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Bancários

A eleição na Caixa e o distanciamento entre direção e a base

A eleição mostrou uma outra realidade, totalmente diferente daquela pintada pela propaganda do movimento sindical e seus órgãos de imprensa

No dia 14 de março, a direção da Caixa Econômica Federal divulgou o resultado do segundo turno da eleição para a escolha do representante dos empregados da empresa para o Conselho de Administração.

No Site da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), e também dos sites de praticamente todos os sindicatos filiados à Confederação, anuncia que “os trabalhadores deram exemplo de participação e compromisso com a defesa da Caixa e de seus direitos”, ao depositarem os seus votos à candidata apoiada por essas entidades, Fabiana Uehara que, atualmente é diretora do Sindicato dos Bancários de Brasília.

Mas, realizando uma rápida análise dos números da eleição, ao contrário da euforia das direções sindicais, deve-se fazer um verdadeiro balanço e tirar as devidas conclusões. 

A eleição mostrou uma outra realidade, totalmente diferente daquela “pintada” pela propaganda do movimento sindical e seus órgãos de publicidade.

Num universo de cerca de 100 mil bancários, apenas 30.343 votaram, ou seja, um pouco mais de 30% da categoria participou da votação, o que por si só evidencia a desinteresse dos trabalhadores pela eleição, em função do desgaste provocado pela política das direções das entidades, que vem conduzindo a categoria a um conjunto de derrotas nos últimos anos.

Deste total, 15.319 votos (50,88%) foram para Fabiana Uehara, o que representa o apoio de um pouco mais de 15% dos bancários da Caixa. Enquanto isso, o candidato apoiado pelas chefias, Antônio Messias, obteve 14.791 votos (49,12%), ou seja, praticamente metade dos votantes depositaram os seus votos no candidato da direção da empresa que, sempre é bom ressaltar, dos apadrinhados do bolsonarista Arthur Lira. 

Muito além do “discurso” oficial, os números (e os números não mentem) demonstram a violenta crise da burocracia sindical. O que é fruto de sua política de colaboração com os banqueiros e sua integração ao regime de ditadura dos banqueiros que impera no País, contra os bancários e contra o conjunto dos trabalhadores e da população explorada.

Mesmo realizando uma campanha grande com a distribuição de milhares de panfletos, com a participação de centenas de “ativistas”, na verdade, diretores e funcionários dos sindicatos filiados à Contraf, não conseguiram obter um resultado significativo. Ou seja, a única explicação é de que a política das direções está errada, está totalmente deslocada dos interesses dos trabalhadores.

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