Nessa segunda-feira (8), a Rússia anunciou que encontrou “prova significativa” do envolvimento dos serviços de inteligência da Ucrânia no atentado no teatro Crocus Hall, em Moscou, em março, que resultou no assassinato de mais de 140 pessoas e na destruição do local. As informações são do Comitê Investigativo russo.
O anúncio de novas provas foi feito por Aleksandr Bastrykin, chefe da agência russa, após uma reunião na qual o progresso das investigações sobre o atentado foi discutido. O relatório divulgado por Bastrykin, entretanto, se recusou a fornecer mais informações, citando a existência de uma nova prova importante e repetindo informações que já eram públicas.
Desde o ataque, quatro suspeitos de terem feito o atentado foram presos, bem como sete pessoas que são apontadas como cúmplices e organizadores. Além disso, neste período, funcionários do governo russo já expressaram algumas vezes uma forte suspeita de que o crime foi orquestrado pelo governo ucraniano, que teria utilizado membros do Estado Islâmico (EI) para perpetrar os assassinatos.
Aleksandr Bortnikov, chefe do Serviço de Segurança Federal (FSB, na sigla em russo) da Rússia, por exemplo, já sugeriu que, além dos ucranianos, os Estados Unidos e o Reino Unido também estariam envolvidos no planejamento do ataque.
No último domingo (7), o FSB divulgou gravações de declarações de duas pessoas que teriam cometido o ataque contra o teatro. Os trechos divulgados pela agência mostram os suspeitos confessando que suas rotas de fuga já haviam sido preparadas na Ucrânia e que eles foram prometidos receber dinheiro – um milhão de rublos cada (cerca de 11 mil dólares) – quando chegassem em Kiev, capital ucraniana.
Ademais, em vídeos do interrogatório dos suspeitos, transmitidos em rede nacional durante o final de semana, eles afirmam que receberam instruções de uma pessoa que, virtualmente, era conhecida como “Sayfullo”. “Sayfullo disse-nos que os rapazes nos esperariam na fronteira com a Ucrânia e que nos ajudariam a atravessar a fronteira e chegar a Kiev”, disse Muhammadsobir Fayzov, um dos suspeitos, ao seu interrogador.
Outro suspeito, Shamsidin Fariduni, afirmou que os homens foram instruídos a “abandonar o carro perto da fronteira” com a Ucrânia e, então, ligar para “Sayfullo” para novas orientações.
Enquanto a investigação progride a passos largos, a Ucrânia continua apostando no terrorismo de Estado para tentar abalar, de alguma forma, o exército russo. Uma demonstração de sua completa derrota frente à Rússia e, consequentemente, de seu desespero.
Tanto é que, também no domingo (7), diversos Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs) ucranianos carregando diversos explosivos foram jogados contra a Usina Nuclear de Zaporozhye (ZNPP, na sigla em russo), na cidade de Energodar. Rafael Grossi, chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) condenou este ataque, alertando que “tais ataques imprudentes aumentam significativamente o risco de um grande acidente nuclear”.
A AIEA ainda destacou que essa é a primeira vez que a usina é visada pelos ucranianos desde novembro de 2022. No dia do ataque, por meio de sua conta oficial no X (antigo Twitter), Grossi confirmou que a estrutura de contenção do reator principal foi atingida diretamente pelo menos três vezes.
“Esta é uma grande escalada dos perigos de segurança nuclear que a Central Nuclear de Zaporozhye enfrenta. Tais ataques imprudentes aumentam significativamente o risco de um grande acidente nuclear e devem cessar imediatamente”, afirmou o diretor-geral da AIEA.
Em relação ao dano causado, ele afirmou que “embora os danos na unidade seis não tenham comprometido a segurança nuclear, este foi um incidente grave que tinha o potencial de minar a integridade do sistema de contenção do reator”.
Evidenciando a política desesperada e criminosa da Ucrânia, Grossi ainda destacou que “ninguém pode se beneficiar ou obter qualquer vantagem militar ou política de ataques contra instalações nucleares”.
A Companhia Estatal de Energia Nuclear (Rosatom, em russo) confirmou que um VANT atingiu um local perto da cantina da usina nuclear, deixando pelo menos três pessoas machucadas. A Rosatom também afirmou que outro VANT explodiu perto do porto de cargas.]
“A central nuclear de Zaporozhye foi sujeita a uma série sem precedentes de ataques de VANTs, uma ameaça direta à segurança da central […] Os níveis de radiação na usina e nos arredores não mudaram”, acrescentou a agência.