A irmã de Marielle Franco e atual ministra da Igualdade Racial do governo Lula, Anielle Franco, acaba de demitir, sem muita explicação, mais um negro do governo.
Trata-se do secretário do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade (Sinapir), o baiano Yuri Silva.
Relatos sobre a demissão de Yuri dão conta de que haveria sido demitido pela sua proximidade com o ex ministro da pasta de Direitos Humanos, Silvio Almeida, exonerado da pasta após ser acusado, também sem muita explicação, pela irmã de Marielle de assédio sexual.
Yuri trabalhava no famigerado Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE) do qual Silvio Almeida é sócio.
Yuri, que também é conhecido por ser uma das lideranças do Movimento Negro Nacional (MNN), foi demitido após um ano e dez meses na pasta, por uma videoconferência, pois Yuri estaria fora de Brasília devido ao falecimento de sua avó. Além dele, mais quatro pessoas da Sinapir foram mandadas embora.
A explicação oficial do Ministério para a demissão foi a de que “a exoneração se deu para fortalecimento do Sinapir“.
Apesar da justificativa oficial, tanto ativistas do MNN quanto pessoas da própria base do governo seguem questionando a demissão de Yuri, atribuindo-a a uma perseguição deflagrada pela ministra contra pessoas próximas à Almeida e já se fala, inclusive, na substituição de Anielle na pasta de Igualdade Racial.
O caso Silvio Almeida é apenas mais um exemplo de como acusações de cunho sexual vem sendo utilizadas para deflagrar uma verdadeira caça às bruxas contra os inimigos políticos.
Muito mais significativo do que Almeida, recentemente, o ex presidente boliviano Evo Morales, um notório desafeto do imperialismo, foi acusado de haver cometido abuso sexual contra uma adolescente, em 2016. A acusação ocorre, justamente, em meio a uma clara, ação encabeçada pelo atual presidente Luis Arce, para impedir o ex -presidente, e candidato mais popular do país, de concorrer às eleições.