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Palestina

André Lajst, um cínico a serviço do Estado genocida

O sionista tentou explicar que, na verdade, o Estado de “Israel” é “humanitário” apesar de bombardear civis

Desnorteado com a enorme derrota política do sionismo no Brasil após as corretíssimas declarações de Lula, o sionista André Lajst publicou uma sequência de posts em sua rede social X (antigo Twitter) para explicar “por que é antissemitismo comparar Israel aos nazistas”.

Em primeiro lugar, a acusação de antissemitismo contra aqueles que denunciam os crimes de “Israel” já está perdendo totalmente a força. O sionismo e o imperialismo tentam calar os opositores do genocídio com uma acusação moral. No entanto, cada bomba lançada por “Israel” e a morte em escala industrial dos palestinos fazem com que a acusação perca totalmente a força, além, é claro, do absurdo lógico da acusação.

A comparação de “Israel” com o nazismo é, antes de tudo, uma denúncia do nazismo, o nazismo de ontem e de hoje. O de ontem, praticado pelo regime de Adolf Hitler, o de hoje, praticado pelo regime sionista. Seria possível discutir se a comparação é correta, mas não é possível chamar aqueles que a fazem de antissemitas. Essa distorção, que é um assédio moral contra os opositores, revela as piores intenções, revela que o intuito não é debater, mas tentar calar à força os adversários visando encobrir os crimes de “Israel”

Para André Lajst, porém, a comparação é uma grande “distorção histórica” e sua prova para isso é uma tal Aliança Internacional em Memória do Holocausto (IHRA). Diz ele: “é uma grave distorção histórica e, segundo a Aliança Internacional em Memória do Holocausto (IHRA), pode ser considerado também uma forma de antissemitismo, uma vez que é baseada numa visão bastante negativa sobre os judeus.”

O primeiro argumento de Lajst é genial: é errado comparar a ação do sionismo ao nazismo porque uma instituição sionista diz que é errado. Provavelmente, as instituições nazistas na Alemanha também diziam que era errado falar que o nazismo é uma ditadura contra o povo. O argumento da tal IHRA é totalmente sem pé nem cabeça: a comparação é antissemitismo porque é “baseada numa visão dos judeus”. Como assim? Logicamente que André Lajst não explica e já salta para outro “argumento” genial:

“O elemento central da ideologia nazista era o extermínio do povo judeu. Hitler acreditava que a própria existência dos judeus constituía uma ameaça à humanidade. Por isso, havia a necessidade de exterminá-los. Se fosse esse o objetivo de Israel, o país não teria integrado os Acordos de Oslo, em 1993, tampouco feito vários esforços para a criação de um Estado palestino, como em 2000 e em 2008. Ademais, certamente não teria se retirado por completo da Faixa de Gaza, em 2005.”

Por falar em distorção e falsificação histórica, eis aqui uma. O senhor André Lajst resume o nazismo ao extermínio do povo judeu, tal seria, segundo ele, o elemento central da ideologia de Hitler. O nazismo é uma variação de fascismo, cujo elemento central não é o extermínio de judeus, mas a destruição da democracia burguesa e da democracia operária. O principal objetivo do fascismo italiano e do nazismo era o de acabar com toda a oposição e organização da classe operária.

O extermínio dos judeus era parte da ideologia de supremacia racial adotada particularmente pela variação alemã do fascismo, o nazismo. Os judeus foram perseguidos e massacrados juntamente com outros grupos sociaia e nacionalidades, como por exemplo os eslavos. Algumas fontes apontam que mais de 12 milhões de eslavos foram exterminados pelos nazistas, enquanto 6 milhões de judeus foram mortos.

A perseguição e extermínio dos judeus é um fato histórico, mas não é correto afirmar que esse era o “elemento central” do nazismo. Essa distorção serve justamente para forçar o argumento de que seria impossível o sionismo ser comparado ao nazismo, afinal, como uma ideologia com base judaica poderia ser igual a uma ideologia baseada na perseguição aos judeus?

No entanto, o sionismo se compara ao nazismo justamente porque ambos são ideologias supremacistas. Este defende a raça superior ariana, aquele defende a superioridade dos judeus. Mas a relação não para por aí. Há uma literatura histórica e documental vasta para mostrar que Hitler perseguia os judeus pobres, mas não dava o mesmo tratamento a grandes judeus capitalistas. Além disso, é documentado o acordo de Hitler com os sionistas para o envio de judeus para a Palestina.

Tudo isso é importante para mostrar que o extermínio de judeus não era a característica fundamental do nazismo, mas apenas uma das características.

O argumento de André Lajst sobre os acordos de Oslo e a suposta boa vontade de “Israel” para a criação de um Estado Palestino é ridículo. Qualquer pessoa minimamente informada sabe, primeiro, que esses acordos só começaram a acontecer quando “Israel” sentiu-se ameaçado pela resistência palestina – que Lajst e os sionistas acusam de ser “terrorista” -, ou seja, não passaram de manobras; segundo, que “Israel” nunca respeitou nenhum desses acordos.

Independentemente disso, fazer ou não um acordo não define se alguém é nazista. Hitler, apesar de sua ideologia supremacista, era aliado dos japoneses “amarelos”. Hitler sentou-se à mesa inclusive com representantes do sionismo, como já dissemos.

Tudo o que diz André Lajst não tem nenhum fundamento e tem apenas o objetivo de ocultar os crimes de “Israel” que ele justifica quase como sendo um projeto social: “o exército israelense tem buscado agir conforme leis do direito internacional humanitário para a criação de zonas seguras para os não-combatentes palestinos”, afirma ele, ignorando toda a realidade. O cinismo dos sionistas é impressionante. Se Hitler fosse questionado sobre os campos de concentração, certamente daria uma resposta assim: “agimos conforme as leis do direito humanitário”.

Outro argumento de André Lajst é que “Também não é possível afirmar que a Faixa de Gaza é um grande campo de concentração. Até porque lá não há uma infraestrutura industrial para a matança em massa dos palestinos, como acontecia na Europa durante o nazismo.” E continua dizendo que “se Israel fosse realmente um Estado nazista, (…) já teriam sido implementadas estratégias para a destruição em larga escala desse povo, assim como os nazistas fizeram em Auschwitz e outros campos de concentração.”

Para André Lajst, um ser obtuso cuja preocupação maior é justificar os crimes de “Israel”, não existe analogia histórica. Se os sionistas não se apresentam com bigodinho, suástica e falando alemão, não podemos chamá-los de nazistas. Para que o sionismo seja igual ao nazismo, precisaria que o campo de concentração funcione exatamente como na Alemanha. É ridículo e cínico.

Mesmo assim, o que dizer dos bombardeios indiscriminados contra civis, prédios residenciais, hospitais, escolas etc? Isso por acaso não é uma matança em massa e em escala industrial dos palestinos? A matança de mais de 30 mil inocentes, a ocupação ilegal dos colonos na Cisjordânia por acaso não seria uma estratégia para a destruição do povo palestino?

Por fim, ainda é preciso dizer que tudo o que André Lajst fala ainda ignora totalmente o processo histórico. Ele não vai citar os inúmeros massacres, a invasão das terras palestinas e a expulsão dos árabes pelos sionistas durante a Nakba, os bombardeios, o apartheid social. O Estado de “Israel” não é nazista porque está bombardeando os palestinos hoje, é um Estado nazista desde sempre, desde sua fundação, baseada na supremacia de um povo predominantemente europeu que foi enviado para colonizar e roubar as terras dos palestinos.

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