Na madrugada de sexta-feira (19), à 1 hora da manhã no horário local, o quartel-general do Chefe do Estado-Maior das Forças de Mobilização Popular no Iraque, na Base de Kalsu, foi atingido por um ataque aéreo matando uma pessoa e ferindo outras oito.
As Forças de Mobilização Popular no Iraque são uma entidade governamental que opera conjuntamente às forças armadas iraquianas. Atuando como um grupo guarda-chuva, possuindo diversas forças atuando sob sua asa, como o Kataib Hesbolá do Iraque. Além de estarem alinhados com o Irã e comporem o Eixo da Resistência, são também forças extremamente ativas na luta contra o imperialismo e o sionismo na região.
A Base de Kalsu está localizada ao sul de Bagdá – capital do Iraque – na província da babilônia e abriga forças do exército e da polícia iraquiana, bem como as Forças de Mobilização Popular. Segundo o jornal Al Mayadeen, o ataque teve como alvo a sede do Chefe do Estado-Maior das Forças de Mobilização Popular, uma base de tanques e a entrada da sede do Comando dos Sítios da Babilônia. O jornal disse que o ataque foi provavelmente conduzido por VANTs (veículos aéreos não tripulados).
Após o ataque, o Comando Central dos EUA (CENTCOM) negou prontamente o envolvimento dos EUA. Seguem as declarações do CENTCOM no X:
“Estamos cientes de relatos que afirmam que os Estados Unidos realizaram ataques aéreos no Iraque hoje. Essas informações não são verdadeiras. Os Estados Unidos não realizaram ataques aéreos no Iraque hoje”.
“As Forças de Coalizão não participaram ou atacaram locais no Iraque. Estamos monitorando relatos de um incidente em Jurf Al Sakhar e continuamos preparados para apoiar nossos parceiros iraquianos”.
“Israel” também negou de imediato qualquer envolvimento com o ataque a Base de Kalsu.
Contudo, o ataque ao quartel-general iraquiano ocorreu logo após o fracassado ataque israelense contra o Irã. De acordo com o ministro de relações exteriores do Irã, o ataque israelense “não foi um ataque”. Completou afirmando que “eram mais como brinquedos com os quais nossos filhos brincam – não drones”. Ataque este que foi uma resposta à Operação Promessa Cumprida, a qual consolidou o Irã como um poder de dissuasão contra o imperialismo e o sionismo no Oriente Próximo.
Levando-se em consideração as forças atingidas e proximidade dos ataques, o que ocorreu no Iraque aponta para Telavive. A íntima relação o governo iraniano com as Forças de Mobilização Popular torna provável que o ataque a Base de Kalsu seja a maneira que “Israel” encontrou de retaliar à Operação Promessa Cumprida, já que não teria capacidade de retaliar diretamente contra o Irã. Atacaram o elo menos poderoso.
Contudo, após o ataque, o secretário-geral das Brigadas Sayyid al-Shuhada no Iraque, Abu Alaa al-Walai, declarou que responderiam “a quem quer que esteja por trás do ataque à base das Forças de Mobilização Popular”. Menos de 24 horas depois, a Resistência Islâmica no Iraque lançou um ataque de VANTs contra o porto de Eilat, porto estratégico nos territórios ocupados por “Israel”. Em declaração publicada no Telegram, a Resistência Islâmica afirmou que a operação foi uma resposta à agressão contra as Forças de Mobilização Popular e em apoio a Gaza.