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África

A ingerência da União Europeia nas eleições no Senegal

A intervenção se deu através da “Unidade de Vigilância e Intervenção Rápida”, também conhecida como GAR-SI, modelada com base em unidades espanholas que lutaram contra o ETA

O portal de notícias Al Jazeera denunciou nesta quinta-feira (29) em investigação conjunta com a Fundação porCausa, que a União Europeia financiou um movimento para reprimir protestos democráticos no Senegal. O governo senegalês utilizou uma força “contra-terrorista” financiada, equipada e treinada por países europeus. A causa dos protestos é a eleição em 2021 de Ousmane Sonko, líder popular cuja prisão gerou reação em toda a África Ocidental. Nas manifestações que ocorreram em Dakar, em grande parte resultantes de movimentos estudantis, já ocorreram 15 mortes,. É importante destacar que o atual presidente foi preso e acusado de crimes como “estupro”, acusações que negou convictamente, denunciando-as como calúnias políticas.

O veículo de imprensa árabe obteve evidências, tais como contratos do governo espanhol, um relatório de avaliação pessoal e outros depoimentos, que provam a intervenção europeia na política interna africana através da “Unidade de Vigilância e Intervenção Rápida”, também conhecida como GAR-SI, financiada pela UE. Em um vídeo divulgado pela imprensa, seguranças em veículos blindados fornecidos pela UE dispararam gás lacrimogêneo contra uma caravana no protesto organizado por Sonko em maio. Al Jazeera verificou que a repressão ocorreu na vila senegalesa de Mampatim, cerca de 50 km de Kolda, na região de Casamança.

As unidades imperialistas que atuavam em áreas fronteiriças já receberam cerca de 75 milhões de euros do Fundo Fiduciário de Emergência da UE para a África. O programa foi implementado pela Fundação Internacional e Ibero-Americana para a Administração e Políticas Públicas (FIIAPP), uma agência de desenvolvimento pertencente ao Ministério das Relações Exteriores da Espanha.

Em mais indícios de sua natureza imperialista, as unidades GAR-SI foram criadas em toda a região, em países como Burkina Faso, Chade, Mali, Mauritânia, Níger e Senegal, “como um pré-requisito para seu desenvolvimento socioeconômico sustentável”. A unidade senegalesa, criada em 2017, custou mais de 7 milhões de euros e tinha como objetivo ser uma unidade de intervenção na cidade de Khedira, na fronteira com o Mali, para proteger o Senegal contra possíveis incursões de grupos armados e crimes transfronteiriços, um pretexto para a intervenção imperialista na região do Sahel.

Modelada com base em unidades espanholas que lutaram contra o movimento separatista Pátria Basca e Liberdade, também conhecido pelas iniciais em espanhol ETA, a GAR-SI Senegal recebeu treinamento técnico e mentoria da Guarda Civil Espanhola, bem como das forças de segurança francesas, italianas e portuguesas. O financiamento de tropas avançou na região próxima à fronteira com o Mali e Guiné, na cidade de Soraya. Foram mobilizados e treinados cerca de 250 homens e uma quantia de 4,5 milhões de euros.

Nos protestos foram capturados, com base nos vídeos de Mampatim, veículos SUV URO Vamtac ST5, um modelo espanhol fabricado pela Urovesa, fabricante pesada com sede na Galícia. A unidade também recebeu drones, dezesseis veículos picape Toyota 4×4, uma ambulância, 12 motocicletas e quatro caminhões. Um ex-alto oficial da polícia senegalesa também confirmou o uso da unidade GAR-SI durante os protestos pró-democracia no Senegal. Ao analisar as evidências, grupos de direitos humanos ficaram alarmados.

Essas unidades parecem ser usadas para reprimir os direitos humanos em vez de combater o terrorismo ou vigiar a fronteira“, disse Ousmane Diallo, pesquisador do escritório da África Ocidental e Central da Anistia Internacional. “É uma acusação grave, pois a gendarmeria senegalesa tem estado envolvida na repressão aos direitos humanos e ao direito de protestar desde 2021“.

É evidente que há uma mobilização golpista no Senegal e constantes ameaças do imperialismo na região mais oprimida do planeta.

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