As já precárias condições de vida dos bancários, ao longo dos anos, estão conseguindo piorar devido ao arrocho salarial, resultado das políticas de reestruturação dos bancos. As consequências são conhecidas pela categoria, mas continuam sendo implementadas pelas empresas: demissão em massa, descomissionamento, terceirizações, fechamento de agências, transferências compulsórias de funcionários, sobrecarga de trabalho por falta de pessoal, etc. Além, é claro, do método de assédio moral, modus operandi dos banqueiros para que o trabalhador atinja metas de vendas de produtos, método esse que tem levado a categoria, literalmente, à loucura.
A mais nova ofensiva contra as entidades dos trabalhadores partiu dos banqueiros golpistas do Itaú Unibanco da base do Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB/SE). Os capitalistas suspenderam arbitrariamente a remuneração de uma funcionária que é, atualmente, dirigente sindical, justamente por defender a categoria. Fazem isso para tentar intimidar, não só os representantes sindicais, mas principalmente o conjunto dos trabalhadores.
Os bancários estão no topo de lista de adoecimentos laborais, do Ministério do Trabalho, no quesito doenças psicológicas. Nos bancos públicos, além de todos esses ataques, ronda nas cabeças dos trabalhadores as ameaças de privatização, com a entrega de subsidiárias, sucateamento das empresas, dentre outras medidas, com o objetivo de pavimentar o caminho da privatização.
Em consequência a esses ataques dos banqueiros e da direita reacionária à categoria, há um sentimento de revolta latente na categoria bancária. Não são poucas as demonstrações de insatisfação dos bancários em todo o País, contra tudo o que a categoria vem sofrendo.
Atos, manifestações, fechamento parcial de agências estão acontecendo em diversas localidades no Brasil em protesto contra a ofensiva reacionária dos banqueiros.
Os banqueiros, percebendo que a situação não está para peixe e que a tendência de mobilização só tende a crescer (além das manifestações que já acontece hoje a categoria já começa a se preparar a sua campanha salarial, cuja data base é em setembro), tentam a todo o custo intervir nas organizações dos trabalhadores, violando a liberdade de suas organizações.
Mesmo o trabalhador tendo a sua estabilidade assegurada por meio da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), os banqueiros se sentem à vontade para perseguir os representantes dos trabalhadores na tentativa de reprimir, dividir e intervir nas organizações dos trabalhadores.
Os banqueiros dos bancos privados são campeões nesse tipo de atitude de ataques às organizações e aos representantes dos trabalhadores, mas essa prática também está virando uma prerrogativa dos bancos públicos, dominados pela direita golpista. Recentemente a Caixa Econômica Federal, cujo o banco é presidido hoje por um indicado do bolsonarista e presidente da Câmara Federal, Arthur Lira, em um ato na porta do Edifício Matriz, na Capital Federal, contra a tentativa da direção da empresa em entregar para o capital estrangeiro a Loteria da Caixa, mandou um dos seus chefetes de plantão cortar o som utilizado na manifestação.
Como se pode constatar, não é a primeira vez e não será a última que os banqueiros irão investir contra as organizações dos trabalhadores e seus representantes.
A reação reacionária dos banqueiros é mais uma evidência de que eles estão percebendo que a situação dentro dos bancos não é nada boa para o lado deles em relação à insatisfação dos trabalhadores e, para isso, precisam tentar calar os bancários e suas organizações.
Nesse sentido, é necessário aumentar o nível de organização de toda a categoria bancária para barrar a ofensiva reacionária dos patrões e preparar um plano de enfrentamento contra os banqueiros.