Textor, Musk e Bolsonaro não estão alinhadas aos interesses do povo, mas, ao invés de serem utilizadas para combater as forças que dominantes tanto no Judiciário quanto no futebol, os esquerdistas de araque passam a defender tais setores da burguesia. 

A proposta do iluminado jornalista para resolver os problemas do futebol é clamar pela “profissionalização da arbitragem, razão pela qual em vez dos nomes das vítimas (sim, são vítimas) usamos o termo assoprador de apito”. É como aqueles ativistas que, diante a matança deliberada da Polícia Militar, pedem não o fim dessa máquina mortífera, não o fim do Estado burguês, mas “humanização” dos agentes da repressão.

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