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Reunião ministerial

Balanço feito pelo governo mostra cerco da burguesia contra Lula

Apesar de o governo Lula ter trabalhado durante o primeiro ano, o trabalho foi feito nos marcos impostos pela burguesia. Com isto, as melhorias não foram profundas

Nessa segunda-feira (18), foi realizada a primeira reunião ministerial do ano, na qual o presidente Lula e seus ministros se reuniram para expor os resultados do primeiro ano desse terceiro mandato e avaliar os próximos passos do governo.

Lula iniciou a reunião afirmando que “nosso primeiro ano foi um ano de recuperação”, pois o governo precisava “recuperar uma coisa estragada”, algo que “é mais difícil do que começar uma coisa nova”, fazendo referência aos governos anteriores. Assim, expôs que o primeiro ano de mandato foi basicamente um ano para retomar programas sociais que tinham sido abandonados, expandir outros que tinham sido reduzidos e também aumentar o valor do auxílio de programas como o Bolsa Família. Igualmente, expôs que foi um ano para retomar obras paralisadas.

Assim, sendo um ano para reverter estragos, Lula afirmou que “tudo o que fizemos é apenas um início, mas isso não basta. Precisamos fazer muito mais”:

“Todo mundo sabe o que foi feito para recuperar o salário mínimo, e todo mundo sabe que ainda falta muito para gente fazer, em todas as áreas. Tudo aquilo que nós nos comprometemos a fazer durante a disputa eleitoral.”

Nisto, ao mesmo tempo em que Lula reconhece o quão pouco foi feito, e de que as promessas feitas em campanha ainda precisam ser colocadas em prática, também afirmou que o governo fez muito durante o primeiro mandato. Daí, passou a palavra para o ministro da Casa Civil, Rui Costa, que apresentou diversos gráficos expondo tudo o que foi realizado pelo governo no primeiro ano do mandato.

Dentre o que foi exposto, foram destacados alguns pontos tais como a redução do desemprego em 19% (7,8%, a menor desde 2015); o aumento do valor do Bolsa Família para R$680,60 (um aumento de 12%); um aumento de 500 mil pessoas atendidas pelo programa; um crescimento de 85% no número de profissionais no Mais Médicos; ampliação em 13% da gratuidade do Farmácia Popular, dentre outros.

Em primeiro momento, pode parecer que o governo fez muito durante o primeiro ano. De fato, olhando sob determinado aspecto, fez. Afinal, a burguesia passou o ano todo impedindo Lula de governar conforme seus planos, isto é, impedindo Lula de realizar uma política de reindustrialização, de reverter privatizações etc. Durante o primeiro ano desse terceiro mandato, Lula precisou fazer um esforço monumental para conseguir migalhas para os trabalhadores.

Entretanto, tais conquistas são alentos temporários para a situação horrível que o povo brasileiro vive. Por exemplo, o aumento do Bolsa Família foi de menos de R$80,00. E enquanto dezenas de milhões de brasileiros passam fome, a burguesia deixou o governo expandir o Bolsa Família para apenas mais 500 mil brasileiros. Igualmente, apesar da ampliação da gratuidade do Farmácia Popular (aumento de 13%), o número de brasileiros abrangidos pelo programa ainda é menor do que em 2019. Atualmente são 9,3 milhões de beneficiados, e naquele ano eram 9,6 milhões (governo de Jair Bolsonaro).

E isto significa que as conquistas do governo Lula durante esse primeiro mandato foram superficiais. E, sendo superficiais, são frágeis, podendo a burguesia obrigar o governo a revertê-las na primeira crise. Ou então acabar com todas elas, em um eventual golpe de Estado, como ocorreu contra Dilma, em 2016.

Nesse sentido, outros dados mostram que o governo está sendo cercado por elementos hostis. O crescimento econômico do país em 2023 deu-se em grande parte ao latifúndio. Segundo o gráfico exposto por Rui Costa, houve alta recorde no PIB Agropecuário, o que foi possível com um enorme financiamento do latifúndio, através do maior Plano Safra da história, 344,6 bilhões de reais. Dessa quantidade, apenas 54,6 bilhões foi para o povo camponês. 

Assim, o crescimento econômico nesse primeiro ano de terceiro mandato não foi devido a uma política de recuperação da indústria nacional, mas de fortalecimento do latifúndio. E esse é um setor da economia brasileira diretamente ligado ao imperialismo e utilizado por ele para manter o Brasil no atraso.

Por fim, deve ser ressaltado que, apesar de todas as estatísticas apresentadas na reunião ministerial sobre o ano de 2023 serem positivas, a situação do cidadão brasileiro é cada vez pior.

Centenas de milhares de pessoas estão morando nas ruas das principais capitais; preços de bens de primeira necessidade (comida, principalmente) estão nas alturas, apesar da redução nominal da inflação; o povo fica a cada dia mais endividado; pequenos comércios fecham as portas todos os dias. Não há estatísticas que escondam essa realidade.

Assim, apesar de o governo Lula ter trabalhado durante o primeiro ano, o trabalho foi feito nos marcos impostos pela burguesia. Com isto, as melhorias não foram profundas. E a situação do governo permanece instável perante a burguesia e os ataques da direita e da extrema direita, que poderão partir para uma ofensiva na primeira crise econômica.

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