Nessa sexta-feira, dia 8 de março, enquanto mulheres saíam às ruas em todo o mundo para lutar por suas reivindicações, a Polícia Militar de São Paulo, comandada pelo bolsonarista Tarcísio Freitas (Republicanos), decidiu investir contra os militantes e simpatizantes do Partido da Causa Operária (PCO). As cenas verdadeiramente grotescas, que envolveram agressões com cassetetes, roubo de uma faixa e detenção de um pré-candidato a prefeito, ocorreram ao longo do ato do Dia Internacional da Mulher Operária na Avenida Paulista, em São Paulo.
A ação arbitrária do esquadrão da morte responsável pelo assassinato de mais de 60 pessoas desde o começo do ano não foi a única coisa que chamou a atenção neste caso. Se, por um lado, o comportamento truculento da polícia já era esperado, o comportamento de organizações da esquerda pequeno-burguesa se mostrou absolutamente vergonhoso.
Segundo denúncia feita a este Diário por manifestantes presentes no ato de 8 de março, militantes do PSTU, da UP e de outros grupos da esquerda pequeno-burguesa foram quem chamou a Polícia Militar para reprimir o Partido da luta do povo palestino no Brasil. Isso mesmo: para o ato da mulher trabalhadora, a esquerda pequeno-burguesa preferiu convidar a polícia assassina, inimiga de todos os oprimidos, que acaba de deixar dezenas de mulheres viúvas na Baixada Santista, a permitir que o PCO falasse na manifestação.
O presidente do PCO, Rui Costa Pimenta, afirmou que se trata de “uma aliança com o bolsonarismo contra o nosso partido”. E não há como ver os fatos de 8 de março de outra forma. Reprimir o PCO e convidar a PM de Tarcísio de Freitas apenas fortalece o sionismo e o bolsonarismo, uma vez que visa calar o Partido mais combativo do País. Essa esquerda quer impedir o PCO de se manifestar quando foi justamente o PCO o Partido que se preocupou em fazer do ato de 8 de março um ato em defesa da mulher palestina.
O PCO produziu diversos cartazes e panfletos, divulgou o nome da jornalista Shireen Abu Aklé, assassinada por “Israel”, é foi tratado pela esquerda pequeno-burguesa como inimiga do movimento. A mesma esquerda, diga-se de passagem, que não apenas convida a PM para a manifestação, como também que não participa, nem sequer convoca os atos em apoio à Palestina. Ao tentarem censurar o PCO, não estavam apenas tentando censurar o Partido trotskista. A esquerda pequeno-burguesa, no final das contas, não deu voz à defesa da mulher palestina em meio a um dos piores genocídios de toda a história.
O caso mostra que tais organizações não têm nenhum interesse na luta de fato, nenhum compromisso com a luta da mulher, muito menos com a luta do povo palestino.