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Atos de 8 de Janeiro

A frente única do PCB-RR com o imperialismo

O PCB-RR, ao dizer que o 8 de janeiro foi uma tentativa de golpe frustrada, dá justificativa às medidas ditatoriais promovidas por Alexandre de Moraes

O PCB-RR (Partido Comunista Brasileiro – Reconstrução Revolucionária), em seu blogue Em defesa do comunismo, publicou uma matéria onde, apesar de tentar fazer uma crítica ao governo Lula pelo ato chamado para o 8 de janeiro, apenas demonstra o seu caráter golpista. O título da matéria é “Sem anistia? Abaixo o pacto de esquecimento nacional!” e demonstra a incapacidade da esquerda de compreender a natureza dos ocorridos no 8 de janeiro de 2023, e de elaborar uma política com relação ao governo Lula e ao PT.

É necessário partir do ponto de partida que o PCB-RR tem uma caracterização totalmente incorreta do que foi a ação dos bolsonaristas naquele princípio de mandato do governo Lula. A matéria já começa com a seguinte colocação “Em 8 de janeiro de 2023, fracassou de forma retumbante a aventura golpista das bases bolsonaristas. Essa desmoralização certamente deve ser celebrada pela classe trabalhadora, uma vez que contribuiu para desagregar as forças fascistas e para lançá-las momentaneamente para o segundo plano da conjuntura política nacional”.

Primeiramente, já está mais do que claro que o que ocorreu ali não foi nenhuma aventura golpista das bases bolsonaristas e, muito menos, pode-se dizer de forma tão absoluta que foi algo fracassado. A essa altura, já está claro que a manifestação das manicures, entregadores de pizza e funcionários da SABESP que ocupou os prédios dos Três Poderes em Brasília, foi algo planejado e executado pelos militares para causar uma desarticulação do governo Lula. Classificá-la como uma tentativa de golpe frustrada causa grande confusão em toda a população.

Há de se convir que foi uma das tentativas de golpes mais estranhas da história. Afinal de contas, os manifestantes se encaminharam para a Praça dos Três Poderes e nada fizeram além de depredar um pouco o patrimônio público, perambularem pelos prédios e defecarem na mesa do Alexandre de Moraes e em outros lugares inadequados. Tudo isso feito sem sofrer nenhum tipo de constrangimento por parte das forças de repressão ali presentes, o que é totalmente atípico. Finda a festança, foram embora para casa sem sofrerem nenhuma tentativa de impedimento por parte das autoridades públicas.

Se essa manifestação representasse alguma ameaça, mínima sequer, de golpe, ela deveria ter se revertido efetivamente num golpe de estado. Afinal, em meio a essa ação sem resistência nenhuma, as Forças Armadas teriam plena liberdade para levarem adiante ações de tomadas de poder, o que não foi feito.

A ideia de que a suposta derrota do golpe levou a uma “desagregação das forças fascistas” também é falsa. Embora Alexandre de Moraes tenha punido alguns manifestantes de forma totalmente descabida, revelando o alcance da sinistra ditadura do Judiciário brasileiro, a extrema-direita segue organizada e se fortalecendo a cada dia, particularmente diante da total inação da esquerda frente à investida sionista na opinião pública nacional. Diante disso, também fica bastante ridículo afirmar que foram jogadas para um “segundo plano da conjuntura política”.

A avaliação do PCB-RR a respeito do governo Lula também tem um viés golpista e intrigante, conforme eles revelam no trecho “Enquanto os fascistas caminham impunemente pelos corredores de Brasília, o governo Lula-Alckmin parece acreditar que a melhor tática para evitar o retorno da extrema-direita consiste em atender sem qualquer reservas as exigências econômicas da burguesia, na esperança de que os capitalistas, se conseguirem tudo o que desejam por meios democráticos, não terão motivo para se voltar contra a mesma…”.

É evidente que o governo não atende às exigências da burguesia porque “quer” ou porque acha que isso é uma tática para “evitar o retorno da extrema-direita”. A realidade é que o governo Lula não tem força nenhuma e isso é algo que todo o Congresso nacional já percebeu. É um fato que já foi constatado verbalmente pelo próprio Arthur Lira. Diante disso, o governo acaba cedendo para a direita sem ter a capacidade de reagir, o que é um erro, mas não é uma questão de “atender as exigências da burguesia sem qualquer reserva”.

Por fim, é preciso concluir que o PCB-RR, ao denunciar que houve uma tentativa de golpe no 8 de janeiro, está apenas propagando e defendendo a mesma política defendida por Alexandre de Moraes, com alguma perfumaria esquerdista. Conforme argumentado anteriormente, as manifestações do 8 de janeiro nada mais foram do que uma tentativa de desestabilizar o governo, o que foi muito bem sucedido, mas não havia ali todas as condições dadas para uma real tentativa de golpe de Estado. Tanto é que nenhum golpista de verdade foi preso ou punido após o ocorrido e, mesmo sem nenhuma punição, não houve uma segunda tentativa de golpe, o que mostra que é absurdo dizer que qualquer coisa foi “frustrada” pelo governo.

Acusar os manifestantes do 8 de janeiro de “golpistas” ou de terem atentado contra o Estado democrático de direito é apenas um pretexto para levar adiante uma repressão gigantesca pelo Judiciário, levando à aprovação de uma série de leis antidemocráticas e de uma série de crimes políticos, que serão certamente usados contra a esquerda e os movimentos populares num momento futuro. O PCB-RR, nesse sentido, está apenas apoiando medidas ditatoriais planejadas pelo imperialismo que se virarão contra toda a esquerda num momento futuro.

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