O TikTok está mais uma vez sob escrutínio público. A plataforma de compartilhamento de vídeos é o tema de uma audiência no Senado sobre segurança infantil online.
Os senadores republicanos foram rápidos em retratá-lo como um plano chinês nefasto para derrubar os Estados Unidos. Mas, além de algumas perguntas flagrantemente racistas, o senador Tom Cotton perguntou ao CEO de Cingapura, Shou Zi Chew. Um problema muito maior com o TikTok está sendo varrido para baixo do tapete, que o MintPress investigou anteriormente: que está cada vez mais controlado pelo estado de segurança nacional dos EUA.
Desde 2020, o TikTok gastou mais de US$1,5 bilhão movendo suas operações de dados e segurança para o Texas, onde se associou à empresa Oracle, uma subsidiária da CIA. Ele também contratou dezenas, se não centenas de funcionários do estado de segurança nacional dos EUA para controlar e supervisionar seus departamentos de confiança e segurança, segurança e moderação de conteúdo, dando a esses ex-agentes e espiões extenso controle sobre como a plataforma funciona e o que o mundo vê em nossos feeds.
Por exemplo, temos Jade Nester, chefe de política pública de dados europeus do TikTok. Antes de ser recrutada pelo TikTok, Nester era uma alta funcionária em Washington, atuando como Diretora de Política da Internet do Departamento de Estado. Ou o que dizer de Ryan Walsh, líder de gerenciamento de escalonamento da empresa para confiança e segurança? Até 2020, Walsh era o principal conselheiro de estratégia digital do Departamento de Estado. Parte de seu trabalho, segundo seu próprio currículo, incluía “avançar narrativas de apoio” para os EUA e a OTAN online. Desde que o MintPress relatou isso, Walsh removeu essa informação do seu LinkedIn, e acabamos sendo banidos do TikTok. Coincidência? Talvez.
Se isso não for assustador o suficiente para você, vamos falar sobre Greg Andersen. Antes de se tornar Gerente de Política de Recursos no TikTok, ele trabalhou em “operações psicológicas” para a própria OTAN. Assim como Walsh, Andersen removeu essa informação de seu currículo após divulgarmos a história.
Também há vários ex-agentes da CIA trabalhando para o TikTok. Entre eles está Beau Patteson, que assessora a empresa sobre ameaças de extremistas. Mas, até 2020, Patteson era analista de alvos da CIA, ajudando a escolher quem seria morto nos ataques de drones da CIA ao redor do mundo. Agora ele apenas decide quem será removido da plataforma.
Longe do estereótipo de uma plataforma anti-americana, o TikTok trabalha em estreita colaboração com o governo dos EUA para garantir que as narrativas de Washington sejam ouvidas em todo o mundo. Em 2022, por exemplo, anunciou que estava deletando mais de 320.000 contas que espalhavam mensagens pró-russas e colocando rótulos de advertência na mídia controlada pelo Estado russo. A mídia estatal ocidental não recebeu o mesmo tratamento.
Portanto, enquanto senadores e comentaristas da mídia corporativa reclamam sobre a mídia controlada pela China, lembre-se de que, sob a superfície, algo muito diferente está acontecendo. O governo dos EUA está tentando assumir o controle do TikTok, turvando ainda mais a linha entre a grande tecnologia e o Grande Irmão.
