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HISTÓRIA DA PALESTINA

A luta contra a divisão da Palestina na década de 1930

Enquanto o imperialismo esmagava a Revolução Palestina em sangue, já ficava claro para a esquerda o seu plano monstruoso de divisão do país árabe

A partilha da Palestina aconteceu em 1948, quando se fundou o Estado de “Israel”. O país foi divido em três partes, “Israel”; Gaza, sob o controle do Egito; e a Cisjordânia, sob o controle da Jordânia. Foi um dos maiores crimes do século XX, realizado pelo sionismo e pelo imperialismo inglês. Neste processo, as milícias fascistas dos sionistas realizaram uma limpeza étnica, expulsaram mais de 800 mil palestinos do que viria a ser “Israel”. Na década de 1930, esse plano já era discutido e, portanto, já havia uma resistência a ele por parte do movimento operário.

Willie Galacher foi um importante militante do movimento operário na Escócia, foi um dos fundadores do Partido Comunista da Grã-Bretanha. Em 1937, ele escreveu um texto denunciando os planos do imperialismo inglês. “A Comissão Real propõe dividir este pequeno país em três partes separadas e, com isso, não apenas impedir que o povo da Palestina alcance a independência nacional, mas também manter e intensificar a inimizade e o ódio entre árabes e judeus, que foram tão diligentemente fomentados pelo imperialismo britânico”.

Isso aconteceu na conjuntura da Revolução Palestina de 1936. Naquele momento, os palestinos realizaram uma gigantesca mobilização contra os sionistas que, como em 2023, foram salvos pelo imperialismo. A Inglaterra levou um efetivo militar gigantesco para esmagar a revolução. Em meio a essa repressão, que durou até 1939, os britânicos fizeram seus planos de partilha. Eles foram relativamente paralisados pela guerra, mas bastou o imperialismo nazista ser derrotado que os banqueiros ingleses colocaram em marcha o projeto sionista.

A perspectiva do movimento operário naquele momento era muito clara:

“Hoje, quando em vários países o terror contra os judeus atingiu um nível nunca antes conhecido, os judeus na Palestina têm a oportunidade, como membros leais de um Estado árabe, de contribuir com sua parte para um novo avanço naquele país e, com isso, ajudar a ganhar o apoio de outros povos na campanha para acabar com a perseguição aos judeus em toda a Europa.

Isso significa acabar de uma vez por todas com a política reacionária do sionismo. Pois o sionismo, no que diz respeito à solução do ‘problema judaico’, sempre foi nada mais do que uma ilusão reacionária prejudicial. Na verdade, representou e realizou uma invasão da Palestina, não no interesse dos judeus, mas do imperialismo britânico”, afirmou Galacher.

A política da esquerda para os imigrantes judeus na Palestina sempre foi sua integração na sociedade em oposição ao sionismo, que era apenas uma ferramenta do imperialismo que nada tinha a ver com a emancipação dos judeus. Inclusive, na década de 1930, os sionistas da Alemanha estavam colaborando com Hitler em conluio com os banqueiros ingleses para avançar o seu projeto na Palestina. Um setor chegou a levantar a palavra de ordem “Alemanha para Hitler e Palestina para o sionismo”.

Ele continua: “desde os primeiros estágios da imigração, os judeus deveriam ter trabalhado com os árabes pelo fim do mandato britânico e pela criação de uma assembleia legislativa independente. Em vez de seguir este, o único caminho sábio, os judeus da Palestina tentaram, sob o incitamento dos sionistas, realizar uma ocupação da Palestina às custas do povo árabe”. É o que continua acontecendo até os dias de hoje.

Naquele momento, no qual a Palestina era, formalmente, uma colônia, o imperialismo também era mais honesto com seus objetivos: “em várias discussões na Câmara dos Comuns, foi enfatizada a posição vital da Palestina decorrente da nova situação internacional no Mediterrâneo e no Mar Vermelho”.

Nesse momento também já está prevista a Nakba, a catástrofe palestina: “mas o povo árabe não mais aceitará a partição do que o Mandato. Eles continuarão a luta contra o proposto ‘estupro da Palestina’ e pelo autogoverno pleno de todo o país. Já muitas das melhores terras foram tiradas dos camponeses árabes e agora se propõe que 225.000 árabes no lado judeu da ‘partição’ sejam transferidos. Que palavra abençoada—’transferidos’. Expulsos da terra que possuem e cultivam há gerações, serão ‘replantados’ em algum lugar, talvez para morrer de fome. ‘Transferidos’ e ‘replantados’. Como é possível que um tratamento tão bárbaro de um grande povo (por mais simples que sua economia possa ser) possa ser contemplado?”.

Mais uma vez, fica demonstrado que a política do imperialismo sempre foi a da limpeza étnica da Palestina para que se criasse o Estado de “Israel”. Política que se mantém até os dias de hoje. O direito de retorno dos milhões de refugiados é constantemente vetado pelo imperialismo.

O imperialismo inglês, portanto, apoiava um movimento de características fascistas. Galacher descreve: “os sionistas, reivindicando a Palestina, falam com os acentos de Mussolini reivindicando um império, ou Hitler, ou o Japão na China”. Essa era a opinião geral da esquerda naquele momento.

A conclusão do texto é clara e é a política que a esquerda deve manter até os dias de hoje: “apelo a todos os homens e mulheres judeus, como alguém há muito associado a eles na luta contra perseguições e calúnias, para não dar nenhum apoio à tentativa que está sendo feita para dividir a Palestina. A Palestina é o país dos árabes. Um Estado árabe independente, garantindo plena e igual cidadania aos homens e mulheres judeus, fará mil vezes mais pelos judeus em todo o mundo do que qualquer aliança com o imperialismo britânico jamais poderá fazer”.

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