Nessa última semana, pudemos ver, mais uma vez, o efeito nefasto que o identitarismo tem sobre a política da esquerda. A campanha “chave de cadeia” da esquerda pequeno-burguesa, é fruto de uma visão identitária da questão da mulher, do negro, do lgbt, etc. O caso Robinho, o caso Daniel Alves e a proibição da “saidinha” para os presos do Brasil são os problemas em questão. Nos dois primeiros casos, foi possível ver uma campanha espumante da esquerda pequeno-burguesa pela prisão de dois jogadores de futebol brasileiros pelas mãos do sistema de justiça de países imperialistas. Já no caso da saidinha, se vê um ataque duro ao direito da população brasileira sem nenhuma reação da esquerda.
A posição do PCO sobre o identitarismo é de total e absoluta oposição, sem nenhuma concessão sequer. O identitarismo é um movimento gestado nas universidades norte-americanas e de outros países imperialistas. Sua política consiste em impulsionar determinados grupos sociais (mulheres, negros, homossexuais, etc.) e colocá-los em franca oposição com relação ao restante da população.
Enquanto o marxismo procura eliminar barreiras e convidar todos os setores oprimidos e esmagados pelo capitalismo a se juntarem e, sob a liderança da classe operária, lutarem contra um inimigo comum, o identitarismo prega que a responsabilidade por todos os problemas da sociedade é dos seus semelhantes, seja ele os homens, os brancos ou os heterossexuais. Dessa forma, coloca pessoas que poderiam estar lado a lado numa competição e numa luta entre si.
A forma como o identitarismo age é pela cooptação de setores privilegiados dos grupos sociais. Por exemplo, no movimento negro, bancos e até setores do Depto. de Estado norte-americano fornecem dinheiro e influência para ONGs e agrupamentos de negros de classe média e que defendem sua política, vendendo para a população a ideia de que estes seriam os verdadeiros detentores da luta do negro. O mesmo fazem com os outros grupos.
O identitarismo também é o principal responsável pela “cultura do cancelamento”, que é utilizada como arma para perseguir quaisquer setores que se oponham aos seus absurdos. Além de intimidar as pessoas no período atual, ela também se vira contra figuras históricas importantes para a formação do orgulho nacional, como os bandeirantes ou figuras chave de nossa cultura, como Monteiro Lobato.
Nesse sentido, o PCO se coloca totalmente contra o identitarismo e seus tentáculos no Brasil, representados por setores dos partidos da esquerda pequeno-burguesa e pelas ONGs financiadas através de meios escusos para se infiltrar dentro da esquerda e procurar combater e sabotar o movimento operário.
Por esses motivos, o identitarismo é a política da esquerda que apoia a cadeia, apoia a prisão de seus desafetos e opositores, e é capaz de acreditar que o aparato estatal burguês está agindo em seu proveito. É uma confusão política que precisa ser imediatamente extirpada do movimento operário.