O dirigente petista Alberto Cantalice, da ala direita do PT, respondeu o Partido da Causa Operária (PCO), que denunciou sua defesa da Nova Frente Popular na França. Novamente, sem argumentos para justificar sua política direitista e oportunista, Cantalice não argumentou nada. Não debateu com as ideias que foram expostas no Diário Causa Operária (O apoio à frente ampla falida na França, 23/6/2024), apenas partiu para ataques, calúnias e acusações infundadas.
Ele publicou, no X (antigo Twitter), que “o PCO é a típica ‘esquerda’ que a direita gosta. Depois de flertar com o extremismo de direita atacando a criminalização dos golpista do 8 de janeiro, agora se volta contra a união dos progressistas na França. Em seu desvario inconsequente, faz continuamente o jogo do adversário. Ser criticado por eles me soa como elogio. Prova de acerto de caminho!”.
Vê-se que Cantalice adota uma posição oportunista: como não tem argumentos para rebater as posições do DCO, parte para o ataque moral. A acusação de que o PCO é “a típica ‘esquerda’ que a direita gosta” é, no mínimo, estranha, partindo de alguém que defende justamente a política de aliança com a direita — chamada por ele de “união dos progressistas”.
Os tais “progressistas” seriam o Partido Socialista e o Partido Verde, dois partidos que defendem, de cabo a rabo, a política do imperialismo francês, que está fracassando sob o presidente Emmanuel Macron. O atual partido no governo, Renascimento, surgiu justamente com uma improvisação do imperialismo após o fracasso da política seguida por décadas de governos do Partido Socialista e do Partido Republicano.
O antecessor de Macron foi justamente o “socialistas” François Hollande, que deixou o governo com uma popularidade de 4%. Macron era ministro da Economia de Hollande, responsável pela política neoliberal de destruição das políticas de bem-estar social que elevou o desemprego para 10%. O governo “progressista” do Partido Socialista também foi responsável por manter os bombardeios que mataram milhares de civis no Iraque e na Síria.
Assim, a política catastrófica de Macron é apenas uma continuação da política dos “progressistas”, com os quais Cantalice defende uma aliança. Portanto, o que defende o representante-mor da ala direita do PT é uma submissão da esquerda francesa à política neoliberal da França — a mesma política que está fracassando sob Macron e permitiu a ascensão da extrema direita como alternativa política para a população francesa.
Percebe-se, assim, que Cantalice acusa o PCO daquilo que ele mesmo é: “a esquerda que a direita gosta”. Ele tenta inverter a realidade acusando o Partido de “flertar com o extremismo de direita atacando a criminalização dos golpista do 8 de janeiro”, o que simplesmente é uma calúnia.
O PCO não flertou com o bolsonarismo em nenhum momento. Ao contrário, foi o partido que propôs o “Fora Bolsonaro” durante todo o governo Jair Bolsonaro, quando a direita do PT e a grande maioria da esquerda não queriam defender essa política. O que o PCO denunciou foram os abusos judiciais adotados contra os manifestantes bolsonaristas, um nítido atentado às liberdades democráticas da população.
Ainda, o PCO apontou, desde o início, que essa política contra os manifestantes era uma cortina de fumaça, e algo ineficiente para combater, de fato, o bolsonarismo. Agora, com o acordo da direita “democrática” com o bolsonarismo, isso ficou claro para qualquer um. A folha de parreira do “combate ao bolsonarismo” era uma política da direita tradicional, motivo pelo qual foi ferozmente defendida por Cantalice.
No mais, temos de destacar que Alberto Cantalice, apesar de estar no Partido dos Trabalhadores, é um elemento alheio à classe operária e à luta popular. É um político burguês infiltrado no maior partido de esquerda do Brasil para tirar proveito próprio do prestígio do qual o principal líder partidário, Luiz Inácio Lula da Silva, goza com o povo.