A direita brasileira trouxe para si o tema do aborto, num sentido contrário ao que deseja a esquerda. Discutindo o aborto à luz da religião, pautando esse tema em todas as discussões e levando-o até ao Congresso, o que pastores, líderes conservadores católicos e oportunistas de qualquer espécie fazem é capitalizar em cima das emoções do povo, marginalizando a racionalidade necessária à decisão de políticas públicas.
Porém, o que faz com que isso aconteça?
A esquerda, nos últimos vinte anos ou mais, se transformou no establishment, apoiando organizações como bancos e a Rede Globo. Seja diretamente, seja através de suas ações e programas. Com isso, o povo vê as pautas religiosas, ultraconservadoras, ultraliberais delirantes, como o antissistema. Associa tudo isso ao que está ali para libertá-lo da grande farsa que é essa coordenação entre grandes empresas, esquerdistas, comunistas, globalistas e o que quer que seja.
Por isso, a direita, que herda de forma mais planejada que oportunista este apoio popular que antes fora da esquerda, encontra forças para enfrentar debates que, em outros tempos, jamais seriam levados a sério.
E o que faz a esquerda? Apoia que se use o judiciário para proibir que se fale.
O que amplia o entendimento de que a esquerda é o poder, e os líderes religiosos e malucos da internet, os rebeldes que resolverão o problema.
Vai vir muito mais…